Nesta história de comentar o dia a dia do Vitória, uma matéria que mexe e muito com emoções e sentimentos de adeptos apaixonados pelo seu clube, há pelo menos três opções perante os factos mais importantes como,por exemplo, a escolha de um treinador.
A primeira é ficar calado a ver no que param as modas.
Depois, se as coisas correrem bem, juntarem-se aos que aplaudem e sentirem-se no conforto de estar em com a enorme maioria.
Se pelo contrário as coisas correrem mal então há que alinhar com os que criticam e continuar confortavelmente junto da opinião maioritária.
Com outras nuances, mas igual no essencial, é este o principio que explica porque há em Portugal um fenómeno chamado "benfiquismo".
E no Vitória há muito quem perfilhe esta postura.
É um bocado como as crianças a quem se pergunta por quem são e elas dizem que são por quem ganha.
Depois há a segunda opção.
Que é a de aceitar como bom tudo que sejam opções directivas, independentemente das direcções serem presididas por Pimenta Machado, Vítor Magalhães, Emílio Macedo ou Júlio Mendes.
É um misto de mentalidade herdada do "Estado Novo" ( há um "chefe" que manda e tem sempre razão) e do conforto de estar sempre de acordo com quem exerce o poder.
Conheço casos, e não são tão poucos como isso, de vitorianos que apoiaram entusiasticamente todos esses presidentes, todas as suas decisões, todos os programas, todas as formas de gerir sem sequer repararem em tudo que os diferenciava.
Importa é estar ao lado de quem manda.
E se possível no poder e a mandar.
E esses nos assuntos fundamentais (como a escolha do treinador da equipa A) são absolutamente fundamentalistas no apoio ás decisões de quem manda que transformam em autênticos dogmas que é proibido discutir.
Depois, se as coisas correrem bem, não perdem tempo a apregoarem aos quatro ventos o conhecidissimo "...eu bem dizia..."!
Se correrem mal então há que arranjar os bodes expiatórios do costume: os árbitros, o "sistema", a LPFP e a FPF e como recurso ultimo os "vitorinos" que não apoiaram a equipa nem foram solidários com a direcção.
Admitir erros é que não é mesmo com eles.
A culpa é sempre de terceiros.
E depois há a terceira opção.
Que é a de apoiar o Vitória e não os jogadores/treinadores/dirigentes especificamente.
Apoiar quem em cada momento, e dentro das responsabilidades que lhes estão cometidas, serve bem o clube.
Escrevendo livremente, correndo o risco de ter opinião, recusando dogmas e tabus, apoiando quando é de apoiar e criticando quando é de criticar.
Sabendo que o risco de ter opinião inclui o ás vezes não ter razão, o aturar gente sem nível nem educação que anonimamente coloca comentários abjectos, o desagradar a quem convive pessimamente com as diferenças de opinião.
Mas quando se faz essa opção na plena consciência de que é feita tendo, apenas e só, como objectivo contribuir para um Vitória maior e melhor é uma opção que vale a pena.
Depois Falamos
P.S. : A seguir o segundo texto sobre a opção para treinador da equipa A do Vitória
Caro Senhor Luís Cirilo,
ResponderEliminarEu entendo este seu texto. Um grito de revolta a quem se cala perante o absurdo. Pois bem, o que diz resume em alguns aspetos a minha frustração. E não só.
Estou frustado por termos estado na primeira volta com um pé na Liga dos Campeões e acabarmos a época a tremer por um quinto na Liga Europa que só nos garante o acesso a uma pré-qualificação a dois tempos.
Estou frustrado por irmos à Liga Europa com a fama mal afamada de uma equipa que já não existe para tentar o gabarito de chegar à fase de grupos aos trambolhões.
Estou frustrado pelo Hernâni valer mais de 20 milhões de euros e o Vitória ficar com as aparas e de ele voltar onde era estimado numa figura de rabo entre as pernas que lhe pode tolher o futuro e o seu estilo de jogar.
Estou frustrado por termos colocado Rui Vitória num altar para ele nos tirar a barriga de misérias e quando teve oportunidade trocou-nos para se tornar o Alex Ferguson de S. Domingos de Benfica, onde promete dar a vida pelo do clube.
Estou frustrado por nos virem buscar os melhores jogadores e termos de construir, época após época, uma nova equipa que dá a desculpa de qualquer treinador medíocre se manter por cá até um dos grande o vir buscar.
Estou frustrado por nos calhar na rifa um Presidente que ainda não acordou para liderar os destinos do Vitória depois de várias tentativas de querer ser Presidente da Liga esbarradas por falta de apoios de última hora.
Estou frustrado por saber que o Vitória treme como varas verdes quando chega alguém dos três grandes e não se lembra de clausular contratos como deve ser para evitar acertos intermináveis como demonstra o episódio Targino.
Finalmente, estou frustrado por o Senhor Luís Cirilo, de entre poucos, apontarem sempre o melhor caminho e o Vitória decidir o contrário. De estamos quase a fazer 100 anos e ainda não ganharmos um Campeonato que seja enquanto já há equipas de menor estatuto, como Belenenses e Boavista, que já amealharam esse galardão.
Por isso, e com muita tristeza minha, chego à conclusão que gostar do Vitória é remar contra a maré porque é um Clube que em vez de se aprumar e destacar-se anda mas é a trabalhar para os outros.
Tentar não é o suficiente. Vamos na 82ª tentativa e nada...
Quim Rolhas
Mais 2 estrangeiros.
ResponderEliminarhttp://vitoriasc.pt/noticias_detalhe.php?id_noticia=9595#.VYGzOGDbJrA
http://vitoriasc.pt/noticias_detalhe.php?id_noticia=9593#.VYGzY2DbJrA
UPS!
