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sábado, fevereiro 22, 2020

A Política e o Marega

Conhecem-se os dados.
Portugal tem um Presidente da Reública que fala sobre tudo mesmo sobre o que não devia, tem um primeiro ministro que não tem vergonha de nada mesmo do que devia e tem um presidente da Assembleia da República que nem sê-lo devia.
Pois estas três ilustres (é uma forma de dizer apenas) perosnagens ao arrepio das responsabilidades que lhes estão cometidas e sem a sensatez a que os cargos as deviam obrigar ,mas que eles dispensam levianamente, foram dos primeiros a virem a público pronunciar-se sobre o "caso Marega".
Um deles, o PR em viagem de Estado (uma das tais onde diz sempre que não comenta assuntos internos embora o faça repetidas vezes) aproveitou uma escala no Dubai para vir a correr produzir teoria sobre o que não tinha visto nem  tinha tido oportunidade de aprofundar apenas e só para não ficar calado.
Como ele os outros dois falaram sobre o que não viram apenas e só porque lhes pareceu que cavalgarem a onda do combate ao racismo podia trazer-lhes popularidade e aplausos para nada contando o facto de se estarem a pronunciar sobre o que ignoravam.
E atrás deles foi a generalidade da classe política desde a pequena picareta falante do Bloco de Esquerda aos politicamente correctos lideres de PSD, CDS, PCP, PAN, etc,etc prontamente seguidos pelas suas caixas de repercussão nas direcções dos seus partidos e nalguns casos nas extensões distritais de Braga e até concelhias de Guimarães.
Um banho nojento de politicamente correcto.
É verdade , e são imensamente honrosas as excepções, que houve alguns, muito poucos e em diversos partidos, a afastarem-se do populismo bacoco e a marcarem diferenças para o "Maria vai com as outras" tão generalizado pelos dirigentes políticos.
 Mas aquele que marcou de facto a diferença, e referiu o essencial, foi Pedro Santana Lopes.
Desde logo porque o partido por ele liderado (que é também o meu partido embora longe de ser essa a razão deste texto) não entrou na onda de histeria nem sentiu a necessidade de pronunciamento imediato (ao contrário da lamentável posição das três principais figuras do Estado) optando por o fazer serenamente pela voz do presidente do partido no tempo que entendeu conveniente.
E quando o fez, na passada quinta feira depois de alguma da poeira ir assentando, fê-lo com a sabedoria de quem conhece bem o fenómeno futebol por dentro e por isso fala com um conhecimento de causa que nenhum outro líder partidário tem.
Condenando o que aconteceu de errado mas com a preocupação de não misturar Guimarães e o Vitória com as atitudes irreflectidas e lamentáveis de algumas dezenas de pessoas.
Fê-lo no seu artigo semanal no "Jornal de Negócios" e a seguir deixo a sua transcriçao no que a este caso diz respeito.
Depois Falamos.


" Guimarães é uma cidade muito bonita, é a cidade-berço e merece todo o respeito. O Vitória de Guimarães é um grande clube português com uma história notável, com uma massa associativa vibrante e que é das raras exceções que faz questão de marcar o seu lugar num país que só olha para os clubes que têm sido os três mais poderosos. O racismo é algo de repugnante, e ofender alguém pela cor da sua pele é algo miserável. Mas, quem o fez, não foi a cidade de Guimarães nem o seu principal clube. Foram algumas pessoas que, sejam trinta ou sessenta, não se confundem nem representam o Vitória de Guimarães ou a cidade-berço de Portugal.”

Pedro Santana Lopes

19 de fevereiro de 2020

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