Foi um jogo vivo, interessante, com emoção até ao fim e constantes variações no marcador que permitiram um pecúlio final de sete golos e mais alguns que quase entraram.
Mas foi também um jogo de erros.
Infelizmente quase todos do lado vitoriano e que ajudam a explicar uma derrota perfeitamente escusada.
Erros no relvado e erros no banco.
Curiosamente o primeiro erro até foi da equipa de arbitragem ao não considerar golo um lance em que a bola ultrapassou totalmente a linha de baliza e a reforçar cada vez mais a ideia de que o futebol tem de se modernizar em termos de introdução de tecnologias auxiliares das decisões das equipas de arbitragem.
Embora também nesse lance se possa dizer que foi pena três jogadores do Vitória, à boca da baliza, não terem conseguido mais que aquele remate "pífio" ao invés de um pontapé que pusesse a bola no fundo da baliza.
Mas depois vieram os erros próprios.
Desde logo os erros a defender e que permitiram que por três vezes os avançado maritimistas aparecessem na cara de João Miguel só faltando perguntar para que lado queria a bola!
No outro golo o remate de fora da área era completamente indefensável para o jovem guarda redes vitoriano ou para qualquer outro guarda redes.
Ou seja uma vez mais a fragilidade da defensiva vitoriana, especialmente do meio para a esquerda, foi bem visível e o Marítimo soube bem aproveitá-la a preceito especialmente através de Marega que foi uma permanente dor de cabeça para o ultimo reduto vitoriano.
Quanto aos erros ofensivos eles basearam-se nas claras oportunidades desperdiçadas por Valente, em duas ocasiões, e Licá em lances em que o mais difícil parecia ser não marcar e que a serem golo teriam dado um cariz bem diferente ao resultado.
Ainda no capitulo de erros dentro do campo não pode passar sem reparo a forma disparatada como Dourado foi expulso ao ver dois cartões amarelos (bem mostrados) em lances a meio campo em que num foi punido por discutir com o árbitro e no segundo por uma entrada disparatada quando ,ainda por cima, já estava "amarelado".
Mas os erros no banco em nada ficaram a dever aos erros em campo. Do meu ponto de vista foram até mais graves.
E prendem-se com as substituições.
Todas erradas!
Com a equipa a perder trocar Valente por Alexandre Silva foi um disparate completo.
Porque se é verdade que Valente acabara de falhar dois golos é também verdade que já marcara um e estava naqueles jogos com "faro" de golo em que aparecia sempre onde a bola estava pelo que era perfeitamente admissivel que pudesse voltar a marcar.
Por outro lado com a sua saída aliviou-se a pressão sobre o centro da defesa adversária que nunca se entendera particularmente bem com o sistema de dois pontas de lança que o Vitória, e bem, vinha usando.
Acresce que com o Vitória a perder por um golo, e o adversário a fechar-se, a experiência de Valente seria sempre (pelo menos em teoria) mais útil que a inexperiência de Alexandre Silva.
A saída de Licá foi outro erro.
Não que ele estivesse a fazer uma grande exibição mas estava a ter uma participação importante na reviravolta do resultado ao fazer a excelente assistência para o golo de Cafu e ao "sacar" a grande penalidade e o cartão vermelho para Salin.
Pelo que estaria certamente com a "moral" em alta e uma motivação acrescida.
Foi então que o treinador vitoriano, que já trocara avançado por avançado, resolveu tirar Licá e meter Tomané trocando...avançado por avançado!
Numa altura em que o Vitória acabara de empatar e o Marítimo acabara de ficar reduzido a dez pelo que era altura de dar tudo por tudo na tentativa de chegar ao triunfo que parecia perfeitamente possível.
E dar tudo por tudo era fazer sair um dos trincos, ou Dalbert que denotava dificuldades, para a entrada de Tomané e jogar num claro 4x2x4 ou num 3x3x4 que me pareceria até o mais adequado com Bruno Gaspar/Josué/João Afonso na defesa, Cafu/Bouba/Otávio no miolo e a dupla Dourado/Valente como pontas de lança e Licá com Tomané nos flancos.
Mas as opções foram outras e o Vitória nada beneficiou com elas.
Diz o povo que não há duas sem três e por isso, do meu ponto de vista, a terceira substituição correspondeu a terceiro erro.
Porque ,salvo lesão ou pedido do jogador para ser substituído, a verdade é que Otávio não podia sair.
Porque é o mais esclarecido dos jogadores vitorianos, aquele que melhor define na hora do passe, um dos poucos que finta para a frente e ganha terreno criando situações de 2x1 ou obrigando o adversário a fazer faltas para o travarem.
E a saída de Otávio foi um claro alívio para o Marítimo.
Que acabaria por chegar ao triunfo num contra ataque desenhado através de uma enorme "avenida" na defesa vitoriana que permitiu uma situação de superioridade numérica aos jogadores insulares e depois bastou a Tiago Rodrigues escolher o colega melhor posicionado para fazer o golo.
Foram demasiados erros próprios os que o Vitória cometeu na noite de ontem e ajudam a explicar uma derrota tão "escusadinha".
Em termos individuais a saliência vai para João Miguel que sofreu quatro golos sem qualquer culpa e ainda evitou mais dois, para Bruno Gaspar incansável na forma como percorreu o seu corredor apoiando o ataque e Cafu que jogou com a "garra" de um verdadeiro capitão e fez um excelente golo numa das muitas vezes em que apareceu na área adversária.
Depois Falamos
P.S. Não gostei, uma vez mais, de ver o treinador vitoriano justificar a derrota com erros individuais dos jogadores.
Porque numa equipa ganham todos e perdem todos como qualquer verdadeiro líder sabe e assume.
E porque ele, Sérgio Conceição, errou mais do que qualquer um dos seus jogadores!
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