O mundo, e supõe-se que Guimarães também, vive em pleno século vinte e
um!
Vive no tempo das telecomunicações, da internet, das televisões
digitais, dos smartphones, das redes sociais, dos e-book e de tantas outras
maravilhas que a evolução tecnológica trouxe a quem quer comunicar.
Mas qual pequena aldeia gaulesa, da genial banda desenhada de Astérix,
há quem queira fazer da Assembleia Municipal de Guimarães um pequeno reduto
cercado de novas tecnologias por todo o lado mas que a elas resiste com a força
de uma “poção mágica” que não é a do druida Panoramix mas sim a do voto
conservador e desfasado dos tempos das hostes do Dr. “Dominguix Bragantix”.
A história é conhecida e conta-se depressa.
Hoje, fruto das inovações tecnológicas, é perfeitamente possível que
as sessões de uma assembleia municipal possam ser transmitidas em directo no
“You Tube” com custos insignificantes e permitindo a quem esteja interessado no
desenrolar das sessões seguir os seus
trabalhos através da internet na comodidade do seu lar ou escritório.
Reconhecendo o potencial informativo disso são já vários os
municípios, algumas dezenas ao que sei, que já permitem que as sessões das suas
assembleias municipais sejam seguidas na net pelos respectivos munícipes.
E isso acontece em câmaras lideradas pelo PS, pelo PSD, pelo PCP e
pelo CDS.
Ou seja em todos os quadrantes partidários há a abertura à inovação e
o espirito democrático suficientes para que isso possa ser uma realidade.
Mas porque para o nosso caso interessam mais as câmaras geridas pelo
PS, mais que não seja por comparação com a câmara de Guimarães, cito três
exemplos que me parecem perfeitamente esclarecedores.
Desde logo Lisboa.
Onde desde o tempo do anterior presidente e actual primeiro-ministro
as sessões da assembleia municipal são transmitidas no You Tube.
Mas também no nosso distrito há câmaras onde o século 21 chegou mais
depressa do que a Guimarães.
Cabeceiras de Basto onde há anos que isso sucede e agora Fafe onde por
proposta do PSD na AM as sessões desta também passarão a ser transmitidas.
Lisboa, Cabeceiras de Basto e Fafe. Três municípios liderados pelo PS.
Como Guimarães.
Só que cá o PS prefere impor uma autêntica “lei da rolha” e tem
chumbado, em sede de assembleia municipal, as várias propostas apresentadas
pela coligação “Juntos por Guimarães” e votadas favoravelmente por CDU e Bloco
de Esquerda (ou seja toda a Oposição) para que os vimaranenses também eles
possam seguir no conforto das suas casas as sessões da sua assembleia
municipal.
É de um egoísmo brutal, de uma completa falta de respeito pelos
cidadãos, uma machadada enorme no caminho para uma cada vez maior transparência
e prestígio do órgão assembleia municipal.
Os vimaranenses não são menos que os lisboetas, os cabeceirenses, os
fafenses ou os cidadãos de qualquer outro concelho onde a transmissão das
assembleias seja já uma prática corrente.
Não são…menos para o PS de Guimarães que insiste em fazer deles
cidadãos de segunda num país em que foram os primeiros a serem portugueses.
Para o PS é legítimo, é democrático, é aceitável obrigar um cidadão de
Arosa, de Vermil, de Lordelo, de Balazar, de Rendufe, para só citar algumas das
freguesias mais distantes da cidade, a andar dezenas de quilómetros ida e volta
para assistir à sua assembleia municipal quando o podia fazer na comodidade do
seu lar.
Para a coligação “Juntos por Guimarães” não é.
E por isso nos temos batido pela autorização de transmissão das
assembleias municipais na net, por isso temos apresentado várias moções nesse
sentido que o PS chumba entre risos de satisfação dos seus deputados municipais
(alguns dos quais, curiosamente, tem em off uma opinião bem diferente do voto
que assumem), por isso continuaremos a pugnar para que os vimaranenses não
sejam tratados como cidadãos de segunda no seu próprio país.
Na convicção de que mais dia, menos dia a razão vencerá e a “lei da rolha
“e os seus mais entusiásticos defensores sofrerão a derrota que os ventos da
História tornam inevitável e inapelável.
Nesse dia, e mais importante do que saber-se quem são vencedores e vencidos,
será talvez possível perceber-se de que tem tanto medo o PS de Guimarães para
persistir nesta recusa absurda, injustificável e discriminatória para os cidadãos
do concelho de Guimarães face aos de tantos outros concelhos.
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