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quinta-feira, março 30, 2017

Memória & Prática

O PSD tem tido ao longo dos anos a boa tradição de não misturar política com justiça deixando à política o que é da política e aos tribunais o que é da Justiça.
E creio que faz bem.
Ao contrário do PS, por exemplo, que mistura lamentavelmente as duas áreas e procura politizar as questões judiciais sempre que alguns ilustres socialistas se encontram a contas com a Justiça e em risco de se saírem mal.
São muitos os exemplos, de José Sócrates ( e as lamentáveis romagens de figuras gradas do PS à cadeia de Évora) a Paulo Pedroso passando por Armando Vara ou Carlos Melancia entre outros num sinal de que o PS não aceita que os seus dirigentes sejam sequer suspeitos de cometerem qualquer tipo de crime.
Basta puxar pela memória para recordar isso.
No PSD a doutrina sempre foi diferente e nunca o partido politizou problemas com a Justiça de alguns dos seus dirigentes como Miguel Macedo,Valentim Loureiro, Isaltino Morais ou Dias Loureiro entre outros que poderia citar.
Há contudo uma ou outra excepção e com elas o partido deu-se sempre mal.
Nessas excepções incluem-se os episódios em que dirigentes "justicialistas" do partido, querendo substituir-se aos tribunais e ignorando o principio da presunção da inocência, quiseram condenar eles próprios alguns companheiros antes de a própria Justiça o fazer ou não o fazer nunca por serem inocentes.
O caso mais flagrante é o de Carmona Rodrigues que a dupla Luís Marques Mendes/Paula Teixeira da Cruz obrigou a demitir-se de presidente da câmara de Lisboa por ser arguido num processo (e assim oferecendo a câmara a António Costa...) de que a Justiça viria a considerá-lo inocente e consequentemente pronunciando a sua absolvição.
Só que o mal estava feito, um tremendo erro cometido e hoje andamos todos a pagar por isso!
E por isso há que distinguir entre ser arguido e ser acusado.
O ser arguido, uma figura jurídica que até visa a protecção dos direitos do próprio, não deve ser impeditivo de alguém exercer na plenitude os seus direitos políticos incluindo candidaturas a municípios ao Parlamento ou o exercício de cargos políticos que já ocupe salvo se o próprio entender que fica fragilizado na sua autoridade para exercer esses cargos.
Como fez, exemplarmente, Miguel Macedo que uma vez constituído arguido considerou, e muito bem, que não tinha condições para continuar a ser ministro da administração interna.
A partir do momento em que se é acusado ,então sim, deve ser o próprio agente político a não querer ocupar nenhum cargo até ao cabal esclarecimento da verdade dos factos.
Se não entender assim então deve ser o partido, aí sim, a impedir a candidatura.
Acho que todos temos de ter memória para os exemplos do passado e se o fizermos isso impedirá que sejam repetidos no futuro.
E por isso creio que a direcção nacional, a comissão autárquica, a distrital de Braga e  a concelhia de Barcelos do PSD deviam fazer esse esforço de memória a tempo de escolherem o candidato à Câmara de Barcelos pelos méritos políticos e de cidadania, de cada um dos quatro putativos candidatos em análise, e não por misturas de Justiça com política que mais não servem do que para tentar por a Justiça ao serviço da política fazendo um trabalho de exclusão que decididamente não lhe compete.
E essa não é a nossa tradição nem a nossa prática.
Depois Falamos.

4 comentários:

  1. Caro Cirilo:
    É uma ideia salutar, senão arranjam-se uns 'juízos' que são da outra cor, assim tipo 'Ranglas', que punham todos os candidatos ganhadores do PSD a arguidos

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  2. Cara il:
    Ponha-se a dar ideias à geringonça ponha...
    Olhe que eles ainda as aproveitame então o diabo vem mesmo

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  3. Caro Cirilo:
    Dado os 'meninos' implicados na história da queda da CML de Carmona, tenho a certeza que a ideia é deles.
    E,caro Cirilo, eu não acredito nos "lagartos do espaço", que controlam os governos terráqueo...

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  4. Cara il:
    achei piada a essa dos lagartos do espaço. Logo agora que acabei de rever as nove temporadas da minha série de culto (Ficheiros Secretos) em que essa temática é dominante.
    Mas na queda do Carmona não houve lagartos certamente. Apenas cavalos (e póneis) de Tróia.

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