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segunda-feira, novembro 02, 2015

A Revanche

Quarenta anos depois destas imagens, que retratam o cerco ao Parlamento e à Assembleia Constituinte, as forças totalitárias derrotadas no 25 de Novembro preparam a revanche sobre a História e o triunfo dos defensores da democracia e do Estado de Direito.
Tem data marcada.
A 10 de Novembro quando uma coligação de derrotados, liderada por um "cavalo de Troia" (confesso que me apetecia substituir cavalo por outro quadrúpede mas enfim...) chamado António Costa, derrubar um governo saído de uma coligação que venceu eleições e o substituir por uma amalgama de projectos políticos tão diversos e contraditórios que apenas um apetite desmesurado por poder sustenta poder-se-à dizer que Portugal regrediu para os tempos anteriores aos que esta foto documenta.
Voltarão ao poder os defensores das nacionalizações, da colectivização, da unicidade sindical, da saída de Portugal da Nato, do virar as costas à Europa a que pertencemos (parte deles pertence a uma Europa que já não existe mas parece que ainda não deram por isso...), das ditaduras do proletariado e dos sistemas de partido único como a "fossilizada" Cuba ou a "exemplar" democracia norte coreana.
Com um futuro governo "liderado" por um primeiro-ministro fraco , nas políticas e no carácter, dependente de um pequeno partido radical de esquerda com agenda própria e que já se arroga como líder da coligação de derrotados (já enoja a arrogância da pequena líder do BE)e do apoio de um PCP que chega ao poder sem nada ter renegado e sem de nada ter abdicado, Portugal vai ter de volta tempos,processos e políticas de que nos julgávamos livres há quatro décadas.
Que todos vamos pagar com uma dureza que fará a ultima vinda da troika parecer uma brincadeira de meninos!
Exagero?
Infelizmente não.
E o novo cerco ao Parlamento, novamente marcado pela CGTP como em 1975,  agendado para o dia da votação das moções de rejeição a um governo legítimo é apenas um exemplo indesmentível do que está para vir.
Os responsáveis por este regresso ao passado, que espero ver julgados pela História com a severidade merecida, tem nome.
Partido Socialista que trocou princípios e coerência por poder.
E António Costa que vai de traição em traição (traiu Seguro, traiu os lisboetas a quem prometera cumprir o mandato, traiu os eleitores a quem nunca falou de coligações com o PCP e o BE) apenas para salvar a sua carreira política.
São eles, Costa e PS, os rostos de uma situação que terá de ser democraticamente combatida com o máximo de dureza, de exigência e de rigor.
Porque foram eles que negaram uma História que ajudaram a construir.
Depois Falamos.

6 comentários:

  1. Esta situaçao ja enoja. ganharam as eleiçoes é verdade, então governem....tentem governar como tentou o socas em 2011.
    Fala-se em golpada...então que fez o passos em 2011 ao chumbar o PEC 4, derrubando assim o (des)governo? Não foi mais que uma golpada. Se bem se lembra o PEC não foi mais que um documento com as medidas que o "seu" governo seguiu e foi muito mais alem, Por isso é que estamos como estamos. Voce acha que esta bem? pois mas eu, bem como muitos outros portugueses nao estamos, não é a toa que os ricos estao bem mais ricos do que ha 4 anos e os pobres...acho que é impossivel mais pobres ainda.
    A classe politica esta mais que rota.... bando de mentirosos, oportunistas, corruptos. que tentam chegar ao poder da pior forma, uns derrubando parceiros partidarios de forma nojenta, outros atraves de mentiras graves.
    Falam em crise economica levianamente...não houve nem ha crise economica...existe neste país uma grave crise de valores.

    Fernando Nogueira

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  2. A PÀF ganhou as eleições, Pedro Passos Coelho foi indigitado PM.
    O resto, a democracia que resolva !
    Se a maioria do parlamento não quer o governo da PÀF, então que caia a PÀF !!
    António Costa sempre rejeitou ca-te-go-ri-ca-men-te qualquer "casamento" com a política desta coligação, e tem sido coerente. Sempre disse que o País tinha de escolher entre a continuidade desta política de direita ou pela mudança, por uma política diametralmente oposta. Não aconteceu com maioria absoluta do PS, mas o povo é soberano e por alguma razão deu maioria a toda a esquerda, que está a provar com grande sentido de responsabilidade, que nunca é tarde para se unir, por PORTUGAL.
    Posso apenas falar por mim: está a justificar plenamente o meu voto, e sinto-me mais do que nunca representado.
    Constato que este caminho de enriquecimento de uns e empobrecimento de outros estava muito (muitíssimo) ao agrado dos barões do PSD e restante comandita. Faz-me lembrar precisamente os anos do Cavaquismo e das quintas dos barões e barõezinhos recuperadas à pala dos dinheiros de Bruxelas. Tivesse esse dinheiro sido bem aproveitado e éramos hoje um País muito mais desenvolvido.
    Vem agora o senhor falar de cerco ao parlamento ? Pena é não ser possível fazer uma moção de rejeição ao Presidente, ia tudo de uma vez !

