Páginas

domingo, junho 14, 2015

A "Tragédia" Targino

Esta publicação não se refere ao Tiago Targino, nem a uma carreira que prometia ser bem melhor do que tem sido, mas sim à forma como a sua malograda transferência para o Benfica tem "assombrado" os últimos anos do Vitória.
Recordemos:
Ainda no tempo de Emílio Macedo como presidente o clube de Lisboa interessou-se pela contratação do jogador Targino e terá adiantado cerca de um milhão de euros como sinal de uma transferência que rondaria os cinco milhões de euros.
Quis o azar que precisamente num Benfica-Vitória o jogador se lesionasse com alguma gravidade o que impediu que o negócio se efectuasse no imediato e o Vitória encaixasse a restante verba acordada entre as partes.
E aqui começa a "assombração".
Porque depois de recuperado o jogador não seguiu para Lisboa, como seria natural , mas ficou em Guimarães dado o SLB ter-se desinteressado da sua contratação.
E o Vitória ficou com o jogador, e com a dívida de um milhão de euros referente ao tal sinal previamente adiantado ,quando o normal seria o clube comprador dado já não querer o jogador ficar sem o sinal.
Contratos mal feitos em suma.
Já com a direcção eleita em 2012 em funções o Benfica reclamou insistentemente o tal milhão de euros ameaçando o Vitória com recurso a outros meios de pressão se não fosse satisfeita a sua pretensão de receber o dinheiro.
Foi então que o Vitória pôs à disposição do Benfica um lote de jovens da formação, todos eles(ou quase) com internacionalizações no seu currículo,entre os quais o clube lisboeta poderia escolher cinco para a dívida ficar liquidada.
E assim foi.
O Benfica veio ao "supermercado", escolheu quem quis e lhe apeteceu, e pensava-se que o assunto estaria resolvido pese embora um dos jovens transferidos ter regressado a Guimarães pouco tempo depois por não se ter adaptado .
Diga-se de passagem que toda esta atitude do Benfica tem muito mais a ver com usura do que com um negócio normal entre dois clubes.
Adiante.
Pensavam os mais crédulos que o "fantasma" Targino seria assunto resolvido e nunca mais se ouviria falar dele nesta perspectiva de um negócio falhado.
Pura ilusão.
Meses atrás noticiaram os jornais que numa reunião da Liga o presidente da agremiação lisboeta teria interpelado, alto e bom som com a "educação" e a "fineza" de trato que se lhe reconhece, o presidente do Vitória perguntando quando é que o nosso clube lhe pagava (ao Benfica) o que lhe devia.
Para uns foi "ruído"  mas para outros, entre os quais me incluo, foi a reaparição oficial do "fantasma" Targino.
E o tempo continuou a andar.
Até ao dia em que o treinador Rui Vitória, do Vitória, foi pretendido pelo clube de Lisboa.
E a primeira noticia dava conta de que RV estaria blindado com uma clausula de um milhão de euros caso algum clube o quisesse levar antes do final do seu contrato.
Muito bem pensaram os vitorianos, aí estava uma decisão que acautelava os interesses do clube face ao possível assédio a um treinador com bom nome na praça.
Eis senão quando, confirmada a transferência, se começa a andar para trás no que parecia ser a boa notícia.
E as notícias seguintes eram quase aterradoras.
O Benfica não pagaria a clausula mas em troca cederia em termos definitivos o jogador Bruno Gaspar o que significava que o Vitória compraria um defesa direito (que o SLB não tinha qualquer interesse em manter) pela maior verba despendida em toda a sua história na aquisição de um jogador.
Para um clube que faz das dificuldades financeiras o seu cartão de visita em muitas situações não estava mal, estava...péssimo.
Mas constatou-se a seguir que a história não era bem assim.
Afinal a clausula era de um milhão, sim, mas metade pertencia ao treinador!
Ou seja o Vitória só tinha a receber 500.000 euros.
Confesso que nunca tinha ouvido falar de semelhante coisa em lado nenhum.
Mas se o negócio já parecia mau com estas novidades mais recentes eis que ainda consegue piorar mais um bom bocado.
Com a reaparição de...Targino!
Porque dos 500.000 euros que o Vitória tinha a receber metade ficava no SLB por causa da celebérrima dívida do negócio Targino.
Que afinal ainda não estava completamente pago.
E o Vitória que tinha ficado com Targino e sem os quatro jovens atempadamente levados pelo SLB ainda via "voarem" mais 250.000 euros para liquidarem definitivamente (???) esse malfadado negócio.
Uma verdadeira "tragédia".
E o vir-se a saber, porque as más notícias neste assunto parece não terem fim, que os restantes 250.000 euros serviram para pagar a cedência de apenas 50% do passe de Bruno Gaspar é apenas o corolário do que foi de principio a fim um péssimo negócio para o nosso clube.
Em que o risco ficou sempre do lado do Vitória e os proveitos do lado do Benfica.
Resta-me,nesta matéria, apenas uma curiosidade:
Será que o "fantasma" Targino é assunto resolvido ou como "assombração" que se preza voltará a aparecer um dia?
Aceitam-se apostas...
Depois Falamos.

