Depois da desoladora prestação no jogo de campeonato, em que o Vitória esteve muito aquém do necessário, o regresso três dias depois ao Bonfim (ainda por cima sabendo do excelente resultado entre Sporting da Covilhã e Benfica) tinha o carácter de um autêntico tira teimas para perceber qual era a real ambição da equipa em termos da única prova em que esta época ainda pode ambicionar a conquista de um troféu.
O Vitória sabia que ganhando ficava com pé e meio na "final four" da taça da liga (que será em Braga com tudo que isso tem de aliciante) mas também sabia que qualquer outro resultado a deixava de calculadora na mão e dependente de terceiros.
A resposta dada pela equipa não podia ser melhor!
Entrou a dominar o jogo, a empurrar o Vitória FC para o seu último reduto com tal intensidade que nos primeiros quinze minutos não me lembro de ver os setubalenses passarem o meio campo, mostrando que queria ganhar e fazendo por isso desde o início.
E a sorte protegeu os audazes.
Porque embora numa tímida reacção os sadinos tenham atirado uma bola ao poste a resposta do Vitória foram dois golos, ainda por cima resultantes de excelentes lances de combinação atacante, e percebeu-se logo que só grande cataclismo impediria o triunfo que se desenhava com contornos bem nítidos.
Ao intervalo a vantagem de dois golos era mais que justa e depois no segundo tempo foi gerir a vantagem e desperdiçar mais uma ou duas oportunidades que dariam ao marcador uma expressão algo exagerada.
Gostei francamente da forma como o Vitória encarou este jogo e espero que seja padrão para a restante época porque o plantel vitoriano tem a qualidade suficiente para fazer bastante melhor do que tem feito nalguns jogos.
Sabendo-se que tenho criticado a excessiva rotação do plantel e ainda anteontem questionado o papel de Bonatini neste equipa dá a sensação de que este jogo veio contradizer as razões que tenho aduzido e confirmar que está tudo bem com essas opções.
Na verdade Ivo Vieira em relação ao jogo de domingo apenas manteve Mikel e Tapsoba ( mas este é imune a rotações porque joga sempre) e alinhou nove jogadores que não tinham sido titulares no jogo de campeonato.
E a resposta foi boa.
Miguel Silva fez uma exibição segura, Vítor Garcia e Rafa Soares deram muita projecção ofensiva aos respectivos flancos, Ola John fez a sua melhor exibição com a nossa camisola, Davidson deu agressividade no último terço do terreno, João Carlos Teixeira fez uma bela exibição e aumentou a perplexidade pelos seus "eclipses" da titularidade e Bonatini fez dois golos à ponta de lança com o primeiro a resultar de uma boa finalização a passe excelente de Ola John e o segundo um golo fácil mas com o mérito de estar lá no momento certo.
E por isso a conclusão a tirar é que ontem foi a excepção à regra quanto às rotações em grande número, que continuo a entender como prejudiciais, esperando que no caso de Bonatini não tenha sido também uma excepção à regra e se transforme numa regra goleadora de que esta equipa bem precisa.
Até ao final de 2019 o Vitória tem em termos de liga a recepção ao Portimonenses e a deslocação a Barcelos (grande romaria vitoriana se prevê) e para a taça da liga a recepção ao Sporting da Covilhã para carimbar o apuramento para a "final four".
São três jogos claramente de ganhar.
E com todo o respeito pelos adversários acredito que mantendo a atitude de ontem tal não será muito difícil.
Depois Falamos.
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