O mercado de transferências fechou à meia noite mas resolvi deixar passar vinte e quatro horas para poder fazer um balanço sereno, e uma reflexão justa, sobre as movimentações de ultima hora nele feitas pelo Vitória.
Já sabíamos todos (acho eu...) que o plantel do Vitória apresentava lacunas e que por isso a SAD se estaria a movimentar para até 31 de Agosto as conseguir colmatar.
Recebidos os empréstimos de Hernâni, Bernard e Prince constatava-se que ainda assim faltavam jogadores para posições cruciais pelo que se aguardavam novas entradas pensando-se, dentro de uma lógica de grupo, que não haveria lugar a mais saídas porque há a defender o interesse das duas equipas profissionais.
Claro que quando o fiel jornal "O Jogo" avançou com a intenção da SAD em emprestar cinco jogadores (infelizmente é sempre pelos "pombos correios" que se sabem as novidades do clube) foi fácil perceber que alguns já estariam comprometidos e os outros só não estariam se não fosse possível chegarem a acordo.
Pelo caminho houve ainda a triste rábula do sérvio Brasanac, que de manha chumbou nos exames médicos em Guimarães e de tarde passou em Sevilha, naquilo que bem podia ter sido evitado se a opção tivesse sido por dizer a Verdade em vez de ser posta a circular uma mentira de perna curta.
E chegou-se ao ultimo dia de transferências.
Em que saem três jogadores do grupo e não entra nenhum.
Rigorosamente nenhum.
Pelo que nem com a maior das boas vontades se pode considerar que o balanço é positivo.
Porque não é.
Desde logo porque o grupo (equipas A e B) fica mais fraco, com menos opções, deixando as equipas vulneráveis a lesões, castigos, abaixamentos de forma.
E se a A tem o objectivo europeu a B tem o de não descer de divisão.
Depois porque duas das saídas fortaleceram equipas que nos últimos anos tem sido adversários directos do Vitória.
Paços de Ferreira (Ricardo Valente) e Estoril (João Afonso).
A terceira, o empréstimo inexplicável de Rui Areias ao Porto, merecerá texto à parte.
E se a saída de João Afonso ainda poderia ser remotamente explicada pelo ingresso de Prince (sai um,entra outro,continua a faltar um central experiente) a de Valente é completamente inaceitável.
Desde logo porque é um goleador (especialmente se o deixarem jogar na área como fez Rui Vitória e ele conseguiu oito golos em meio campeonato), um avançado com instinto de baliza que seria sempre uma alternativa a Marega, Soares e...Areias.
Assim com o empréstimo de dois pontas de lança no ultimo dia de mercado o Vitória fica curto de opções e sujeito a problemas com lesões e impedimentos de outro género como é o caso de Marega não poder defrontar o Porto.
Mas pior ainda é Valente ter sido emprestado a um concorrente directo e com clausula de compra.
O que significa que se tiver sucesso o Paços não só lucra com os golos mas ainda com a aquisição do jogador a preço já estipulado e a possibilidade de o revender de imediato com lucro considerável.
O verdadeiro negócio da China.
É muito difícil, mesmo com boa vontade, perceber esta gestão desportiva da SAD do Vitória que enfraquece sistematicamente os grupos de trabalho quando eles dão indicações de poderem ter sucesso de acordo com a vontade dos adeptos.
Recordo apenas a forma como a equipa que venceu a Taça de Portugal foi desfeita em três anos (resta Douglas) e a equipa que liderada por Rui Vitória seguia em segundo lugar na Liga quando em Janeiro de 2015 se viu amputada de Hernâni e Traoré entre outros.
Por isso, com grande pena minha enquanto vitoriano, concluo que este fecho de mercado foi claramente nocivo,por culpa própria, aos interesses e objectivos do Vitória.
Equipas A e B.
Desejo,obviamente, que mesmo assim tudo corra pelo melhor e as equipas não se ressintam das saídas inexplicáveis e das entradas que não se concretizaram.
Mas não me parece que seja este o tipo de gestão desportiva que melhor defenda os interesses do Vitória.
São erros e decisões incompreensíveis a mais!
Uma reflexão final:
Não sei se Pedro Martins concordou ou se conformou com estas saídas.
Se concordou...fico preocupado.
Se se conformou...faria bem em analisar o que foi o percurso de Rui Vitória no Vitória.
De certeza que tirará ilações bem interessantes que lhe podem ser muito úteis.
Depois Falamos.
P.S. : Uma constatação dolorosa mas que explica muita coisa.
No ultimo dia de mercado o Vitória emprestou três jogadores e não recebeu nada por isso.
