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quinta-feira, julho 07, 2016

A Guerra dos Tronos II (PS)

Não deve haver em Portugal um distrito em que o PS tenha tantos problemas nas câmaras por si presididas como no distrito de Braga!
Onde tem sete câmaras e...sete problemas!
Caso a caso:
Amares: A história é conhecida. O presidente Manuel Moreira zangou-se com o PS, pelo qual fora eleito, deu pelouros ao PSD e é provável que venha a ser o candidato deste partido em 2017 o que significará uma provável reconquista de Amares por parte dos social democratas.
Barcelos: Bem, Barcelos, é a verdadeira guerra civil socialista com o presidente Miguel Costa Gomes em guerra aberta com o PS que liderado pelo deputado Domingos Pereira (que quer ser candidato à Câmara em 2017) abandonou a vereação camarária sendo impossível prever os próximos capítulos tal a velocidade a que as coisas se vem processando.
Poderia (poderá?) ser uma oportunidade de ouro para o PSD recuperar a outrora sua mais emblemática câmara mas não sei se o partido já conseguiu superar os traumas da inesperada derrota de 2009 e as divisões que se seguiram.
Se sim, e se encontrar um candidato que una as hostes e não acentue as fracturas, Barcelos poderá ser uma reconquista marcante das próximas autárquicas.
Cabeceiras de Basto: As divisões no PS já vem das ultimas autárquicas quando o partido se dividiu ao meio entre o PS "oficial" que elegeu China Pereira (que entretanto se aborreceu com o tutelar Joaquim Barreto e bateu com a porta) e o PS contestatário a Barreto que sob a liderança de Jorge Machado concorreu sob a sigla "Independentes por Cabeceiras) e obteve um resultado idêntico ao da lista oficial elegendo também três vereadores.
Ficou o solitário vereador do PSD a ser o fiel da balança entre os dois PS num município que foi durante muitos anos liderado pelos social democratas (com Mário Campilho) e no qual o PSD e depois a PAF vencem folgadamente as eleições legislativas.
Tudo indica que em 2017 a divisão se manterá com o actual presidente Francisco Alves a enfrentar a recandidatura de Jorge Machado mantendo a divisão no PS.
Pode, neste cenário altamente favorável, o PSD vencer em Cabeceiras de Basto?
Poder pode...
É assunto a que voltarei.
Fafe: Outrora uma fortaleza socialista com Parcidio Sumavielle e José Ribeiro o PS fafense está agora fortemente dividido entre os afectos ao actual presidente de câmara,Raul Cunha, e os saudosistas do anterior presidente,José Ribeiro, divisão que terá expressão máxima nas próximas eleições para a comissão política do PS local.
Ganhe quem ganhar as feridas ficarão abertas e proporcionarão ao PSD uma oportunidade excelente de ganhar muito terreno e até aspirar a vencer um município que já não ganha desde 1976!
A estratégia seguida tem sido inteligente agora há que dar-lhe a devida sequência.
Guimarães: É um caso interessante.
Porque é o município em que as divergências internas do PS são menos perceptiveis para a opinião pública,embora existam e fortes, e simultaneamente será a câmara em que o PSD é oposição em que o partido está mais forte, mais organizado e onde leva a cabo uma oposição mais consistente.
No PS local há linhas de fractura evidentes deixadas pela disputa Seguro/Costa, pela escolha do deputado à AR, pela preponderância do eixo Taipas-Moreira de Cónegos e consequente desagrado noutros sectores, pela escolha dos membros da lista que vai concorrer em 2017 (quem entra e quem sai...),pelo progressivo distanciamento de António Magalhães e seus incondicionais desiludidos com a prestação de Domingos Bragança enquanto presidente do município.
Do lado do PSD há um candidato assumido, uma coligação(PSD/CDS/MPT) que se apresentou em 2013 e vai reapresentar em 2017 que tem funcionado muito bem, um trabalho de fundo que recomeçou na segunda feira seguinte ás ultimas eleições autárquicas, vereadores e deputados municipais dos três partidos que tem mostrado trabalho e, essencialmente, um PSD unido como nunca.
É a Câmara mais difícil de conquistar ao PS depois de 28 anos de poder absoluto dos socialistas  e com orçamentos que dão para muitas "flores".
Mas nunca nestes 28 anos essa vitória pareceu tão possível como nas próximas autárquicas.
Terras de Bouro: É eleitoralmente o concelho mais pequeno do distrito (menos de 8.000 eleitores) pelo que basta meia dúzia de famílias mudarem de opinião (o exagero é para ilustrar melhor a dimensão) para a câmara mudar de partido liderante.
Durante muitos anos um feudo do PSD e de José Araújo  (que venceu pelo PSD, pela AD, pelo CDS e novamente pelo PSD)até 2001, teve depois António Afonso  pelo PSD entre 2001 e 2009 data em que o actual presidente ,Joaquim Cracel, venceu pelo PS renovando a vitória em 2013.
Neste momento o PS estará nervoso com o "tabu" de Cracel que ainda não anunciou se se recandidatará a terceiro mandato e se fazendo-o o fará pelo PS dado ser independente.
Será o menor problema do PS no distrito mas nem assim deixa de ser problema.
E ,claro, uma oportunidade para o PSD.
Vizela: Outra guerra civil.  
Vice presidente da câmara(Vítor Hugo Salgado) tenta ser o candidato do PS, é derrotado na comissão política e o presidente (Dinis Costa) retira-lhe a confiança política e os pelouros que detinha. 
Inconformado o ex vice presidente anuncia candidatura com ou sem PS.
Uma situação muito idêntica à de Cabeceiras de Basto com a  diferença de que em Vizela o PSD está eleitoralmente muito mais próximo do PS (cerca de 1000 votos a menos) e sob a liderança de Luís Miguel Lopes tem vindo a recuperar paulatinamente das enormes diferenças de votos registadas em 2001 e especialmente 2005.
Outra câmara em que o PSD, liderando uma coligação com o CDS, pode estar próximo da vitória.
Que será a primeira neste município outrora parte integrante do concelho de Guimarães.
É esta a situação nos municípios socialistas do distrito de Braga.
Que permite ao PSD a expectativa de reforçar substancialmente a sua posição e até alcançar a maior vitória de sempre em termos de número de presidências.
Haja engenho e arte.
Depois Falamos

P.S Um destes dias escreverei um terceiro texto sobre este assunto.
Aprofundando ideias sobre o que, na minha modesta opinião, deve ser a estratégia do PSD em cada um dos municípios PS e deixando algumas sugestões sobre candidatos e candidaturas.
Na qualidade, que muito me orgulha, de militante de base do partido.

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