P.S : Se tivesse vocação para trazer a público o que se passava nas reuniões de direcção em que participei ainda contaria como em 2012 o vice presidente para o futebol (eu) soube absolutamente por acaso da proposta feita ao SLB para vir ao "supermercado" escolher cinco jogadores.

9 comentários:

  1. Ou seja, está a elogiar a direção porque está a pagar os erros do passado da outra direção.

    Agora numa próxima reunião da liga, o JM poderá dizer o mesmo ao orelhas(caso não tenha pago o rombo ao armazém).

    Não sei se já pensou sobre a eleição de JM em 2012, em que apenas serviu de "cartaz", depois foi corrido, por isso a maneira que soube ou dizer o que se passa nas reunião de direção em que participou, desculpe que lhe diga mas era apenas o "cartaz", a sua opinião valia 0.

    Resumindo, foi usado!

    ResponderEliminar
  2. Caro Anónimo:
    Concordo parcialmente com o que diz. Só não estou de acordo quanto ao ser corrido porque saí pelo meu pé. Mas quanto ao ser "usado" não tenho a mínima duvida.

    ResponderEliminar
  3. Saganowski8:16 da manhã

    Se por um lado acho que o fantasma Targino não deve voltar tão cedo porque a prata já foi quase toda, por outro lado fico a espera do último dia das inscrições (31 de Agosto) para ver...

    ResponderEliminar
  4. Caro Saganowski:
    É melhor.
    Porque neste Vitória nunca se sabe o que podemos esperar

    ResponderEliminar
  5. Um post a falar sobre o treinador da equipa A e se quiser fazer da B tb pode, pois digo-lhe o nome Vitor campelos, vamos á escrita

    ResponderEliminar
  6. A tragédia targino está umbilicalmente ligada à tragédia que têm sido os dirigentes eleitos pelos sócios do clube. De ato de gestão em ato de gestão, a defesa do superior interesse do clube parece nunca ser o objetivo. Assim se destrói uma identidade, assim se destrói um clube. É muito triste.

    Melhores cumprimentos,
    JRV

    ResponderEliminar
  7. Caro Anónimo:
    Obrigado pelo incentivo. Naturalmente que escreverei sobre a promoção do treinador da B à equipa A. Quanto ao próximo treinador da B aguardadei, como em relação ao da A, a confirmação oficial. Mas as indicações que tenho apontam para esse nome.
    Caro JRV:
    Enquanto o Vitória persistir em fazer negócios com clubes portugueses numa posição de fraqueza casos como este continuarão a acontecer.
    Há muito que defendo que o Vitória deve rejeitar receber jogadores emprestados de outros clubes portugueses (aliás isso foi prometido aos sócios em 2012 mas quem lá está...esqueceu-se) e quando vender jogadores a esses clubes deve fazê-los por valores equivalentes ao que esses clubes pagam por sul americanos muitas vezes desconhecidos.
    Agora quando a tabela de preços está nivelada por baixo, como no presente, ou quando se fazem contratos,como neste caso de Targino, que só defendem quem compra o resultado dificilmente pode ser satisfatório

    ResponderEliminar
  8. Saganowski10:20 da manhã

    Já que se fala em clubes estrangeiros, lembro que esta Direcção assinou um protocolo com o Chelsea. Vieram 2 jogadores que rapidamente se foram e nunca mais cá aterrou nenhum jogador de Stamford Bridge... Vantagens para o Vitória??? Nenhumas...

    ResponderEliminar
  9. Caro Saganowski:
    A história é assim:
    Eu, enquanto vice presidente, tratei do protocolo com o Chelsea e consegui o empréstimo de dois jovens (Delac e Lalkovic) numa primeira fase a que se seguiriam outros jogadores numa fase posterior.
    Entre outras coisas que estavam apalavradas.
    Quando saí da direcção , em Dezembro de 2012, devolveram os jogadores ao Chelsea e deixaram cair o protocolo provavelemnte por falta de interesse num relacionamento estreito com o então campeão europeu.
    Como te recordarás fizeram de seguida um protocolo com o...Granada (parecido com o Chelsea não é?) de que não há memória quanto a qualquer resultado prático

    ResponderEliminar