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segunda-feira, junho 27, 2016

Pragmatismo "Grego"

E no primeiro jogo do "mata,mata" Portugal esteve como peixe na água bem ao jeito daquilo que Fernando Santos tanto gosta.
Um jogo muito táctico, marcações em cima a meio campo, enorme rigor defensivo e um "adormecimento" do adversário propício a num rápido contra ataque se marcar um golo e resolver o desfecho da eliminatória.
A "receita" que tantas vezes aplicou no comando da Grécia!
Foi para isso que FS montou a equipa.
Procedendo a alguma alterações no onze inicial,que se vieram a revelar bem sucedidas, povoando o meio campo e deixando na frente os "suspeitos" do costume- Nani e Ronaldo- abandonados face a uma táctica de jogo que raramente lhes proporcionou (excepto aos 117 minutos...) já não digo o apoio afim de criarem perigo mas ao menos a bola para poderem jogar!
Na defesa, face até a alguma insegurança face à Hungria, a entrada de Fonte (percebe-se que aos 38 anos os tempos de recuperação são mais longos e seria arriscado Ricardo Carvalho fazer quarto jogo em onze dias) revelou-se acertada porque fez um jogo sem falhas nem complicações, Cédric cumpriu bem no plano defensivo e permitiu descanso a Vierinha enquanto Raphael Guerreiro voltou ao "seu" lugar com toda a naturalidade e este trio mais Pepe (melhor em campo a grande distância na minha opinião) asseguraram a inviolabilidade da baliza de Rui Patrício que teve um jogo mais sossegado do que esperaria.
No meio campo continuaram William, João Mário e André Gomes mas foi na entrada de Adrien que residiu o "segredo" do sucesso constituído pelo facto de Portugal ter bloqueado muito bem as movimentações e os remates de meia distância dos dois melhores jogadores croatas-Modric e Rakitic- que nunca tiveram espaço e a oportunidade de outros jogos.
E parte desse mérito residiu na capacidade táctica e de entrega ao jogo de Adrien (para mim a melhor exibição portuguesa a seguir a Pepe) que fez um jogo quase perfeito em termos defensivos ,correndo a imensidade de quase 14 quilómetros o que é espantoso ainda para mais no final de época, e se tornou num "pesadelo" para Modric que não conseguia ter bola sem imediatamente o português lhe cair em cima.
Quanto ao jogo em si Portugal conseguiu que a Croácia fizesse um papel idêntico ao de...Portugal nos jogos anteriores.
Os croatas tiveram 60% de posse de bola, remataram 22 vezes contra seis dos portugueses, seis cantos a favor contra dois, fizeram seis faltas e sofreram 28(!!!) mas a verdade é que não conseguiram ganhar nem sequer marcar um golo.
A exibição "à grega" de Portugal acabaria por se revelar mortífera para a Croácia.
Que querendo resolver o jogo sem recurso a penáltis cometeu o "pecado mortal" de a três minutos do fim dar espaço a Renato Sanches para fazer aquilo em que faz a diferença (acelerar o ritmo de jogo). espaço a Nani para um cruzamento a régua e esquadro,espaço a Ronaldo para desferir um remate que se revelou impossível para o guarda redes segurar e espaço a Quaresma para, qual Harry Potter, o momento de magia que foi um golo a três minutos do fim de uma equipa cujo ultimo remate perigoso tinha sido noventa e sete minutos antes numa cabeçada de Pepe a rasar a trave!
Está feito como diria Marcelo Rebelo de Sousa!
E agora a Polónia.
Uma equipa que não tendo a qualidade da croata não está nos 1/4 de final por acaso e tem jogadores de indiscutível talento.
E daí prever-se que FS prepare a equipa para mais uma exibição "grega".
Desde que ganhem...já não vale a pena sermos esquisitos
Depois Falamos.

4 comentários:

  1. Boa tarde Sr. Cirilo,

    Grande vitória, muito sofrida frente a uma grande seleção. Tivemos a tal pontinha de sorte que por vezes é bem precisa e nos faltou noutras ocasiões. A defesa e meio campo estiveram muito bem, a que não será alheio as alterações de FS. Cedric, Guerreiro e Adrien estiveram excelentes. Destaque ainda para a boa entrada em jogo de Renato Sanches.Pena foi a ausência do ataque. Nani e Ronaldo perdidos lá na frente, não havendo qualquer ligação entre o meio campo e o ataque, o que é preocupante.
    O próximo jogo será também muito complicado. A Polónia, mesmo não tendo a qualidade da Croácia, tem uma defesa muito certinha(apenas 1 golo sofrido em 4 jogos) e bons valores à frente mas também não têm acertado muito nas redes(3 golos em 4 jogos)embora tenham tido bastantes ocasiões.
    Posto isto, penso que será um jogo equilibrado e sem favoritos. Atrevo-me a dizer que um golo será suficiente para passar, tanto para uma equipa como para a outra.
    Força Portugal.

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  2. Caro Miguel:
    Portugal vai fazer, frente à Polónia, mais um jogo "à grega".
    Fechado lá atrás, meio campo povoado, entrega da iniciativa ao adversário na expectativa que num contra ataque um dos 3 Mosqueteiros (Ronaldo-Quaresma-Nani) com a ajuda do 4º Mosqueteiro-eles eram quatro- (Renato Sanches) resolva.
    E se passarmos a Polónia assim nas meias finais será igual.

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  3. se em 2004 alguem dissesse que a Grecia seria campea europeia talvez a resposta mais usual seria" nao bates bem".mas assim o foi e com merito.e sera isso que ficara para sempre na historia.nao que Portugal jogava como jogava, em casa, com o seu publico.e isso que se pede a esta geracao que podera alcancar o mesmo que a Grecia em 2004.
    o futebol bonito aliado aos bons resultados nao esta ao alcance de qualquer equipa, nem de qualquer treinador, e convenhamos que o Fernando Santos nao e muito famoso pelo futebol apelativo das suas equipas.pedia-se um pouco mais de futebol mas o grande objectivo sera sempre ganhar,seja de que forma for.

    ps: ja por aqui disse que me tento desligar da selecao e que o Vitoria e a minha equipa, nao vou negar isso, mas tambem nao escondo qie quando chegam estas alturas o sentimento dispara.
    sim, porque apesar de tudo o que e relativo a este pais, seja bom ou mau, tenho muito orgulho em ser Portugues.

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  4. Caro Paulo Sousa:
    Começando pelo post scriptum devo dizer que somos dois.
    E embora me desagrade imenso o que passa em volta da selecção (interesses) quando a bola rola o resto vai para segundo plano.
    Quanto ao resto é evidente que o importante é ganhar.
    Mesmo sem jogar bom futebol.
    O problema é que FS não é apenas um treinador defensivo que aposta em sistemas tácticos muito conservadores e pouco apelativos para os espectadores.
    Ele também escolhe mal a equipa e falha nas substituições

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