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sexta-feira, janeiro 27, 2017

Géneros...

Há aspectos em que a sociedade portuguesa continua dolorosamente atrasada face ao que se vê noutros países da União Europeia, e não só, face à participação das mulheres na vida política e até associativa.
Durante muitos anos fui dos que pensei, com alguma ingenuidade confesso, que a representatividade feminina nos partidos, nos orgãos de Estado, na vida associativa se devia fazer exclusivamente com base na valia e qualidade das próprias e não em função de leis que embora bem intencionadas são elas também uma forma de descriminação.
Hoje já não penso assim.
Porque embora continue a achar que fazer leis para garantir a representação de um género em função do outro continua a não ser o caminho mais desejável para uma paridade que ainda vem longe também considero que sem essas leis o caminho ainda seria mais lento, mais difícil, mais preenchido de obstáculos.
Por uma questão de mentalidades.
Porque muito boa gente, ocupando cargos de grande responsabilidade, continua a achar ( e a ela se referir) que a chamada lei das quotas é uma lei para garantir que nas listas há pelo menos um terço de mulheres .
Quando não é.
O que a lei diz é que qualquer um dos géneros, masculino ou feminino, tem de ocupar um terço dos lugares e não apenas o género feminino como muitos pensam.
Pensam e praticam!
E por isso o caminho a percorrer ainda é longo e recheado de dificuldades postas por formas de pensar que embora retrógradas e ultrapassadas ainda vão fazendo..."lei" em muitos lugares da nossa vida associativa.
Olhe-se para as instituições culturais, para os clubes desportivos, para os partido políticos naquilo em que não são obrigados por lei, e constata-se que o papel das mulheres na ocupação de cargos continua muitíssimo aquém do que seria desejável .
Há um longo caminho a fazer ainda.
Do qual ninguém se deve sentir dispensado.
Depois Falamos

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