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segunda-feira, novembro 11, 2019

Banho de Realidade

O jogo de ontem entre Vitória e Braga , e o resultado nele verificado, tem uma explicação simples e que não carece de grandes justificações nem de elaboradas análises técnico-tácticas.
O Braga tem melhor equipa, tem melhor plantel, teve sucesso na estratégia escolhida para o jogo e o seu treinador fez ao longo dos noventa minutos as melhores opções na gestão da sua equipa e face à evolução do próprio jogo.
Muito simples.
Pode ser doloroso, e é, para os vitorianos mas ontem o Vitória levou um "banho de realidade" em linha com o que tem sido os últimos doze ou treze anos no que respeita ao confronto directo entre os dois clubes e que se caracteriza por uma clara supremacia dos bracarenses e um acentuado perder de terreno daquela que foi durante muitas décadas a clara supremacia vitoriana.
Bastará, a titulo de exemplo, atentar no facto de nas suas cinco ultimas visitas ao D. Afonso Henriques o Braga ter ganho por quatro vezes ( e na outra empatou) e ter marcado dez golos sofrendo apenas um.
Já para não referir que até 2012 tinha ganho apenas 5 vezes em 53 visitas e de lá para cá em oito jogos ganhou cinco!!!
E por isso alguma euforia instalada por força de duas excelentes exibições face a uma versão "light" do Arsenal desabou perante a realidade ontem evidenciada de o Vitória ainda ter um longo caminho a percorrer para subir na hierarquia do nosso futebol no que aos resultados e classificações diz respeito.
E é disso que todos, de dirigentes a adeptos, tem de se consciencializar.
Ontem foi , para lá do resto, um dia em que tudo correu mal.
A equipa inicial, com apenas três novidades em relação ao jogo com o Arsenal, nunca conseguiu agarrar no jogo nem criar oportunidades de golo e as substituições operadas por Ivo Vieira em nada melhoraram o desempenho (provavelmente até pioraram) porque não só os "entrados" não trouxeram nada como a saída de Vítor Garcia pareceu um perfeito disparate (salvo lesão) face ao rendimento do lateral na primeira parte.
Ficando até a perplexidade, para lá de nova ausência do proscrito Guedes, de João Carlos Teixeira que tão bem tinha entrado em Alvalade e tão boa exibição produzira frente ao Belenenses  ontem não ter saído do banco quando a intermediária vitoriana rubricou tão desoladora exibição com excepção, vá lá, de Musrati, e pedia desesperadamente alguém que pusesse ordem no jogo vitoriano.
Enfim uma noite de Haloween tardio para o Vitória que não deve, de forma nenhuma, ser esquecida. 
Uma nota final, para memória futura, que também não deve ser desvalorizada e que pode ser comprovada pela fotografia acima.
O Sporting de Braga jogou em Guimarães com o seu primeiro equipamento (apenas trocando os calções brancos pelos vermelhos para os distinguir dos calções do Vitória) ao contrário do que tem repetidamente acontecido nos últimos anos com o Vitória a jogar em Braga com os malfadados equipamentos pretos.
Dir-me-ao que é um detalhe.
Não é. 
Traduz uma atitude.
E é com atitudes que o Braga tem vindo a marcar diferenças.
Depois Falamos

P.S. Perder é mau. Perder com um rival ainda pior. Mesmo quando a derrota acontece porque o rival foi melhor que nós.
Mas ver 1500 adeptos do Braga a serem mais consistentes nas bancadas no apoio à sua equipa do que 23.000 adeptos do Vitória é algo que nunca tinha sido visto naquele estádio.
Nem na Amorosa, nem no Bem-Lhe-Vai nem em lado nenhum.
E isso foi mais doloroso que a própria derrota!

3 comentários:

  1. Finalmente alguém muito atento....o que me custou mais nem foi a derrota em campo, custou claro....mas o que mais me custou foi precisamente ver que levamos goleada nas bancadas..... é o que faz ter metade do estádio que não sente e até muitos que não são vitorianos..... tenho dito mais vale poucos mas bons

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  2. Boa noite, absolutamente de acordo em tudo o que disse. Há jogadores(muitos mais que o necessário) que ao final de duas boas exibições se esquecem que a equipa joga com 11 por algum motivo. Jogar em equipa fica mais fácil. Quanto ao treinador, muito bom discurso até ao momento, fora os erros. Liga Europa já era(muito mais não se lhe pedia), taça de portugal(ainda me sinto envergonhado, e o treinador deveria todos os dias lembrar aos jogadores a vergonha e decepção que todos os vitorianos sentiram. E esqueçam a treta de jogar bem, concentrem se em ganhar jogos, porque isso é o mais importante.
    P. S. Quase tão importante como ganhar é fazer uma coisa que cá em Guimarães se aprecia de sobremaneira:suar e respeitar a camisola.

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  3. Caro Lobo:
    Em mais de 50 aanos a ver jogos entre Vitória e Braga nunca tinha visto coisa assim. Perder nas bancadas, o ultimo reduto da nossa superioridade, foi mesmo doloroso. Espero que tenha sido vez sem exemplo mas infelizmente não me parece.
    Caro Osam52:
    Alguns jogadores passaram do 80 face ao Arsenal para o 8 face ao Braga. Inaceitável seja sob que ponto de vista for.
    O treinador cometeu alguns erros quer na estratégia, quer na equipa inicial, quer nas substituiçoes ao deixar Teixeira no banco o jogo todo e Guedes na bancada uma vez mais. Quanto ao jogar bem (e jogando bem é obviamente mais fácil vencer) isso só tem validade se as boas jogadas renderem golos. A verdade é que nuns jogos (Aves, Belenenses) renderam e noutros, nomeadamente na Liga Europa, não. Pelo menos os necessários. Acho que o treinador deve aproveitar esta paragem da Liga para reflectir nos seus erros e nas suas opções. É que os erros já custaram pontos (e uma vergonha imensa em Sintra) e as opções nem sempre tem sido as melhores. Já agora também gostava de perceber porque razão Wakaso e André André continuam sem jogarem. As lesões, no Vitória, são tão demoradas...

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