Assisti, na madrugada de hoje, ao Portugal vs Azerbaijão jogo dos quartos de final do mundial de futsal a decorrer na Colômbia.
De um lado a selecção portuguesa, que tem vindo a fazer um excelente campeonato e do outro uma selecção que devia ser do Azerbaijão mas era, isso sim, um grupo de brasileiros naturalizados à pressa azerbaijaneses (alguns duas semanas antes do Mundial) e treinador por um...brasileiro naquilo que é uma completa perversão das regras desportivas e do respeito pelas competições.
Tinha imensa "piada" nos "time out" as câmaras seguirem as prelecções dos técnicos de ambas a selecções e ambos falarem português num jogo entre Portugal e Azerbaijão.
O desporto tem de se defender deste oportunismo desenfreado.
Já sabemos, até por experiência cá do rectângulo, que há muitos adeptos que se "naturalizam"como adeptos dos clubes que ganham mais vezes para com isso também eles poderem dizer que o "seu" clube ganhou mais vezes dando tristes exemplos de falta de cultura desportiva e de respeito pelos clubes das suas terras.
Mas isso são adeptos.
Agora federações naturalizarem "contentores" de atletas para tentarem ganhar competições a que com recursos próprios nem sequer iriam é uma vergonha e nada tem a ver com desporto.
Eu sei que há regras no futebol e noutras modalidades que impedem que jogadores internacionais por um pais possam representar outro mas isso, embora restringindo de forma importante o campo de perversão da verdade desportiva, não impede que se continuem a fazer habilidades deste género.
Imaginemos que o Qatar, país organizador do Mundial de 2022 (vá-se lá saber porquê mas isso são outros contos...ou dólares) e sem qualquer valia futebolística, resolve ir por esses caminhos para se transformar de num presumível "bombo de festa" numa selecção com aspirações.
Vai daí chega ao Brasil e contrata uma dúzia de jogadores que não são internacionais mas são tão bons como aqueles que o são, vai à Argentina e faz o mesmo com mais três ou quatro, vem a Portugal e entre aqueles que Fernando Santos não leva à selecção porque não sabe quem há-de tirar (mas quando vão para Porto ou Benfica Nª Srª de Fátima ilumina-o e passa a saber ...) arrecada mais dois ou três, faz o mesmo na Alemanha e pronto passa a ter uma forte selecção capaz de fazer um grande Mundial.
E isto é válido para o futebol mas também pode ser (e infelizmente tem sido) para outras modalidades de topo.
Qualquer dia o Dubai organiza um mundial de basquetebol, modalidade quase inexistente no país, vai à NBA contrata uma dúzia de americanos que nunca tenham sido internacionais pelos Estados Unidos e passa a ser uma potência a nível mundial!
E assim sucessivamente no atletismo, no andebol, no voleibol, na natação e por aí fora.
Já sei que os legalistas, aqueles que se recusam a ver para lá de leis "cegas", dirão que a partir da naturalização e consequente aquisição dos direitos cívicos passam a ser cidadãos de pleno direito do país incluindo no campo desportivo.
Sejam.
Mas nem por isso estas naturalizações originadas apenas e só pela ganância de transformar irrelevâncias desportivas em fortes selecções candidatas a títulos e troféus deixam de se ruma aldrabice, uma vergonha e um ultraje ao desporto.
Depois Falamos
P.S. Antes que os "especialistas" venham com leituras enviesadas das minhas palavras há que dizer que Portugal venceu o "AzerBrasil" por 3-2 e vai disputar as meias finais do Mundial com a Argentina.
Às vezes o Desporto vence a aldrabice!
Na realidade já aconteceu, o Qatar é o atual vice-campeão mundial de andebol.
ResponderEliminarhttp://www.dn.pt/desporto/futebol-internacional/interior/qatar-com-selecao-de-naturalizados-no-mundial-de-andebol-4346451.html
http://desporto.sapo.pt/andebol/artigo/2015/02/01/sonho-do-qatar-cai-aos-p-s-da-fran-a
Além dos naturalizados, teve umas arbitragens "amigas", algo bastante frequente neste desporto, veja-se o caso do ABC (http://pt.blastingnews.com/desporto/2015/05/andebol-federacao-europeia-pede-desculpas-ao-abc-de-braga-apos-arbitragem-vergonhosa-00412571.html).
A maior parte dos árbitros destas modalidades não recebem valores que sejam suficientes para fazer face as despesas que têm nas grandes competições, pelo que os milhões do Qatar são mais tentadores que em qualquer outra situação.
Caro Joel Martins:
ResponderEliminarÉ um belíssimo exemplo esse que dá.
Andebol, futsal, atletismo...não tarda nada está no futebol a nível de selecções A. Pode ser que então FIFA, federações e governos façam alguma coisa.
Quanto aos milhões é claro que tem razão.
Faz lembrar os tempos anteriores a 1989 em que nas competições europeias apanhar com arbitragens vindas de Leste obrigava a autênticos leilões para evitar uma eliminação anunciada
Portugal venceu e com grande arte de Ricardinho naquele golo!
ResponderEliminarCaro Mr Karvalhovsky:
ResponderEliminarSem sombra de duvida.
Mais um momento de magia de quem tem proporcionado tantos