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segunda-feira, janeiro 18, 2016

O Nosso 14


Era o encontro de duas equipas intranquilas.
Ambas a fazerem campeonatos abaixo das expectativas com o Vitória a conseguir melhores resultados fora que em casa e o Porto a somar alguns maus resultados que o afastaram da liderança do campeonato.
Face a isso a resposta dos treinadores foi a mais diversa possível.
Enquanto Rui Barros optou pelo esquema habitual em Lopetegui (4-3-3 clássico)e pelos jogadores "do costume" já Sérgio Conceição condicionado também pelos regulamentos mudou jogadores e táctica relativamente aos jogos anteriores.
E se nos jogadores as mudanças  são mais ou menos habituais de jogo para jogo já ao trocar o habitual 4-3-3- por um arrojadíssimo 4-2-4 surpreendeu tudo e todos incluindo o técnico adversário que não esperaria um Vitória tão descaradamente ofensivo.
Uma entrada forte, um golo aos 4 minutos e depois saber durante hora e meia defender o pecúlio amealhado.
Individualmente:
João Miguel: Uma bela exibição não tanto pela quantidade mas especialmente pela qualidade de algumas intervenções. Como naquele remate de André André em que foi lá "abaixo" desviar a bola com uma palmada para canto. Ou na forma destemida como sai da baliza a interceptar cruzamentos com uma precisão absolutamente invulgar como naquele lance aos 90 minutos em que foi quase ao limite da área socar a bola. Começo a rir-me com antecedência face ás próximas convocatórias de Fernando Santos para os particulares da selecção. Adivinha-se o "quem vou tirar" parte II.
Bruno Gaspar: Previa-se uma noite de grande trabalho para os laterais vitorianos. E foi. O Porto é muito forte nos flancos quer através dos extremos (Brahimi, Corona) quer dos laterais (Maxi Pereira e Layun) que são jogadores de qualidade e muita experiência. E por força disso Bruno Gaspar teve de se concentrar nas missões defensivas-e nem sempre foi bem apoiado- não podendo subir ao ataque com a regularidade habitual.
Josué: Um bom jogo do central vitoriano anulando Aboubakar sem problemas de maior.
Pedro Henrique: Mais uma exibição segura e personalizada impondo o seu poder físico e a simplicidade de processos que é a sua imagem de marca. Veio para ficar.
Dalbert: Os problemas de Bruno Gaspar e a mesma atitude perante o jogo. Afoitou-se mais no ataque e acabou por sair claramente esgotado.
Bouba: Face à disposição ofensiva com que a equipa entrou, e consequente falta de unidades na intermediária, pedia-se-lhe grande rigor nas marcações e um jogo sem falhas na entrega da bola. Foi o que fez. E com um golo a embelezar a exibição.
Cafu: Era o jogador a quem provavelmente foi pedido maior raio de acção. O verdadeiro "box to box". E cumpriu com a entrega e a generosidade habituais. Atacou, defendeu, pressionou e ainda esteve ligado ao golo dado que lhe pertenceu o remate inicial da jogada.
Valente: Generosidade sem limite, quilómetros corridos mas sempre longe do seu espaço natural que é a área. A abrir cada uma das partes teve cruzamentos perigosos mas que não encontraram finalizador.
Alexandre Silva: Já se sabe que tem talento. mas também se sabia que nas ultimas aparições não esteve particularmente bem. Neste jogo foi mais uma "teimosia" que uma "aposta" e a verdade é que pouco se viu. A atacar apenas uma ou outra aceleração e a defender foram várias as vezes em que não ajudou da melhor forma o "seu" lateral.
Dourado: Não teve oportunidades de golo mas fez um jogo de grande trabalho para a equipa não regateando esforços. Segurou bolas, pressionou os centrais adversários e ainda ajudou a defender nos lances de bola parada. Uma exibição solidária com a equipa.
Tyler Boyd: Uma estreia absoluta deste jovem neo zelandês que tem actuado pela equipa B. Primeira convocatória e logo a titularidade num jogo desta responsabilidade. Teve pormenores interessantes, boa técnica e rapidez sobre a bola, quase fez golo no lance inicial do jogo mas notou-se a sua inexperiência nalgumas perdas de bola em lugares "proíbidos" quando a equipa se balanceava ofensivamente. Fica a curiosidade de o rever num jogo de menor exigência.
Phete: Entrou bem no jogo substituindo Boyd. Equilibrou o meio campo ao qual trouxe rapidez e pressão sobre o detentor da bola contribuindo ainda para nalguns períodos baixar o ritmo de jogo segurando a bola em zonas adiantadas do terreno. Acredito que se está a fazer um bom jogador.
Luís Rocha: Entrou a substituir um esgotado Dalbert e cumpriu sem margem para reparos. Não merece a especulação que tem andado em volta do seu nome quanto a uma possível saída este mês.
João Afonso: Uma aposta lógica face à pressão final do FCP e ao facto de Rui Barros ter feito entrar um segundo ponta de lança. Cumpriu sem problemas de maior.
Douglas, Helinho (outra estreia absoluta na convocatória) Tozé e Tomané não foram utilizados.

Pódio: João Miguel - Pedro Henrique - Josué

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