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domingo, julho 28, 2019

Polémicas

O final das legislaturas, e por consequência o final do mandato dos deputados, traz sempre alguma crispação (nos partidos democráticos é claro porque nos outros a discussão é heresia) com a escolha das listas de candidatos a deputados.
Porque, regra geral, a percentagem dos que querem continuar é elevadíssima sendo muito poucos aqueles que pelo seu pé e de livre vontade decidem abandonar as lides parlamentares para darem lugar a outros.
E como os outros, os que querem entrar, são sempre muitíssimo mais do que aqueles que querem sair isso gera as tais discussões, os tais braços de ferro, o tal esgrimir de apoios e..."apoios" para nuns casos continuarem nas listas e noutros nelas conseguirem entrar.
Costumo contar nalgumas reuniões com militantes , agora que a Aliança vai concorrer às suas primeiras legislativas e é imperioso não importar erros de outros quadrantes, que quando fui eleito pela primeira vez deputado em 1999 encontrei em S.Bento alguns parlamentares de vários partidos que ainda hoje, vinte anos passados, lá estão e sem nunca de lá terem saído o que traduz bem o quão desactualizado está o nosso sistema eleitoral e o quão necessário é fazer a sua revisão.
E por tudo isto, e muito mais, os processos de escolha de candidatos a deputados são tão complexos e bastas vezes tão polémicos nos partidos democráticos em que a decisão é partilhada entre orgãos nacionais e orgãos distritais sem que por vezes consigam por-se de acordo o que gera tensões e quantas vezes mal estar.
Não me pronunciarei sobre o que se passa nos tempos que correm no PSD, no PS e no CDS.
O meu "problema" é a Aliança e aí, sem optimismos exagerados e desajustados, pode dizer-se que embora seja a primeira vez que o partido vai a legislativas e também a primeira vez que muitas pessoas se veem envolvidas em andanças deste nível as coisas estão a decorrer de modo perfeitamente satisfatório e o partido terá o processo eleitoral pronto bem antes da data limite a que a lei prevê.
Quanto ao resto, e ao que vai ser o produto final das listas noutros partidos, tenho apenas um desejo e um reparo.
O desejo de que todos os partidos contribuam para que um Parlamento cada vez mais depauperado na valia dos seus membros consiga estancar essa sangria de valores e tenha na próxima legislatura bancadas de gente competente, capaz e com a necessária mistura de parlamentares  experientes com a renovação (não apenas etária) sempre necessária.
O reparo, generalista, no sentido de lembrar que nos partidos democráticos os líderes que aproveitaram eleições para unirem os partidos tiveram muitas vezes sucesso eleitoral( Sá Carneiro, Mário Soares, António Guterres, Durão Barroso, Passos Coelho, etc) enquanto os que à boleia de actos eleitorais fizeram ajustes de contas( Vitor Constâncio, Manuela Ferreira Leite, António Costa,etc) tiveram como prémio a derrota nas urnas.
As lições que a História põe à nossa disposição se para ela quisermos olhar com olhos de ver.
Depois Falamos

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