Creio que o Presidente da República fez bem ao indicar Costa para ocupar o lugar de primeiro ministro.
Insensível ao vozear canalha, malcriado e insolente das esquerdas, o PR fez exactamente aquilo que a Constituição preconiza depois das eleições de 4 de Outubro.
Indigitou primeiro-ministro o líder da força politica que venceu as eleições.
Como sempre acontecera em Portugal nos tempos "pré Costa" e numa prática que os seus antecessores tinham seguido.
Quando o Parlamento no gozo das suas competências próprias rejeitou o governo o PR fez o que tinha a fazer uma vez mais.
Ouviu quem entendeu ouvir, durante um período perfeitamente razoável de tempo, e depois de terminar esse período de consultas tinha três hipóteses pela frente como é de todos sabido.
Manter o governo em gestão, nomear um governo de sua iniciativa, ou aceitar a alternativa que lhe era oferecida pela novíssima maioria de esquerda.
Nenhum das duas primeiras hipóteses era defensável para um presidente em final de mandato e que não podia assumir qualquer compromisso para lá de Janeiro de 2016.
Por um lado porque Passos Coelho já dissera claramente que não aceitava manter-se em gestão e queria ser substituído o mais rapidamente possível.
Por outro porque qualquer uma dessas hipóteses significaria (especialmente a segunda) um governo fraco , gerador de instabilidade e propiciador de um inevitável acentuar da conflitualidade.
Restava pois a terceira possibilidade.
Um governo ultra minoritário do PS com apoio parlamentar da esquerda radical numa insólita aliança de derrotados que se juntaram não em nome de um programa (nem um acordo comum conseguiram assinar) de governo mas apenas numa coligação negativa para derrubar o governo da PAF.
A verdade é que essa aliança de derrotados tem maioria no Parlamento.
E por isso o PR depois de deixar bem claras as contradições fundamentais que encontra nos três acordos da aliança de derrotados, e exigir a Costa compromissos nessa matéria, entendeu uma vez recebido um documento do PS sobre o assunto indicar Costa para primeiro-ministro.
Deixando bem claro que apenas o faz por falta de qualquer outra alternativa viável.
E deixando para o seu sucessor o tal documento em que supostamente Costa assume compromissos fundamentais para os tempos que aí vem.
Pense-se o que se pensar sobre António Costa, "este" PS e a aliança de derrotados (e eu penso o pior possível) creio que o Presidente da República fez bem em proceder desta forma e ao dotar o país de um governo que tem,em teoria, condições para governar.
Sobre a forma como de facto vai governar ,e sobre a forma como Costa chegou ao governo, caberá aos portugueses pronunciarem-se a seu tempo.
Esperemos que bem depressa.
Depois Falamos
No final acabou por estar bem o senhor Silva. Foi pena realmente aquele episódio terceiro-mundista (para não dizer outra coisa acabada em "ista") de querer fazer passar que o PCP e BE não contavam para o totobola. De resto, todas as diligências, audiências e até dúvidas foram pertinentes.
ResponderEliminarCumpriu-se a democracia, e essa está já tão enraizada no nosso País que nem o senhor Silva passa por cima dela.
E é essa a grande vitória da esquerda... hoje, 24/11/2015, um fantasma desapareceu.
Caro luis Cirilo,
ResponderEliminarSó tenho duas críticas a fazer ao presidente a primeira, isto já poderia ter sido resolvido há pelo menos 1 semana, e a 2ª com as 6 condições que cavaco impôs a Costa creio que bastava que costa garantisse acordo para moções de confiança e orçamento as outras 4 eram escusadas.
depois isto das condições é muito bonito, mas quando se cheira o poder qualquer homem aceita tudo depois se cumpre ou não isso vê-se mais tarde.
Caro Anónimo:
ResponderEliminarCavaco Silva tem cumprido de forma exemplar as funções que lhe estão cometidas.
Sempre.
Quanto a democracia estar enraizada no nosso país isso é verdade mas em nada se deve a lguns apoiantes do novo governo.
Haja memória.
Caro cards:
O impasse foi resolvido num tempo adequado e o PR nessa matéria até foi mais rápido que os antecessores em circunstâncias idênticas.
Quanto ás garantias pedidas creio que foram adequadas face aos apoios parlamentares que este governo tem
Boa Tarde Sr. Luis Cirilo,
ResponderEliminarhá uns dias atrás ouvi na televisão, em tom de comentário politico, um humorista a responder à questão "então o que espera deste governo?" e a resposta foi de encontro ao que penso da nossa politica e politicos, de uma forma geral.
