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quinta-feira, novembro 10, 2016

As "Minhas" Câmaras (1) - Guimarães

Embora possa dizer que conheço bastante bem os catorze municípios do distrito de Braga, por força dos muitos anos na vida política (e por curiosidade turística também), há três que conheço particularmente bem.
Guimarães, Esposende e Cabeceiras de Basto.
Curiosamente um no centro do distrito, outro o mais a oeste e único no litoral e o outro o mais a este no interior do distrito.
Conhecendo-os muito bem, e neles passando boa parte do meu tempo, estou particularmente à vontade para um olhar mais profundo para a batalha autárquica de 2017 que em cada um deles se vai travar.
Começo por Guimarães, de todos o que conheço melhor, que é a minha Terra e onde sou autarca desde 1989 fazendo parte da respectiva Assembleia Municipal.
As autárquicas em Guimarães tiveram duas fases .
A primeira entre 1976 e 1989 em que PSD e PS alternaram na presidência da câmara.
Em 1976 ganha o PS com Edmundo Campos, em 1979 a AD com António Xavier, em 1982 o PS com Manuel Ferreira e em 1985 o PSD com António Xavier.
Nessa fase os mandatos eram de três anos (vá-se lá saber porquê...) e só a partir de 1985 passaram a ser de quatro anos como ainda hoje são. 
Curiosamente 1985 foi o ano em que pela primeira vez fui candidato à Assembleia Municipal embora em posição de não eleição.
A partir de 1989 e até 2017 (assim creio) entrou-se numa segunda fase marcada por sucessivas maiorias absolutas do PS liderado por António Magalhães com seis vitórias por maioria absoluta a que se seguiu o solitário (assim creio) triunfo de Domingos Bragança em 2013.
Ou seja o PS venceu as sete últimas autárquicas por maioria absoluta.
Nesse período o PSD apresentou seis diferentes candidatos.
António Xavier em 1989, Emídio Guerreiro em 1993, Fernando Alves Pinto em 1997 e 2001, Rui Vítor Costa em 2005, Vítor Ferreira em 2009 e André Coelho Lima em 2013.
Não importará agora referir as  várias razões pelas quais o PSD nunca conseguiu nesse período travar a hegemonia socialista a não ser uma que é,porventura, a mais importante.
A instabilidade em candidaturas (e candidatos) que originou uma certa falta de rumo na oposição ao PS com as várias mudanças de protagonistas no PSD e respectivos projectos autárquicos.
Isso terminou em 2010 quando André Coelho Lima assumiu a liderança concelhia do partido.
Num primeiro tempo, essencial, conseguiu unir o PSD como ele nunca estivera e com isso deixou de se preocupar com questões internas e pôde concentrar-se no realmente importante que era a oposição ao PS.
Num segundo tempo definiu a linha de rumo que tem sido seguida desde então e em que a derrota de 2013 não passou de um detalhe que estava no projecto dado saber-se que com um poder tão instalado e asfixiante como o socialista era impossível vencer à primeira.
Havia um caminho para fazer.
E é nesse caminho que está a diferença que permite olhar para 2017 com enorme esperança.
Não só pelo trabalho que tem sido feito por vereadores e deputados municipais na oposição porque esse trabalho sempre tinha sido feito com maior ou menor sucesso após cada derrota há que reconhece-lo.
Mas o trabalho na rua esse sim tem feito toda a diferença.
Porque desde o dia seguinte à derrota de 2013 a coligação "Juntos por Guimarães" voltou ao terreno e continuou o seu trabalho junto de instituições, associações, Ipss, clubes, autarquias de freguesia.
Ouvindo os seus problemas, as suas aspirações, apresentado as suas ideias e assumindo-se como interlocutor interessado e atento, mostrando que está presente todo o ano, ao longo dos anos, e não apenas nos dois ou três meses antes das eleições.
E as pessoas percebem isso e valorizam essa atitude.
A par de tal o candidato de 2013 e que o será novamente em 2017 (estabilidade) liderando de novo a coligação "Juntos por Guimarães" (estabilidade) tem sido de uma presença exemplar e de uma disponibilidade que merece os melhores elogios pela dedicação que traduz.
Inaugurações, procissões, aniversários de instituições, debates públicos, sessões solenes e tudo o mais que se proporcione conta com a presença de André Coelho Lima num cabal desempenho do mandato recebido do povo.
Ao ponto de em cada um desses momentos quando o presidente de câmara olha em volta a ver quem está e quem não está uma certeza tem: André Coelho Lima está lá .
Está sempre!
É um trabalho de persistência e de sacrifício (ao contrário dos vereadores do poder ,que são profissionais da política, André Coelho Lima e os colegas que o acompanham tem as suas profissões e fazem política nas horas vagas e no tempo que "roubam" à família) mas que traduz uma profunda convicção no rumo que está a ser seguido e no reconhecimento do povo a esse trabalho.
Em 2017 a coligação defrontará o PS mais fragilizado de sempre.
Pelas divisões internas resultantes da disputa entre Seguro e Costa, pela inacreditável troca de um bom deputado no Parlamento por um que anda por lá, pela incontrolável sede de poder de alguns "jovens turcos" que não se importam de atropelar tudo e todos que sejam obstáculo às suas ambições, por um presidente de câmara que não se afirma interna e externamente e que está a léguas do carisma e da autoridade que foram apanágio de António Magalhães durante os seus 24 anos de presidência.
De um lado, o da coligação, um trabalho de casa bem feito, um candidato unanimemente aceite pelos quatro partidos(PSD/CDS/MPT/PPM) que lhe reconhecem a liderança natural, equipas motivadas e uma linha de rumo definida há muito e que tem sido cumprida sem falhas.
Do outro lado,o do PS, divisões internas, desconfianças entre grupos, incertezas quanto às escolhas para as listas, liderança frágil e insegura, contagens de espingardas para guerras tão próximas como inevitáveis.
Na última assembleia municipal o vice presidente da Câmara, num "sound byte" para os camaradas aplaudirem , dizia que a coligação seria alternativa daqui a 50 anos(sic) !!!
Acertou no número mas falhou no espaço temporal.
A coligação "Juntos por Guimarães" será alternativa, sim, daqui a 50,,,semanas. Não anos!
E será uma alternativa ganhadora que porá fim a longos 28 anos de poder socialista.
Assim o creio e assim o quero.
Depois Falamos.

