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segunda-feira, setembro 26, 2016

Consistência

O Vitória obteve na noite de ontem em Moreira de Cónegos um triunfo feliz, bem melhor que a exibição, depois de um jogo que não lhe correu particularmente bem e em que nalguns períodos o Moreirense em inferioridade numérica conseguiu superiorizar-se.
Digamos que foi um triunfo bafejado por uma pontinha de sorte.
O que em si nada tem de prejudicial ou errado porque noutras oportunidades ao longo dos anos temos visto escaparem-se-lhe triunfos bem merecidos,corolário de boas exibições, precisamente por lhe faltar a tal ponta de sorte que faz parte do futebol.
O jogo de ontem era de muito razoável grau de dificuldade.
Não por questões de rivalidade (com todo o respeito e simpatia pelo Moreirense ele não é rival do Vitória) mas porque o terreno de jogo é mais pequeno que aqueles a que o Vitória está habituado o que dificultou a explanação do futebol a seu gosto, porque o adversário precisava de pontos e porque o próprio Vitória vinha de dois resultados negativos e havia que inverter o ciclo.
Devo dizer que face a tudo isso, mas especialmente às dimensões do terreno a convidarem a um futebol de muito contacto, esperava que o Vitória entrasse em campo com outra disposição táctica nomeadamente povoando melhor o miolo do terreno que era presumivelmente a zona onde tudo se decidiria.
Por exemplo com Tozé em vez de Hurtado.
A opção do treinador foi outra, preferindo manter o onze e o dispositivo que lhe são habituais, e a equipa deu-se mal com isso porque depois de uma razoável entrada em jogo a dominar o adversário e a carregar sobre a sua baliza assistiu a uma recuperação dos "cónegos" que tendo mais unidade na intermediária foram ganhando supremacia e anulando a construção de jogo vitoriana com João Pedro e Rafael Miranda sempre metidos num colete de forças por vários adversários.
Foi então que Bruno Paixão, essa aberração de árbitro, resolveu "entrar" em campo.
Não marcando(mal) um penálti sobre Marega e expulsando(bem) Neto e com isso tendo influência no desenrolar da partida porque com as equipas em desigualdade numérica as circunstâncias mudaram.
Curiosamente com o Vitória a piorar a sua produção, relembrando os tempos de Rui Vitória em que a equipa tinha grandes dificuldades quando se encontrava em superioridade numérica, enquanto o Moreirense juntando as suas linhas conseguiu tornar-se uma equipa muito consistente a defender e organizada a contra atacar causando vários calafrios à equipa vitoriana.
E aí Pedro Martins não foi feliz ao mexer na equipa.
Porque se a saída de Hurtado há muito que se justificava dada a sua nula produção a de João Pedro (salvo lesão que a isso obrigasse) fragilizou a equipa que passou a defender pior e a sair mais lentamente para o ataque porque tudo que João Pedro faz a correr Bernard faz a passo e essa lentidão contagia a equipa.
Depois a saída, lesionado, de Rafael Miranda obrigou a utilizar o lateral direito João Aurélio como trinco( não percebi que o convocado Tozé não fosse para o banco) e é evidente que pese embora a entrega ao jogo aquela não é a sua "praia" pelo que foi mais um incentivo para a pressão adversária.
Valeu,uma vez mais, Marega.
Que num contra ataque,como tanto gosta, teve a arte e a persistência de fazer o golo que valeu três pontos e recompensou da melhor forma a grande exibição...dos vitorianos nas bancadas que bem mereceram o triunfo.
Em suma um triunfo algo feliz mas que deixou a claro alguma falta de consistência na equipa, especialmente nas saídas para o ataque, fruto provável da inexistência de um verdadeiro "10" que pegue no jogo, leve a bola para o ultimo passe e marque o ritmo da exibição acelerando e diminuindo a intensidade conforme for mais conveniente.
Quanto a Bruno Paixão fez uma arbitragem a seu nível.
Péssima.
Depois Falamos.

7 comentários:

  1. É uma boa análise ao jogo.

    No entanto não posso deixar de salientar, que não está a ser justo com a avaliação ao trabalho do Bruno Paixão.