"eu não espero um governo bom, de forma nenhuma, eu não me lembro de um governo bom em Portugal, porque haveria este de o ser?"
Esta tem sido a realidade do nosso País, governos incompetentes, partidos repletos de pessoas sem qualidade que olham para a politica como uma saída profissional, em alguns casos, a única possibilidade profissional paga a valores que não estão disponiveis a profissionais sem competência, a não ser como politicos, onde procuram conseguir influências e conhecimentos para vingarem negócios próprios, interesses pessoais. Polticos que nunca souberam desempenhar uma função profissional, que nunca tiveram que cumprir um horário laboral, que não sabem o que significa honrar compromissos, que não sabem o que significa trabalhar afincadamente para atingir objectivos pois nada lhes é cobrado, passeiam-se pela Assembleia, pelas arruadas, pelas campanhas politicas, como se vivessem num mundo que não o nosso, e na realidade não vivem, falam de economia como quem fala do jogo de futebol do Domingo passado, sem conhecerem de facto as dificuldade com que milhares de portugueses vivem diariamente para pagarem as suas contas, para conseguirem ter um minimo de dignidade, que trabalham de forma honesta e no final de tudo são roubados por politicos que não sabem o que são sacrificios, são roubados quando vão às compras, são roubados pelos impostos, são roubados pelas "fiscalidades verdes" para, segundo os nossos Governantes, termos um País melhor, mais estável e saudável financeiramente, verbos de encher.
Continua a fazer-se politica em Portugal julgando-se que os Portugueses são pessoas sem cultura, pessoas sem inteligência, sem acesso à informação, mas esses tempos terminaram e o resultado disso é o virar de costas dos Portugueses à politica, bem patente nas percentagens de abstenção que os politicos teimam em comentar com idas à praia, visitas ao campo e afins.
Enquanto a nossa politica e instituições de governo servirem para albergar pessoas sem qualidade, sem carácter, sem honestidade e sem percurso de vida, nunca será diferente, e neste caso não será diferente, porque haveriamos de esperar que este governo seja bom?????
Direita, Esquerda ou Centro, todos procuram o mesmo, PODER, sem nunca colocarem como prioridade o interessa nacional, porque se assim fosse, o consenso entre todos os partidos, seria muito fácil de obter, como obtemos em nossas casas e nas nossas empresas.
Umas últimas referências sobre Sr. Cavaco Silva, é o pior politico que o nosso País alguma vez teve, nunca conseguiu esconder os seus interesses pessoais, a suas opções partidárias, aliás como se percebeu neste processo de "indicação". Sempre se rodeou de elementos com qualidades acima da média, mas não como profissionais sérios, mas sim por qualidade ilicitas, alguns estão presos, outros estão em parte incerta e outros até, servem de exemplo para todos os portugueses, como referido à bem pouco tempo por um alto responsável politico.
Para resumir a minha opinião sobre o Sr. Cavaco Silva relembro a perda para o País, com a partida de José Saramago, NOBEL da Literatura, em que como Presidente de todos os Portugueses, não fez o que devia porque tinha questões pessoais com Saramago, questões pessoais que surgiram de um comentário feito pelo Nobel sobre Cavaco, dizendo:
"Cavaco é o génio das banalidades"
Não há melhor resumo sobre o Sr. Cavaco Silva, O GÉNIO DAS BANALIDADES.
Um será para sempre lembrado pois deixou uma forte marca entre nós(tenho pena de não poder anexar uma foto tirada por mim no aeroporto de Bergen, por forma a perceber o que refiro), o outro será depressa esquecido.
Nota: não trato o Sr. Cavaco Silva como Sr. Presidente da República porque não é assim que o mesmo se comporta.
António Cunha
Bom dia Sr. Cirilo,
ResponderEliminarAgrada-me verificar que não sou o único que por cá passa com uma visão muito negativa do ainda presidente.
O Sr. Cirilo continua a insistir na maioria de derrotados, parece-me já mais calmo um pouco, e que já terá deixado cair o ilegítimo na classificação do novo governo.... menos mal.
Agora o presidente: não tendo muito mais que dizer que não tenha sido dito pelo Sr. António Cunha, relembro que o presidente da republica em total e contrária acção ao que prometeu, proteger a constituição, deixou passar, quantos foram?, vários orçamentos de estado inconstitucionais. E isso não é representar bem o papel.
Bem, temos governo, aguardaremos as acções do mesmo.
Ao contrário do que a direita tem mostrado neste processo, ao ter uma reacção na minha opinião vergonhosa, quando o próximo governo falhar eu estarei cá para o criticar.