6 comentários:

  1. Esqueceu-se de falar no Aguiar Branco, qual reforço do Vitória, para derrotar o Bragança !! Divisões internas no PS ? Vá contando é com algumas deserções de peso no PSD...
    Contrariamente ao seu "feeling" , o meu diz-me que o PSD vai levar um empeno histórico. Já é difícil maior humilhação do que tem passado estas décadas, mas estou em crer que em 2017 será uma derrota épica do PSD em Guimarães.

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  2. Caro Anónimo:
    Cada um tem as suas convicções.
    Eu assumo as minhas às claras.
    Você esconde-se no anonimato.
    É as medida da força de cada uma das convicções

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  3. Caro Cirilo:
    Que tal enviar esse manual de campanha para todas as distritais, nacionais e etc. Alguns (só alguns)talvez entendessem as razões de sucessivas derrotas... Este barrete cai até aos pés de alguns nossos conhecidos, ai cai, cai.

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  4. Cara il:
    E acha mesmo que alguém em Lisboa está interessado em "manuais" de uma concelhia do Minho?
    Então eles não sabem já tudo?
    Uma coisa lhe digo:com humildade e boas escolhas há muitas derrotas anunciadas que podiam ser evitadas.

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  5. Há mais país que a Mouraria.
    Em Coimbra -se formos espertos- podemos apear um ror de xuxas

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  6. Cara il:
    se formos espertos...essa é a questão.
    Em Coimbra e em muitos outros sítios

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