    Se a ideia era fazer uma avaliação global, não deveria falar em lances específicos, se a ideia é falar dos lances mais marcantes, deveria referir o lance do João Aurélio.

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  2. Mike_the_Bike5:21 da tarde

    Caro Luís Cirilo,

    Não digo que tenhamos merecido a sorte de termos ganho o jogo, mas digo que também merecemos ser felizes, às vezes, quando as coisas não nos correm tão bem.
    Vamos lá ver se no próximo jogo, em circunstâncias diferentes, as coisas nos correm melhor, e se conseguimos somar mais 3 pontos.
    Vamos lá ver também se conseguimos arranjar um patrocinador nas camisolas para esse jogo, talvez o Café Cunha, ou o Talho Boi Manso. Incrível esta ideia (?!??!?!?), até me sinto envergonhado.

    Miguel

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  3. Francisco Guimarães5:39 da tarde

    De todos os 5 jogos que vi (um deles não vi porque já sabia o resultado) foi mesmo a pior exibição do Vitória neste campeonato.
    Tivemos uma quantidade de sorte igual à quantidade de azar que tínhamos tido contra Os Belenenses, e assim ganhamos os 2 pontos que tínhamos perdido antes.
    Mas ainda nos falta ter a mesma quantidade de sorte que não tivemos no 1º jogo do campeonato, por isso, ainda teremos direito a mais um pontinho num outro jogo nosso que seja tão mal jogado por nós como este.
    Como é evidente espero que não, que não joguemos assim tão mal outra vez e que as vitórias apareçam mais vezes por mérito próprio.
    Sendo certo que este plantel ainda tem desequilíbrios e algum défice de jogadores no meio campo e até na defesa, também é certo que o Vitória vem apresentando um futebol positivo, dinâmico e "virado" para a frente, que, diga-se de passagem, eu já tinha saudades de ver e que galvaniza os adeptos.

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  4. Saganowski8:38 da manhã

    "Em suma um triunfo algo feliz mas que deixou a claro alguma falta de consistência na equipa, especialmente nas saídas para o ataque, fruto provável da inexistência de um verdadeiro "10" que pegue no jogo, leve a bola para o ultimo passe e marque o ritmo da exibição acelerando e diminuindo a intensidade conforme for mais conveniente."

    Inexistência de um verdadeiro "10"? Só se for em campo, porque no plantel ele está lá, embora teimem em não o utilizar. Chama-se Tozé!!!
    Abram os olhos, antes que seja tarde demais!

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  5. Caro Joel Martins:
    Pode parecer injusto mas Bruno Paixão quando entra em campo já está mais que avaliado. são vinte anos de disparates e fretes aos mais fortes.
    Caro Miguel:
    Tem razão.
    E eu também referi que noutras ocasiões mérito e exibição não tem conseguido o melhor resultado.
    Quanto ao próximo jogo vai ser precisa uma exibição bem melhor para podermos ambicionar o triunfo.
    A publicidade...é melhor nem dizer mais do que considerar que esta situação é realmente uma vergonha.
    Caro Francisco Guimarães:
    Dos que vi foi realmente o menos bem conseguido. Valeu pelo resultado. Mas creio que mesmo com lacunas evidentes temos plantel para fazer uma boa época.
    Caro Saganowski:
    Desta vez não estou de acordo contigo no que se refere a Tozé.
    Porque duvido que tenha as caracteristicas de um verdadeiro"10". Embora achando que é um jogador útil e que em Moreira de Cónegos podia dar mais consistência à equipa. Mais que o Bernard dava de certeza

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  6. A venda de publicidade deve ser feita de forma a maximizar a receita final.
    Se não há neste momento outros interessados, é a opção que o Vitória tem de fazer receitas, sem estar já a comprometer a camisola por uma ninharia até final da época.

    Repare-se que o Braga também ainda não conseguiu um patrocinador, por isso não é um problema específico nosso.

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  7. Caro luso:
    Com os problemas do Braga podemos nós bem.
    De resto não acredito que não existam empresas interessadas em patrocinar o Vitória por uma época inteira.
    Preciso é procurá-las e não ficar de perna cruzada à espera que elas apareçam

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