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segunda-feira, janeiro 25, 2016

Arrasador

A vitória de Marcelo Rebelo de Sousa foi absolutamente arrasadora e atingiu metas nunca antes alcançadas numas eleições presidenciais.
Se o ganhar à primeira volta não é propriamente novidade já o vencer em todos os distritos do Continente , nos Açores e na Madeira é algo de extraordinário (numa primeira eleição note-se)e mostra bem que de norte a sul ele foi claramente o preferido dos portugueses.
Que escolheram um candidato que conhecem na vida pública há mais de quarenta anos, cujo estilo apreciam e a cuja "companhia" se acostumaram ao longo de muitos anos de presença televisiva nas noites de domingo.
Mas o triunfo de Marcelo assentou ainda noutras premissas.
No acerto de uma estratégia de campanha despida de luxos, sem recurso a nenhum tipo de material ou de brindes, em que nem outdoors o candidato quis.
No acerto de um discurso afectuoso, a sustentar uma campanha de proximidade, em que Marcelo nunca atacou os seus adversários nem respondeu aos constantes ataques que a maioria deles passou o tempo a desferir-lhe.
E para a generalidade dos portugueses massacrados por anos de política excessivamente truculenta, cansados das legislativas e do processo que deu origem ao governo da geringonça, era precisamente esse o tipo de postura que desejavam e estavam disponíveis para premiar.
No acerto de marcar uma distância de "segurança" em relação ás direcções partidárias de PSD e CDS que Marcelo não quis na campanha sem que jamais tivesse negado a sua profunda ligação ao PSD ou o apoio das bases dos dois partidos que nunca rejeitou.
Sabendo o que Passos e Portas dele pensavam, e disseram ou escreveram, Marcelo sabia que tê-los na campanha ao seu lado seria um exercício de alguma hipocrisia política que os eleitores seguramente não apreciariam.
Há que reconhecer, e faço-o com gosto, que toda a estratégia de Marcelo para ser Presidente foi uma monumental lição de ciência política que ele deu aos partidos(todos) , aos dirigentes partidários e aos sistema político em geral.
Que durou anos e anos, perceptível na forma como ele se soube posicionar para decidir no seu timing e não no dos outros, mas teve os seus pontos mais altos no dia em que ele foi ao congresso do PSD mostrar que não precisava de "intermediários" na sua relação com os militantes e percebendo simultaneamente que o "seu"povo não lhe faltaria, no dia em que anunciou a candidatura e definiu as regras com que "jogaria" e ontem ao merecer dos portugueses uma prova de confiança arrasadora mostrando o acerto da sua estratégia.
Agora vai ser o tempo do "Presidente Marcelo".
E esse sim será um "tempo novo".
Depois Falamos

2 comentários:

  1. Mike_the_Bike3:46 da tarde

    Caro Luís Cirilo,

    De facto foi uma vitória sem margem para dúvidas, vamos ser se os outros não se juntam todos para impedir que seja o candidato mais votado o Presidente de Portugal!

    Miguel

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  2. Caro Miguel:
    Desta vez não há esse risco.
    Não que alguns deles não gostassem

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