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terça-feira, dezembro 27, 2016

Escolhas de 2016

O meu artigo de hoje no "Duas Caras"

Quando os anos se aproximam do seu final é um hábito arreigado o fazerem-se escolhas daquilo que de mais importante se passou no decorrer dos 365 dias e que de alguma forma marcou esse período.
Nessa perspectiva escolhi seis assuntos que do meu ponto de vista marcaram 2016.
Três políticos, dois desportivos e um ligado à música.
Começando pela política nacional creio que o acontecimento mais relevante do ano foi a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa como presidente da República confirmando que ao contrário do que alguns dizem Portugal não é um país que vota “fatalmente” à esquerda.
Depois de dez anos de presidência de Aníbal Cavaco Silva o país votou de forma clara noutro ex presidente do PSD para o mais alto cargo da nação o que mostra bem que em cada momento os portuguese sabem escolher quem melhor os pode representar.
Na política internacional destacaria dois momentos:
Um é a eleição de António Guterres para secretário-geral da ONU.
Dando sequência a dez anos de excelente trabalho no alto comissariado para os refugiados, contrariando a moda que queria que o SG fosse mulher e do leste europeu, o ex primeiro-ministro soube no tempo de campanha convencer os países, e especialmente os que integram o Conselho de Segurança, que ele era a pessoa certa para o exercício do cargo.
E conseguiu.
Sendo o primeiro português no mais alto cargo internacional o que tem de ser considerado como excepcional face ao país de que é natural e que sendo credor de um importante papel mundial em séculos passado é hoje praticamente irrelevante.
O outro facto internacional que merece destaque é a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Uma eleição “sui generis”, só possível num sistema eleitoral como o americano em que o eleito teve quase menos três milhões de votos que a derrotada, e em que Trump além de Hillary Clinton derrotou também as sondagens, os comentadores e todas as previsões.
Espera-se agora, mas com pouca esperança, que o presidente seja melhor que o candidato o que não deveria ser nada difícil mas o que as escolhas para o governo tem vindo a demonstrar que não é nada provável.
No desporto destaco também dois momentos:
Um é a conquista do Europeu pela selecção nacional de futebol.
Com o sabor particularmente agradável de ganhar a final face à França, tantas vezes a “besta negra” da nossa selecção, país organizador da prova perante o gáudio e a alegria imensa de todo um povo (terá sido para os nossos emigrantes em França um dos momentos mais alegres das suas vidas) e a incredulidade horrorizada dos franceses que julgavam a final como “favas contadas”.
Foi também a conquista internacional que faltava à brilhantíssima carreira de Cristiano Ronaldo que tendo ganho tudo a nível de clubes ainda lhe faltava um grande êxito internacional pela selecção.
O outro momento que destaco é a conquista da medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos por Manuel Freitas Mendes.
O primeiro vimaranense e vitoriano a ganhar uma medalha olímpica saiu do anonimato para a primeira fila dos grandes atletas portugueses fruto de um trabalho, uma dedicação, um espírito de sacrifício que tiveram no Rio de Janeiro o merecido prémio e o tornaram num justo ídolo para todos os seus concidadãos.
E um exemplo de que vale a pena lutar por um sonho.
Finalmente o momento ligado à música.
E que é de todos os que escolhi o único em que o fiz pela lado mais negativo e do qual 2016 não deixará boas memórias.
Neste fatídico ano deixaram-nos David Bowie, Prince, Leonard Cohen e George Michael.
Quatro enormes talentos, quatro músicos que deixaram uma obra que será recordada, quatro “baixas” para o mundo da música e das artes para as quais não há remédio.
E alguns deles ainda muito novos para tão triste desenlacem.

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