    Paulo

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  3. Caro Fernando Nogueira:
    Obrigado pela sua opinião.
    É daquelas que nem vale a pena discutir.
    Caro Paulo:
    Sim.
    Até é pena, do seu ponto de vista seguramente, não se poder instaurar já uma ditadura do proletariado.
    É que o governo de derrotados/batoteiros vai transformar-nos a todos em proletários.
    Só fica mesmo a falta a ditadura que alguns como você certamente aplaudiriam.

    P.S: O povo não deu nenhuma maioria à esquerda.Isso é uma falsidade.
    Nem quis o Costa a Primeiro-ministro porque se quisesse tinha dado a vitória ao PS
    Quanto a Cavaco foi o melhor presidente da republica da democracia.
    Muito melhor que o conspirador Soares ou o golpista Sampaio

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  4. Isso de ditaduras, em Portugal, é exclusivo da direita, bem presente aliás ainda em alguns tiques absolutamente descarados e totalmente assumidos por altas figuras da Nação. Pudessem eles e o PCP e BE estavam por esta hora ilegalizados. Eu sou um democrata... cada qual sabe de si, como é lógico, não vou aqui levantar dúvidas quanto à sua simpatia ou não por ditaduras.

    Não se iluda, em Portugal continuarão a haver empresários e proletários.
    Apenas que os primeiros vão deixar de andar debaixo da pata dos segundos. Terão certamente um salário mínimo mais alto e espera-se que não tenham de se agarrar a salários até abaixo do mínimo só porque não têm mais nada. Que foi para o que este governo trabalhou muito bem: criar uma vaga de desemprego tal que o povo que consegue arranjar alguma coisa sujeita-se à esmola que lhe querem dar.

    Cavaco foi e é o pior PR da história. Pela simples razão que não representa todos os portugueses e não respeita nem defende a constituição. O Cavaco representa o PSD, no limite o CDS/PP, para não falar de outros grupos muito específicos. Ramalhete completo: foi o pior PM da nossa história também. O Cavaquismo e o esbanjar de dinheiro que deveria modernizar o País são uma página negra da nossa história.

    Jorge Sampaio e Soares ? Está tão-só a falar de duas figuras maiores da democracia portuguesa, dois grandes PR. Aliás, é público qual o modelo de PR que Marcelo quer seguir: Jorge Sampaio...
    Só mesmo uma grande dose de partidarismo podem querer fazer destas figuras de estado figuras menores. Como é óbvio, não consegue...

    Paulo

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  5. Caro Luis Cirilo,

    Custa-me a crer que seja com boa fé que misture alhos e bogalhos. Este seu texto é uma mixórdia que só se pode entender como tendo como objectivo denegrir uma parte em favor de outra sem qualquer tipo de razoabilidade.
    O levantar, crescente aliás, do cerco à constituinte e do 25 de Novembro (e a curiosa tentativa em marcha de re-escrever a história) comparando essa época com os dias que correm não se pode considerar de muito bom senso, nem aliás de muito inteligente (desculpe-me) da sua parte.
    Não o fazendo perder mais tempo: o muro de Berlim já caiu; a constituição foi revista profundamente duas vezes pelos partidos de "centro"; as estruturas sindicais são completamente diferentes assim como relações de trabalho; o acesso à informação é diferente: resumindo o mundo é diferente. Tenho pena que o Sr. tenha ficado lá atrás.
    Para terminar, e porque cansa essa mania de sempre que alguma coisa vira à esquerda (ou possa virar) o acenar dos papões comunistas: por favor perca algum tempo e leia as primeiras páginas dos jornais portugueses entre Janeiro e 11 de MArço de 1975. Depois por favor venha-me falar outra vez de nacionalizações.
    Já agora, ao ler os jornais atente bem nas palavras de Sá Carneiro, nem vou dizer Freitas do Amaral, só Sá Carneiro, e poupe-me no um de Dezembro ter de lhe ouvir o elogio fúnebre a alguém que criou um partido de esquerda, defensor absoluto da social democracia e que 40 anos depois se transformou num partido de direita neo-liberal.
    Se o mundo mudou para o PSD aceite que o mundo também está muito diferente para o BE e para o PCP.
    Bem haja,
    Rui Sousa

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  6. Caro Rui Sousa:
    Faço o possível por escrever para leitores inteligentes que sabem contextualizar as analogias entre situações e épocas.
    Sobre o 25 de Novembro de 1975 não preciso de reler jornais porque tenho a memória bem viva desses tempos e da tentativa de assalto do PCP e da extrema esquerda, com o apoio da CGTP, ao poder.
    Desiluda-se em duas coisas.
    Uma é que PCP e CGTP não mudaram nada nestes 40 anos. As mesmas causas, a mesma forma de actuar, a mesma intransigência, o mesmo radicalismo.
    A outra é que neste blogue a tolerância para com a esquerda não democrática é,e sempre foi, zero.
    E não me venha com os chavões de esquerda/direita que,esses sim, passaram de moda.
    Eu filiei-me em 1975 num partido social democrata (via JSD) e continuo a ser militante desse partido social democrata. Que se nem sempre "pode" sê-lo na governação não será por vontade própria.
    Fique tranquilo que no dia 1 de Dezembro não lerá aqui nada sobre Sá Carneiro e o seu assassinato.
    É que foi a 4 de Dezembro.
    E nessa data cá estarei a recordar o maior estadista destes 40 anos.

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