Acima de tudo o país e os portugueses, e não espirito de equipa na defesa de um partido. Em politica clubismo é feio e não deveria funcionar.
Finalizo: hoje o país está melhor, o pior governo da nossa democracia acabou, um governo desrespeitoso, forte com os fracos, fraco com os fortes, subserviente nas instituições europeias, mentiroso, pouquíssimo transparente, bem infelizmente o costume e em crescendo nos últimos anos, tem de sido de pior para ainda pior.
Espero que com passos e portas tenhamos batido no fundo e que agora se suba um bocadito de classe. Basta de tratar os portugueses como ignorantes.
Até sempre
Rui Sousa
Caro António Cunha, sintetizou como ninguém aquilo que representa Cavaco Silva. Um politico que este pobre país não merecia e que a direita perpetuou.
ResponderEliminarCaro António Cunha:
ResponderEliminarDiscordo completamente do seu comentário.
Temos os politicos que o povo quer ter e por ele são eleitos.
Os nossos politicos não vem de Marte nem aparecem por geração expontânea mas vem da sociedade e dela trazem virtudes e defeitos.
É um discurso cómodo, mas falso, achar que todos os males do país vem dos políticos enquanto os cidadãos são apenas umas vitimas inocentes.
Quanto a Cavaco Silva recordo-lhe que venceu cinco eleições (quatro por maioria absoluta) o que diz bem do grau de reconhecimento dos portugueses perante o seu perfil e percurso político.
Foi um grande primeiro ministro e um excelente Presidente da Republica e Portugal certamente que o recordará como o estadista mais importante desde a instauração da democracia.
Sempre votei nele e nunca me arrependi.
Felizmente o juízo que dele faz está longe, muito longe, de ser maioritário na sociedade portuguesa.
Caro Rui Sousa:
Tenho a certeza que viverá a quadra natalícia com grande entusiasmo.
Pelo que vejo ainda é dos que acredita no Pai Natal.
P.S: A descrição que faz do governo certamente que se aplica ao falecido governo de José Sócrates.
Na realidade ele foi tudo isso e muito mais
Caro Anónimo:
ResponderEliminarO país não merecia?
Deve ter sido por isso que sempre votou nele de forma claríssima.
Cada vez percebo melhor alguns comentários anónimos.
É a irreprímivel vontade de dizer mal misturada com alguma noção do ridículo.
Infelizmente pouca.
Boa Tarde Sr. Luis Cirilo,
ResponderEliminarnão vou novamente comentar o já comentado por mim, quanto à minha opinião sobre os nossos politicos e governos, nem dizer-lhe porque discordo de quase tudo o que disse no seu comentário. Pretendo apenas referir que, como um normal cidadão que vive do seu trabalho, que desempenha funções em empresas privadas, multinacionais e que nada estão ligadas à estrutura pública, posso fazer os comentários menos politicamente correctos e criticar aquilo que a realidade demonstra, bem claramente aos nossos olhos, visto que nada tenho a dever a ninguém pois sempre me levantei de manhã, bem cedo, para trabalhar mas compreendo, como é óbvio, que outros não possam ousar fazer o mesmo.
António Cunha
Caro António Cunha:
ResponderEliminarE acho que faz muito bem. O não estarmos de acordo nestas matérias não significa que não respeitemos as respectivas opiniões. A democracia é isso.
De resto eu também tenho por hábito escrever com total autonomia de pensamento e nunca deixaria que a minha condição de militante do PSD interferisse com a minha liberdade.
Se costuma ler este blogue já terá constado isso em várias ocasiões.
Os velhos argumentos da independência e de uma pretensa superioridade moral, tão tipicos da triste e derrotada esquerda deste nosso país...
ResponderEliminarAgradeço-lhe, caro Dr. Cirilo, por dar espaço a estes comentários. São sempre motivo para uma boa gargalhada e uma lembrança para a novela governativa, com laivos de comédia, em que o país foi colocado.
Com os melhores cumprimentos,
Caro JRV:
ResponderEliminarÉ realmente isso.
A esquerda acha que só ela deve presidir à república e só ela deve governar o país.
Mesmo aquela esquerda patética que não passa dos 10% e nunca ganhou uma eleição.
Ás vezes tenho pena que este país não seja um laboratório em que fosse possível fazer experiências sem termos de pagar as consequências.
Infelizmente não é.
E por isso já sabemos que mais dia menos dia teremos de pagar a factura do doverno desta aliança de derrotados