Com a inexorável aproximação das eleições autárquicas, para as quais
falta menos de um ano, intensifica-se a acção propagandística do PS de
Guimarães em torno da acção de um município que lidera há já demasiado longos
vinte e sete anos.
E essa acção de propaganda, muito centrada em mostrar “anacondas” onde
há “minhocas” e no louvar aquilo que não está feito mas há-se ser um dia,
pretendendo transmitir aos vimaranenses a ideia de que vivem num “concelho das
maravilhas” tem contudo um choque frontal com a realidade que não deixa os
propagandeadores em muito boa posição quanto à veracidade do que pretendem dar
como realidade.
Podia aqui abordar temas vários, desde a candidatura a uma capital
verde com rios multicolores ao sabor da poluição que neles é despejada à
monumental embrulhada da Eco ibéria que ou muito me engano ou ainda vai parar
aos tribunais com pesados pedidos de indemnização.
Fico-me, por hoje, “apenas” pela forma como a Câmara não soube
resolver problemas que ela própria criou em volta de alguns espaços afectos à CEC
2012 e que se tornaram em autênticos “elefantes brancos” par aos quais a
maioria socialista se mostra absolutamente incapaz de encontrar uma solução
sustentada e duradoura.
Nem vou referir, por demasiado ridículo, o caso da chamada “residência
dos artistas” na rua da Rainha, um imóvel comprado por mais de meio milhão de euros,
que se encontra devoluto há quatro anos sem que alguma vez tenha servido para o
fim para o qual foi comprado.
Mas vou referir o caso obsceno, pelos custos, da Plataforma das Artes.
Um espaço construído onde outrora funcionou o mercado municipal e onde,
entre outras valências, está alojado o “centro internacional de artes José de
Guimarães” em que supostamente devia estar em permanência uma exposição das
obras desse renomado artista vimaranense que funcionaria como “âncora” de
atracção de largos milhares de visitantes.
A verdade é infelizmente bem outra.
Nem as exposições são normalmente de obras de José de Guimarães,
quando muito um depósito da sua colecção pessoal de arte, o que tem merecido
fortes críticas de muitos que sentem ter “comido “gato por lebre quando a
visitam nem os supostos largos milhares de visitantes alguma vez por lá
apareceram a garantir a sustentabilidade do espaço.
O que origina que para 2017 a Plataforma das artes vá apresentar um
custos de funcionamento de mais de um milhão de euros (!!!)para uma previsão de
visitantes (muito optimista face ao verificado nos anos anteriores…) de 16.000
o que significa que cada visitante vai custar ao erário público cerca de 70
euros.
É inadmissível e inaceitável.
Que a falta de planeamento atempado, a falta de criatividade para
encontrar soluções, o fazer agora e pensar depois como se vai sustentar um
equipamento, resulte nesta pesada factura para o erário público através das
reiteradas transferências de verbas do orçamento municipal para pagar a
Plataforma das Artes.
Para isto a Câmara até agora não encontrou outra solução, bem à
maneira socialista de gerir, que não fosse estender a mão ao Estado a pedir os
subsídios que permitam a sustentabilidade do que ela própria já não mostrou ser
capaz de encontrar formas de resolver.
Azar.
Porque socialistas a pedir a socialistas só podia ter o resultado que
até agora teve.
Umas visitas de ministros e secretários de estado da Cultura, umas
palmadinhas nas costas, uns elogios “chapa quatro” às obras construídas e à
cultura que se faz em Guimarães, uma esmolazita para o ano que vem e
promessas…promessas…promessas.
Ou seja…nada!
Costuma dizer-se que com papas e bolos se enganam os tolos.
Em 2017 os vimaranenses provarão que não são tolos!
Não só porque não lhes faltam razão para isso mas também porque ao fim
de vinte e sete anos, com um poder socialista exausto e carente de ideias, é
mais que tempo de mudar.
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