Gémeos ?

A menos de seis meses das eleições legislativas António Costa está cada vez mais parecido com José Sócrates em 2011.

Promessas a eito.

Descer impostos nomeadamente com a alteração dos escalões no IRS, repor feriados, diminuir a carga horária na função pública, não vender a maioria da TAP, uma loja do cidadão em cada concelho, reabrir os tribunais encerrados, fim da sobretaxa no IRS,baixa do IVA da restauração,baixa da TSU para trabalhadores e empresas,reposição integral dos salários até 2017, complementos salariais para trabalhadores no limiar da pobreza (é o ressuscitar do rendimento mínimo garantido)e mais algumas promessas de um populismo irresponsável e amnésico.

Pouco faltará, por este caminho, para vermos Costa a falar de um novo aeroporto, do TGV, da terceira auto estrada entre Lisboa e Porto ou a prometer um "Magalhães" a cada criança e um iphone 6 a cada jovem maior de 18 anos.

É a irresponsabilidade total.

De alguém que quando saiu da zona de conforto, onde fez toda a sua carreira politica (incluindo a Câmara de Lisboa que lhe foi oferecida de mão beijada por Marques Mendes e Paula Teixeira da Cruz), esperava uma passadeira vermelha (ou rosa...) até ao poder e só tem tido cruéis decepções.

As sondagens, motivo utilizado para defenestrar Tozé Seguro, ao invés de melhorarem a caminho da maioria absoluta pioraram até ao empate técnico com a coligação.

Em termos externos os partidos socialistas estão a ser varridos eleição atrás de eleição.

Depois do PSF do amigo Hollande, foi o PASOK (e sabe-se como correu mal a oportunistica colagem ao Syriza) e agora os trabalhistas britânicos levaram um cartão vermelho dos eleitores o que mostra bem que na Europa os socialistas não são encarados como solução seja para o que for.

Internamente a "Agenda para a Década" pomposamente apresentada mas cujo custo o PS e a bateria de economistas ao seu serviço não quantificam provavelmente por não fazerem ideia onde vão buscar dinheiro para sustentar as promessas, tem encontrado fortes criticas na opinião pública e mesmo dentro do grupo parlamentar socialista ao contrário do que Costa esperaria.

Na frente presidencial, sem estratégia nem candidato, o líder socialista teve de se conformar com o avanço de um candidato que é um mundo de interrogações e que não lhe dá garantias de vitória.

E por isso Costa anda nervoso.

E o nervosismo, tal como a Sócrates, dá-lhe para tentar condicionar a comunicação social, pressionar os jornalistas, descer ao insulto e à malcriadice como no já famoso SMS ao director adjunto do Expresso.

Costa,como Sócrates, está polido com uma capa de verniz muito fina.

Demasiado fina para se aguentar mais cinco meses.

Pelo que são de aguardar novos capítulos neste estreitar das parecenças entre o o detido de Évora e o seu ex número dois no PS e no Governo.

Depois Falamos.