Devo dizer que não fiquei surpreendido com a escolha de Teresa Leal Coelho como candidata do PSD à Câmara de Lisboa.
Era para mim evidente que depois da indisponibilidade de Pedro Santana Lopes, que na altura considerei e agora continuo a considerar fruto de uma decisão reflectida e acertada do actual Provedor da SCML, a escolha que restava ao líder do partido (de há muitos anos a esta parte que é o líder a escolher o candidato a Lisboa embora alguns pareçam agora esquecidos disso) estava evidentemente condicionada.
Apoiar Assunção Cristas não era em boa verdade possível. E se o tivesse feito todos sabem que seria ainda mais criticado do que pela opção agora conhecida.
Um independente, seja lá isso o que for, era uma opção de risco elevado ainda para mais num cenário de não estar muito bem a ver quem seria essa personalidade miraculosa que aparecendo do nada pudesse levar o PSD à vitória na maior câmara do país.
Restava, pois, uma solução interna.
E essas restringiam-se a arranjar um "general", partindo do princípio que os há, disposto a combater ou em alternativa alguém do seu circulo restrito, merecedor da sua confiança e na certeza absoluta de uma lealdade sem falhas.
Quanto ao "general", partindo do princípio de que o havia repito, sei bem que o partido está cheio de gente disponível para ser ministro, secretário de estado , eurodeputado , deputado ou administrador de empresas públicas mas nada nada disponível para ir a votos e comprovar o que realmente vale quando é a própria cara que está em jogo.
Pelo que restava alguém que fizesse parte do tal núcleo restrito de "fieis".
E nesses Teresa Leal Coelho, até em feliz coincidência com um dos seus apelidos, é daqueles em que Passos Coelho tem enorme confiança pessoal e sabe que nunca lhe dirá que não por mais difícil que o combate seja.
Se a isso se acrescentar o facto de ser vereadora em Lisboa, número dois de Fernando Seara em 2013, temos de admitir que se trata de uma escolha com lógica no difícil cenário em que teve de ser feita e perante a ausência de uma alternativa que pudesse dar outras hipóteses de vencer.
O facto de ela não ter estado em número substancial de reuniões camarárias e não se lhe conhecer (o que não significa que não as tenha) um conjunto de ideias sobre Lisboa não pode ser encarado como factor empobrecedor da candidatura quando Lisboa é governada por um presidente que não foi a votos e a quem ninguém conhecia nenhuma ideia sobre a cidade ( e em bom rigor sobre...nada) antes de ter herdado o cargo de um antecessor que agora é primeiro-ministro sem ter ganho eleições.
Escrevo isto com o enorme à vontade de não conhecer Teresa Leal Coelho e de sobre ela ter manifestado ao longo dos tempos opiniões muito criticas face a várias posições por ela tomadas e das quais discordei frontalmente.
Mas não sou daqueles que quando o partido marcha para o combate, e ainda por cima um combate tão difícil, fica na rectaguarda a discutir aquilo que em boa verdade já não vale a pena discutir e de cuja discussão só resultará o empobrecimento da candidatura.
Como o fez Pedro Santana Lopes apenas desejo a Teresa Leal Coelho a melhor sorte neste tremendo desafio.
Depois Falamos.
Curiosamente vi hoje no jornal de notícias um artigo sobre as nomeações de candidatos do PSD.
ResponderEliminarFiquei a saber que só há 103 candidatos a presidente de câmara oficialmente designados pela Comissão Nacional.
O Distrito de Braga é nesse aspeto um dos mais atrasados porque tem apenas um candidato designado (precisamente o de Guimarães)
Paradoxalmente o mesmo distrito de Braga é o que têm mais candidatos propostos pela distrital, mas ainda não avalizados pelas estruturas nacionais. (dos 13 que faltam, 12 já estão propostos)
Situação idêntica, apenas em Santarém, onde há outros 12 a aguardar aprovação.
Mas a regra geral aparenta muito atraso na apresentação de candidatos: os casos mais flagrantes são Beja, Açores, Aveiro, Viseu, Viana, e muitos outros.
Quer comentar?
Caro luso:
ResponderEliminarHá várias situações a considerar que valem para o distrito de Braga mas também para todos os outros.
É politica do partido que todos os presidentes de câmara em funções que estejam em condições de ser candidatos (ou seja não abrangidos pela lei de limitação de mandatos)e desejem fazê-lo serão candidatos em 2017.
No nosso distrito já se sabe que Paulo Cunha, Ricardo Rio, António Cardoso,Mota e Silva,António Vilela e Benjamim Pereira serão de novo candidatos pelo que metade do distrito já tem candidatos assumidos considerando o caso já por si referido de Guimarães.
Problemas neste momento e com candidaturas ainda algo longe de serem definidas apenas Barcelos, Terras de Bouro e Cabeceiras de Basto.
Na Póvoa de Lanhoso o presidente Manuel Batista conclui o terceiro mandato e não se pode recandidatar. Sinceramente ainda não sei quem será o candidato nessa câmara.
Nos restantes municípios, Amares, Fafe e Vizela ao que sei as coisas estão definidas embora não anunciadas.
na próxima terça feira o PSD reune o conselho nacional e creio que a esmagadora maioria das candidaturas a nível distrital e nacional ficarão aprovadas e dentro dos prazos previstos.
Pelo que não poderemos falar em grandes atrasos excepto naqueles casos em que a definição das candidaturas ficará para lá de terça feira.
E nesse aspecto creio que o distrito de Braga ainda vai demorar algum tempo até fechar o processo.