Filiado em 21 de Janeiro de 1975 conheço pessoalmente todos os presidentes da JSD com excepção do primeiro, António Rebelo de Sousa, que saiu do PSD no final dos anos setenta e depois de andar pelo PS abandonou a actividade política.
Os outros conheço-os todos.
Uns melhor, outros pior, com maior proximidade em relação a alguns (e até amizade pessoal nalguns casos) com maior distância em relação a outros como é normal nas coisas da vida.
Esta reflexão vem a propósito de uma entrevista que li por estes dias, de um ex presidente da JSD de quem sou amigo mas do qual discordo nalgumas coisas e concordo em muitas mais como é também normal entre companheiros de partido, em que ele defendia que no próximo congresso o líder Passos Coelho devia rejuvenescer os orgãos nacionais.
Acho exactamente o contrário.
Penso que os deve "envelhecer" chamando pessoas com percurso político conhecido, vida profissional distinta da política, prestigio angariado na profissão e na política e que constituam referências positivas para os cidadãos que olham para os partidos com cada vez maior exigência.
Penso que a JSD ,ao longo dos anos mas especialmente na ultima dúzia de anos tem dado ao partido quadros políticos em número suficiente para fazes inveja a muitas equipa B do futebol que bem gostariam de por a jogar nas respectivas equipas A tantos "craques" como a JSD projectou para a primeira linha do PSD.
Veja-se:
- António Rebelo de Sousa (31 Mai. 1975 – Dez. 1978; Secretário-Geral)
- António Lacerda de Queiroz (Dez. 1978 – Nov. 1982)
- Pedro Pinto (Nov. 1982 – Out. 1986)
- Carlos Coelho (Out. 1986 – Mar. 1990)
- Pedro Passos Coelho (Mar. 1990 – Dez. 1995)
- Jorge Moreira da Silva (Dez. 1995 – Set. 1998)
- Pedro Duarte (Set. 1998 – Set. 2002)
- Jorge Nuno Sá (Set. 2002 – Mar. 2005)
- Daniel Fangueiro (Mar. 2005 – Abr. 2007)
- Pedro Rodrigues (Abr. 2007 – Nov. 2010)
- Duarte Marques (Nov. 2010 – Dez. 2012)
- Hugo Soares (Dez. 2012 - Dez. 2014)
- Simão Ribeiro (Desde 14 de dezembro de 2014)
A JSD teve até hoje treze líderes.
António Rebelo de Sousa e António Lacerda de Queiroz estão hoje fora da política.
Pedro Pinto é vice presidente do PSD e deputado.
Carlos Coelho é deputado europeu à quatro ou cinco mandatos.
Pedro Passos Coelho é presidente do partido e deputado.
Jorge Moreira da Silva é o primeiro vice presidente e deputado.
Pedro Duarte está, neste momento, sem cargos no partido mas anuncia-se o regresso para breve.
Jorge Nuno Sá , Daniel Fangueiro e Pedro Rodrigues estão nas suas vidas profissionais.
Duarte Marques, Hugo Soares e Simão Ribeiro são deputados.
E citei apenas os presidentes.
Porque se fosse a esmiuçar até ao nível de ex dirigentes nacionais da JSD que hoje ocupam lugares na estrutura do partido a lista seria infinitamente maior.
E se por um lado isso está bem, porque é lógico que quem entra na política pela JSD continue pelo PSD, obriga também a alguma cautela quando se trata de preencher lugares de grande visibilidade no partido por razões que tem a ver com a tal exigência com que os eleitores olham para a política e para os partidos.
Porque se sou, naturalmente, a favor de algum rejuvenescimento também sei bem o quão nocivo é para a imagem dos partidos os cidadãos eleitores convencerem-se que o eixo Jotas-Partidos é uma via profissionalizante para quem não quer ,não sabe ou não consegue ter uma vida profissional fora da política.
E por isso acho que Pedro Passos Coelho, no congresso de Espinho, deve promover uma renovação profunda nos órgãos nacionais (isso sem qualquer duvida) mas tendo a sabedoria necessária a promover o equilíbrio entre rejuvenescimento e renovação (são coisas bem diferentes),entre o dar oportunidades a jovens e o promover a chamada de algum "cabelo branco" que está a fazer falta ao partido.
Depois Falamos
P.S. Espero, contudo, que os nomes estejam longe de ser o assunto principal do congresso.
Em termos programáticos e estatutários há muito que fazer.
Haja vontade...
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