O que se passou ontem, no debate do estado da nação, foi francamente mau em termos daquilo que deve ser o debate democrático numa parlamento de uma democracia consolidada.
A forma como alguns deputados da oposição, nomeadamente do PS, se dirigiram ao primeiro-ministro acusando-o de mentir, de ser mentiroso, de faltar à verdade e por aí fora são dignas de uma discussão de taberna mas indignas de um debate parlamentar.
É uma táctica conhecida e que o actual PS adopta sem vergonha nem rebuço talvez com a nostalgia dos seus tempos de partido marxista.
Quando a "mensagem" não pode ser contraditada ataca-se o "mensageiro".
Vem nos manuais de agitação e propaganda.
E, os com mais memória, recordar-se-ão de campanhas miseráveis do PS contra Francisco Sá Carneiro ora a propósito de uma suposta divida ao BES ora por causa da sua situação conjugal em que valia tudo para atacar o então primeiro-ministro.
Nada de novo,pois, pelo Largo do Rato.
Outros protagonistas mas as práticas de sempre!
E a triste figura protagonizada ontem por alguns deputados do PS lembrou-me irresistivelmente uma cena em 2003 ,era eu deputado, a que assisti num debate deste género era Durão Barroso primeiro ministro e Mota Amaral presidente do Parlamento.
A certa altura, completamente indignado por António Costa (esse mesmo!) líder parlamentar do PS não cumprir em plenário algo que tinha sido acertado em reunião de líderes, Guilherme Silva então líder parlamentar do PSD acusou-o de ser mentiroso.
O que mereceu pronta intervenção de Mota Amaral pedindo ao deputado do seu próprio partido para retirar a expressão "mentiroso" por não ser condizente com as boas práticas parlamentares.
O que Guilherme Silva prontamente fez com uma piada bem humorada pelo meio.
Outros tempos, outras práticas e um presidente da assembleia da república que fazia respeitar a instituição.
O que ontem manifestamente não aconteceu com a actual presidente a consentir o "vale tudo" dos referido deputados.
Foi o ultimo debate da actual legislatura e há que dizer que por culpa da oposição, e de quem lhe tolerou as reprováveis práticas, deixou uma imagem que o Parlamento bem dispensava.
Depois Falamos
P.S. É da mais elementar justiça reconhecer que deputados da oposição como Jerónimo de Sousa (até com piada), Ferro Rodrigues e Mariana Mortágua fizeram intervenções com que não se concordando nem por isso deixa de se reconhecer que tiveram qualidade e prestigiaram o Parlamento.
Quem diz a verdade nao merece castigo
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=pjEIZKqqJdU
José Barradas
Caro José Barradas:
ResponderEliminarO problema é que nem disseram a verdade nem foram educados.
E isso apenas merece censura de quem acha que na politica e na vida não vale tudo.
A educação dos açorianos é muito esmerada... :)
ResponderEliminarCaro Rui:
ResponderEliminarDos que conheço (incluindo Mota Amaral) e dos que conheci,incluindo descendentes directos, posso confirmar que é.
A figura de ferro rodrigues (assim mesmo com minúsculas) é abjecta... como é que alguém no seu perfeito juízo, pode colocar alguém com aquela educação e trato como líder parlamentar? Triste, muito triste, e mais triste se torna quando se percebe que aquela gente irá voltar ao poder.
ResponderEliminarCaro Anónimo:
ResponderEliminarNão tenho a mínima simpatia por Ferro Rodrigues e a sua presença como líder parlamentar é um evidente erro de casting.
Isso não invalida que tenha feito uma intervenção de alguma qualidade neste debate.
Quanto ao voltarem ao poder não estou assim tão pessimista. Pode ser que não