O desporto tem, como é sabido, uma importância que vai muito para lá dos resultados, das competições, dos recordes, das vitorias individuais e colectivas.
Funciona também como factor de aproximação de comunidades e países, de culturas e religiões, de regiões e continentes.
Mas não se esgota aí.
Funciona muitas vezes como factor de denúncia.
De regimes políticos, de injustiças e discriminações, de racismo e tantas outras formas de perseguição entre seres humanos que deviam ser iguais nos direitos e nos deveres.
E nesse aspecto em múltiplas ocasiões os Jogos Olímpicos tem sido muito importantes, face ao mediatismo global que encerram e ao significado de que se revestem, para que essas denúncias tenham um impacto que de outra forma nunca teriam.
Bastará recordar a importâncias das medalhas de ouro de Jesse Owens em Berlim 1936 ,pelo que elas significaram de humilhação para Hitler e o regime nazi, ou a denúncia nos Jogos do México em 1968 dos velocistas norte americanos John Carlos e Tommie Smith sobre o racismo que ainda se viva no seu país e que deu um impulso importante ao movimento pelos direitos cívicos.
No Rio 2016 impressionaram-me particularmente as imagens de um jogo de voleibol de praia entre Alemanha e Egipto em que as atletas egípcias envergavam equipamentos completos que apenas deixavam ver mãos e pés porque todo o restante corpo se encontrava completamente tapado face às imposições religiosas de uma religião,o islamismo, que continua a fazer das mulheres objecto de uma discriminação abjecta.
Seguramente que esse "equipamento" além de nada cómodo para a prática da modalidade ainda acarreta o desconforto de num clima quente e num desporto jogado ao ar livre sujeitar as atletas a um duro desconforto adicional.
E por isso espero que estas imagens, que correm mundo, façam mais pelos direitos das mulheres nalguns países árabes/islâmicos do que centenas de discursos bem intencionados mas cujo efeito tem sido pouco ou nenhum.
É verdade que tem existido algum progresso e a presença de mulheres em representação desses países, mesmo trajando estes equipamentos humilhantes, é um passo na direcção certa e representa o quebrar de algumas barreiras.
Mas é preciso a evolução se mais rápida e muito mais eficaz.
Para que no século 21 não haja quem continue a viver como na Idade Média.
Depois Falamos
Segundo esse ponto de vista, se na maioria dos países se jogasse em topless, as jogadores portuguesas ou teriam de adoptar a mesma indumentária ou seriam apelidadas de coitadinhas, que eram oprimidas pelos homens do seu pais.
ResponderEliminarSinceramente não aprecio denúncias a tentar impingir comportamentos a outras sociedades considerando a nossa a superior. Uma coisa é em roma ser romano, outra é em teerão ser obrigado a ser romano :)
Caro Cirilo,
ResponderEliminarNão tendo intenção de estabelecer um paralelo com o tema do seu post - sendo grave, o parolismo neste pais é um "sub-problema" face ao que refere - é, ainda assim, digna de denúncia a ausência se projecção dada ao que se passou junto ao estádio de aveiro neste domingo. Atente nisto: https://youtu.be/coPmCOrfP4o
Não é dificil de imaginar o que teria sucedido e qual teria sido a repercussão mediática caso os intervenientes fossem de Guimarães. Como em causa estão os parolos lampiões, não se passou nada, não aconteceu nada.
Nas imagens são visíveis "adeptos" dos milhafres, afiliados a uma claque ilegal mas financiada pelo clube do traficante, que se deslocam sempre em carrinhas de nove lugares, sem escolta ou acompanhamento policial. Já sofremos com a sua acção em Guimarães e, não fossem os grupos, as coisas podiam ter corrido muito pior. Até quando é que isto vai durar? Vão ter que ser civis a fazer a folha a estes animais do ghetto?
Destaque também para as vocalizações de apoio audíveis no vídeo; dignas de simios, na linha do que se espera de "adeptos" deste tipo de "clube".
Cumprimentos,
Caro MF:
ResponderEliminarE outra coisa ainda é jogar com equipamentos completamente inadequados apenas porque há uma religião que considera as mulheres como pessoas de segunda categoria que tem de andar completamente tapadas. O século 21 exige denúncias e não contemporizações com este tipo de discriminação e obscurantismo.
Caro JRV:
Tudo isso se insere na inaceitável tolerância para com esse clube.
A quem se aceitam todos os comportamentos, desde as claques violentas às prendas aos árbitros, em nome de uns míticos seis milhões de adeptos que aterrorizam os poderes políticos.
Claro que se fossem os adeptos vitorianos a portarem-se dessa forma abriam-se telejornais com essas imagens.