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domingo, janeiro 10, 2016

Pois...

Foto: Vitória Sport Clube / João Santos

Uma nota prévia sobre este jogo para manifestar a estranheza pela forma como se calendarizam as jornadas do campeonato e como a sport-tv põe e dispõe dos clubes conforme lhe apetece sem qualquer respeito pelos mesmos ou pelos seus adeptos.
Depois de todos os dezoito clubes terem jogado na quarta feira não se percebe porque razão ontem houve um único jogo (e havia de calhar logo a Vitória e Arouca a "honra"...),hoje disputam-se mais sete e amanhã o que resta. 
Mas não se veja nisto qualquer disputa para o mau resultado do Vitória porque não é.
Na verdade o Vitória só pode queixar-se de si próprio, da pálida exibição que produziu, de alguma displicência com que parece ter encarado o segundo tempo depois de ir para intervalo a vencer por dois golos e da forma menos feliz como o seu treinador mexeu na equipa.
Vamos por partes:
No primeiro tempo a exibição vitoriana sem atingir um nível que entusiasmasse teve ainda assim alguns bons momentos especialmente quando a bola passava por Otávio que é na realidade um jovem jogador de elevado potencial e que é cada vez mais decisivo nas movimentações ofensivas da equipa.
A par disso constatou-se, com satisfação,que em vários lances de bola parada (cantos e livres) foram desenhadas jogadas perigosas que denotaram um trabalho de casa bem feito.
Aliás o primeiro golo resulta de uma delas.
E por isso não admirou que nessa jogada estudada e num lance de classe de Otávio surgissem dois golos de vantagem que permitiram uma ida para o intervalo tranquila até porque no lance mais perigos dos visitantes João Miguel fez mais uma bela defesa.
E deve em boa verdade dizer-se que a exibição do Arouca ao longo do primeiro período foi de uma falta de ambição que espanta face ao lugar que ocupa na tabela.
Porém a segunda parte alterou muita coisa.
Não que o Arouca jogasse muito mais ou tivesse partido rapidamente em busca de um golo que lhe permitisse reentrar na disputa do resultado como provavelmente Sérgio Conceição esperaria.
O Vitória é que regressou mais lento, parecendo algo acomodado à vantagem, e caindo no velho pecado de na sua intermediária começar a dar muito espaço aos médios adversários para terem a  bola e gizarem lances de ataque predominantemente sobre os flancos onde os laterais vitorianos começaram a ver-se com alguma frequência em situações de inferioridade perante os vários adversários que lhe apareciam.
E a somar a isso SC foi infeliz nas mudanças que foi fazendo na equipa.
Menos no plano das intenções- que me pareceu correcto- e mais na qualidade exibicional dos jogadores que entraram e que esteve muito abaixo do exigível. 
Percebeu-se que a entrada de Alexandre Silva visava aproveitar um maior balanceamento ofensivo arouquense mas não só o adversário nunca deu espaços como o jovem vitoriano passou ao lado do jogo parecendo até apático nalgumas situações a par de uma "verdura" indisfarçável noutras.
A troca de Otávio, já com problemas físicos, por Tozé pareceu natural não só por actuarem nas mesmas zonas do terreno mas também porque face à impossibilidade de o brasileiro defrontar o FCP por questões regulamentares (que sempre evitam as já conhecidas "constipações" de outras épocas e outros protagonistas) era perfeitamente natural dar minutos a quem teoricamente o vai substituir no próximo domingo.
Acontece que também Tozé não aproveitou minimamente a oportunidade como ainda conseguiu "desesperar" os adeptos com uma série de más decisões quer no passe quer no remate. E acredito que SC deve estar agora com algumas duvidas sobre quem vai jogar no lugar de Otávio...
Finalmente a troca de Licá por Tomané,sem qualquer nuance táctica, apresentou um Tomané longe dos seus melhores dias e parecendo até um jogador algo triste e desmotivado.
Ou seja três substituições que nada trouxeram à equipa de positivo e frustraram completamente as intenções do treinador.
Tudo isso mais os já referidos espaços cedidos pelo meio campo vitoriano permitiu ao adversário fazer um golo, crescer, fazer outro golo e alcançar um empate que nada fazia supor pese embora o sufoco final com a bola a rondar perigosamente a baliza visitante.
Em suma dois pontos ingloriamente perdidos e que atrasam uma recuperação classificativa que terá mesmo assim de ser feita.
Três notas finais.
Uma para a necessidade de o Vitória ir ao mercado de forma cirúrgica contratando jogadores que sejam reforços "já" e não precisando de tempo para se habituarem ao clube,ao campeonato e ao próprio país.
Outra, regressando ás substituições de ontem, para constatar que além dos três utilizados estavam no banco Douglas,João Afonso,Luís Rocha e Phete!
Independentemente da necessidade de reforços parece-me que é mais que tempo de SC dar uma oportunidade a "sério" a João Pedro e olhar com atenção para nomes como Vigário, Areias, Bruno Mendes, Denis e Zitouni (que esta época desapareceu da equipa A depois de algumas boas indicações dadas na época passada) entre mais um ou outro que o justifiquem.
A terceira nota é para os adeptos.
Que cumpriram o seu papel e deram à equipa um apoio constante e consistente durante os 90 minutos de jogo empurrando-a para um triunfo que acabaria por não se verificar.
É verdade que nos últimos minutos houve, aqui e ali, esporádicos assobios que tem de ser aceites com humildade porque são uma manifestação legítima de insatisfação por parte de adeptos de menor paciência mas não de menor vitorianismo.
Digo-o com o à vontade de com quase 50 anos a ver o Vitória nunca na vida ter assobiado uma equipa ou um atleta do clube.
Depois Falamos.

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