É o chamado projecto deturpado
ResponderEliminarPois é, eu não tenho medo de dizer, que discordo, que é um enorme erro e que o barato sai muito caro, ficaria feliz se fosse eu a estar enganado, mas revolta-me ainda mais ao ponto de não saber se vou ao Estádio, ter Jogadores emprestados, que parecem ser cada vez mais a preferência do Sr. Júlio Mendes!
ResponderEliminarBoa noite, Luís,
ResponderEliminarPrimeiro que tudo, parabenizá-lo por (mais) um texto lúcido, ponderado e argumentado. Extremamente interessante.
Fez-me recordar algo que li, há dias, pela internet: "Vitoriano é quem apoia, vitorino é quem critica". Uma frase que, na altura, até me obrigou a ir apanhar um bocado de ar tamanha é a revolta que este tipo de pensamento (encaixado no 2º tipo de vitoriano de que fala) provoca.
No Expresso desta semana vem a transcrição de uma intervenção de José Saramago (que, como pessoa, não me despertava qualquer simpatia) que creio servir perfeitamente como resposta a este tipo de ideia: "Uma democracia que não se auto-observe, que não se auto-examine, que não se autocritique, estará fatalmente condenada a anquilosar-se." É só trocar "democracia" por "Vitória"...
E gostaria de deixar bem expresso que me choca vitorianos dizerem (e/ou concordarem) com a ideia de lutar por "um campeonato tranquilo". Isso é desconhecer a história, os sócios, as infra-estruturas e o plantel que o Vitória tem. E fazer dele um Arouca ou um União da Madeira.
Um abraço,
José Miguel Rocha
PS: Este fenómeno casuístico de invasões repentinas de anónimos com o mesmo discurso e sempre com as mesmas ideias é hilariante.
ResponderEliminarUm abraço,
José Miguel Rocha
(peço desculpa pelos dois comentários separados)
Caro Quim Rolhas:
ResponderEliminarSubscrevo inteiramente o seu comentário.
Infelizmente no nosso clube há quem seja criticado por ambicionar mais e melhor e outros que são felicitados por nos quererem fazer voltar 50 atrás quando o unico objectivo eram os tais "campeonatos tranquilos".
Há gente que tem memso dificuldade em entender o potencial brutal do nosso clube. Por este caminho continuaremos a ser um gigante adormecido que se recusa a despertar.
Caro Anónimo:
É dos tais casos em que percebo o anonimato. Há comentários tão idiotas que até devem envergonhar o próprio autor. Mas não desespere; pode ser que tenha direito a uns bilhetinhos como prémio.
Caro Anónimo:
Deturpações é algo que realmente não falta.
Caro Vistobranco:
O não ter medo de se afirmar aquilo que se pensa é um serviço ao Vitória. Porque o abanar a cabeça a tudo, como alguns adoram fazer, não ajuda em nada o clube. Digo isto hoje como o dizia quando estava na direcção. Não mudo de ideias consoante a bancada em que me sento.
Caro José Miguel:
Foi mais fácil tirar Portugal do "Estado Novo" do que o "Estado Novo" de alguns portugueses!
Porque há quem no Vitória viva no culto e na idolatria do "chefe", na observância e cego seguimento das verdades oficiais, no gosto por exorcizarem aqueles que se recusam a ser carneiros e a abanarem com a cabeça a tudo.
Alguns deles tem essa postura desde o tempo de Pimenta Machado e passaram por todos os "chefes" que se lhe seguiram porque o que lhes importa é estarem sempre ao lado do poder e, se possivel, perto da mesa dos croquetes.
Mas esses tem pouca importância.
Pior é o retrocesso em termos de ambição.
Confesso que ainda me consegui arrepiar quando ouvi falar do objectivo de um "campeonato tranquilo". É um conceito e uma mentalidade que faz o clube recuar 50 anos na sua História. Porque qualquer vitoriano sabe que a partir de Setembro de 1969, quando nos estreamos nas competições europeias face ao Banik Ostrava (estive lá com os meus nove aninhos) , o nosso patamar de ambição subiu dos "campeonatos tranquilos" para a exigência de lutarmos sempre pela presença nas competições europeias.
Voltarmos aos "campeonatos tranquilos" como objectivo é simplesmente deprimente e indigno do nosso historial.
Um abraço
"Campeonato tranquilo"???
ResponderEliminarOra aqui esta algo que nao me deixa tranquilo...
Caro Saganowski:
ResponderEliminarNem a mim.
Andar para trás só os caranguejos
Caro Luís,
ResponderEliminarEu não sei se estamos ou não a andar para trás. Como não conheço o treinador vou, obviamente, dar-lhe o benefício da dúvida na sua função na equipa A.
Mas sabendo nós que a massa associativa do Vitória tem "pavio curto" no que diz respeito a falta de resultados, a direcção deveria ter cautelas.
Quanto ao "Campeonato tranquilo", para mim, um campeonato tranquilo é terminar seguro acima do 5º lugar e não estar a fazer contas até à última jornada!
Caro Saganowski:
ResponderEliminarQuando me refiro ao andar para trás é precisamente sobre os "campeonatos tranquilos" que falo.
Porque essa "ambição" já não faz sentido nos dias de hoje.
Agora é um lugar acima do quinto que deve mover a ambição do clube
Esta ai a porta uma assembleia geral, quero ver esse vitorianismo todp mas e la
ResponderEliminarCaro Anónimo:
ResponderEliminarJá que tem vocação para fiscal eu se fosse a si ia para porta do pavilhão já hoje.
Não vá escapar-lhe alguém ao controlo.