O Braga vendeu dois e encaixou vinte e dois milhões de euros!
Mais ou menos o valor do passivo vitoriano em 2012.
É a diferença que explica muitas diferenças.
Caro Luís Cirilo.
ResponderEliminarConcordo 100% com a sua analise. Nenhum destas saídas faz sentido. Mesmo sabendo que o João Afonso deixou-se perder (tem potencial e parecia ser aposta certa de futuro), será que não tira o lugar ao Moreno no plantel? O Moreno é para transmitir a mística? Que mística? É para transmitir os valores do Vitória? Que valores é que ele transmite? Se calhar o Areias até era mais útil neste sentido. Não consigo perceber o lugar do Moreno no plantel. Nem é útil para a equipa A nem para a B.
Fernandes.
95% do Vitorianos vivem "do imediato". Só querem saber se a bola entra.
ResponderEliminarO mal do VITÓRIA é que sempre teve dirigentes que, na globalidade, se serviram do VITÓRIA. Hoje até os sócios são vistos como inimigos do "projecto". A única utilidade é o dinheiro das quotas.
Veja-se a quantidade de jogadores "comissionados" que estão nos plantéis do VITÓRIA.
Alguns nem para a regional serviam.
"Hoje" quem manda no VITÓRIA é a "Torre das Antas".
Na próxima jornada ELES a comerem coquetes e babarem-se por estarem na presença de "Sua Santidade" decadente. NÓS a apoiar e a sofrer.
Caro Fernandes:
ResponderEliminarO que o o Moreno faz hoje na equipa já é pouco diferente do que faz o Flávio Meireles a partir do banco e na convivência diária com o grupo. Achando eu que o moreno deve continuar no clube acho que é cada vez mais tempo de se pensar em que função poderá continuar a ser útil.
Nessa perspectiva claro que a saí do João Afonso é um erro.
Caro Pedro Pinto:
ResponderEliminarTenho dificuldade em discordar de si.
Apenas divirjo na má opinião que tem sobre os dirigentes do clube.
Ao longo de 94 anos de História tivemos grandes presidentes e directores que deram muito ao Vitória (às vezes do que era seu) e serviram o clube de forma exemplar e por isso não merecem ser metidos no mesmo saco de alguns maus exemplos mais recentes.
É evidente, e aí estamos totalmente de acordo,que nunca como hoje a vontade e a opinião dos sócios valeu tão pouco. Sendo igualmente verdade que a sua exigência e vontade reivindicativa nunca foram, por vontade própria, tão pequenas.
Quanto a jogadores, comissões, subserviência tudo um dia se saberá.
E seguramente há gente que vai ficar mal na fotografia.
Caro Luís Cirilo, que não conheço pessoalmente, quando falo de dirigentes refiro-me, especialmente, a "Emílio Macedo da Silva & Cia, Lda." e a "Eng.º,DONO e Comissões, Lda.".
ResponderEliminarSaudações VITORIANAS.
Caro Paulo Pinto:
ResponderEliminarAssim sendo nada a dizer
Preparemo-nos para uma classificaçao como a da epoca passada,ou mais abaixo ainda !
ResponderEliminarEnquanto esta cambada se mantiver a comer na pia a gestao continuara a ser escandalosa !
E tudo isto porque infelizmente tambem somos unicos a falar e a protestar menos no devido local onde se deviam fazer ouvir e a acabarem com a mama dos porcos que empestam o Nosso Clube !
Temos de ser contundentes e caso hajam resistencias,tambem ate violentos !
Isto ja nao vai la com murros na mesa !Tem de ser mesmo nas trombas desses parasitas velhacos que andam a gozar connosco !
E lindissimo ter educaçao,boas maneiras,e diplomacia,mas chega a um ponto que nao se aguenta mais tanta merda de tantos ratos que estamos a deixar acumular !
Ha que reunir e desparasitar definitivamente este Clube !
Deixemo-nos de nos preocupar em parecer desordeiros ! Isto esta mais e a precisar e de uma daquelas arruaças das antigas que tao bons resultados davam !
E HORA DE RESOLVERMOS ISTO A GUIMARAES !!!
Caro De Guimarães:
ResponderEliminarCreio que a solução passará sempre por os sócios afirmarem a sua vontade dentro do previsto nos estatutos do Vitória.
Ou reconduzindo quem está ou optando pelas alternativas que em 2018 apareçam.
Naturalmente que há cada vez mais pessoas, creio eu, fartas de ver o clube a marcar passo.
Mas não podemos nunca optar por radicalismos ou violência.
Eu acredito no Estado de Direito.