Acabei de ler o tão badalado livro do arquitecto José António Saraiva.
Que narra os seus encontros e desencontros,almoços e jantares, conversas pessoais e telefónicas com quarenta e duas figuras da vida pública portuguesa.
Umas histórias com piada, outras nem tanto, a divulgação de alguns "segredos" a maior parte dos quais nem segredos eram porque sabidos de quase toda a gente, algumas inconfidências e uma outra pequena bisbilhotice a que o autor não terá resistido.
O autor escreve com a franqueza necessária a dizer de quem gosta e quem não gosta, quem apoiou e quem não apoiou, afinal aquilo que fez durante décadas no Expresso e meia dúzia de anos no Sol nas colunas politicas que assinou nesses jornais.
É evidente que há personagens que saem bem nos "retratos" que JAS delas traça (Eanes, Cavaco, Cunhal, Soares por exemplo) outras nem bem nem mal e outras ainda que saem mal ou muito mal mesmo.
E nestes últimos avultam nomes como José Sócrates, Paulo Portas, Manuel Maria Carrilho ou Marcelo Rebelo de Sousa.
Mas nada de extraordinário ou que choque almas sensíveis como tantos quiseram fazer crer.
Mesmo nas tais questões sexuais, que tanto escandalizaram algumas "virgens púdicas" que por aí andam, não há nada que seja realmente novo ou que agrida sensibilidades normais.
Referências mais implicitas que explicitas a personalidades como Paulo Portas, Fernanda Câncio ou Margarida Marante, num dos casos dizendo o que toda a gente sabe, não são motivo para transformar este livro no alvo de uma bolinha vermelha ao canto da capa!
É verdade que cita conversas com algumas pessoas que já morreram, quer a propósito desse tema quer a propósito de outros e que não podem apresentar a sua versão, mas em bom rigor quantas biografias se escrevem com base em testemunhos de pessoas que já faleceram quando elas são publicadas e nem por isso deixam de ser consideradas obras de referência?
Todos sabemos que muitas.
Este livro de JAS não enfileira certamente numa lista de obras de referência nem ficará para a História da literatura portuguesa.
Mas é um livro que se lê "bem" e que ajuda a explicar melhor alguns aspectos menos conhecidos da vida politica portuguesa dos últimos 30 anos.
E tanta polémica em volta dele porquê perguntará quem lê estas linhas.
Por duas simples razões.
Uma menor e que se prende com os "fieis" de alguns personagens que ficam mal no "retrato" e que por isso vieram a público diabolizar o livro.
A maior porque a máquina de propaganda do PS especialista em atacar os adversários sem olhar a meios, montada por Sócrates e mantida por Costa, aproveitou ladinamente o convite a Passos Coelho para apresentar o livro para criar embaraços ao lider do PSD e fazer dele figura central da contestação montada em volta da obra de JAS.
E há que dizer que conseguiu os seus objectivos!
Fora esses dois motivos é caso para dizer que "a montanha pariu um rato" !
Depois Falamos.
Caro Cirilo:
ResponderEliminarComo viu, a montanha pariu um rato. Até o José Manuel Fernandes disse que a histeria era feita pelos boys e girls do Pinto de Sousa.
Quanto ao buraco (físico) continua "vivinho da silva". Os outros continuam a ser mais do que os que o n/ querido al Caíde faz em toda a Lisboa.
Verídico: 3-4 militantes estavam reunidos em alegre cavaqueira, comentando a tontice a ser feita pela junta do sítio onde estavam. Porcaria, porcaria, porcaria -concordam todos. Até que um diz: «ainda tenho eu de me candidatar a presidente». Gritaria histérica de um, levemente secundada por outro: «...queres ser expulso do partido!».
Como não há candidatos nomeados, por que foi aquela confusão? Até que a expressão «eu tenho de ir resolver» é habitual. Andam muito nervosos, muuuuito nervosos...
Cara il:
ResponderEliminarPelos vistos Lisboa continua em grande animação.
Ao que leio,por este caminho,vão deixar o Al Caíde vencer umas eleições sem merecer.
Sina a nossa...
Caro Cirilo:
ResponderEliminarOs boys da Mouraria são irmãos do al Caíde, logo...
Ver só a patetice de ter um totó a fazer o programa -sem candidato. Se queriam fazer algo, podiam fazer, sem estar «on air». eu não vejo os comentários do Minorca, mas parece que tambem esteve a asnear (CM pg 52 de hoje).
Quando todos começam a dizer o mesmo, do mesmo modo, é coro ensaio dos aventais.
Nb -temos que usar pseudónimos para as coisas, porque eles estão atentos, ó se estão.
Cara il:
ResponderEliminarÉ pena que em Lisboa, e especialmente na rua de S.Caetano à Lapa, não percebam o quanto o processo de escolha do candidato na capital provoca perplexidade no resto do país.
E até, de certa forma, desanima as pessoas.
Porque quando perante um presidente fraco como Medina, que herdou o cargo do geringonçeiro-mor,não se consegue arranjar um candidato ganhador o exemplo que fica é péssimo.