Ainda guardo religiosamente esta brochura, das primeiras editadas pelo PPD, e que foi muito importante na minha decisão de aderir à JSD em Janeiro de 1975.
Já foi há muito tempo, mais de 40 anos!
E naturalmente que numa vida partidária de 40 anos houve espaço para as alegrias e para as tristezas, para os períodos de maior militância e outros de maior afastamento, para grandes convergências e algumas divergências.
Para apoiar lideranças de excelência e outras que fizeram o que puderam.
Esta semana estou triste com o PSD.
A tristeza começou no passado sábado, em Barcelos, quando uma magnifica organização da distrital de Braga foi ensombrada por uma decisão saída do "nevoeiro" que mandou os jornalistas saírem da sala quando se iniciaram as intervenções politicas.
Sendo verdade que os trabalhos da parte da manhã tinham sido à porta fechada é igualmente verdade que os jornalistas tinham sido convidados para estarem presentes na parte da tarde em que se registaram intervenções do presidente do partido, do presidente da distrital e um painel temático com a participação de três secretários de estado.
A verdade é que passando por cima do convite da distrital para estarem presentes foi dada ordem aos jornalistas para abandonarem a sala.
O que levou a que na imprensa nacional, incluindo as televisões que estiveram lá, não aparecesse uma única noticia sobre o evento.
O prejuízo foi naturalmente do partido, que perdeu a oportunidade de mostrar ao país(e ao distrito) uma grande mobilização, mas é impossível não deixar de considerar a decisão de mandar sair os jornalistas como uma desconsideração à distrital,ás concelhias do distrito e a todos os seus militantes.
Os que estiveram presentes e os que não tendo lá estado gostariam de ter visto o evento nas televisões ou nos jornais nacionais.
Já para não falar da indignação dos jornais regionais contra quem os convidou( a distrital) e que não tendo nenhuma responsabilidade no sucedido é quem vai ter de gerir o mau estar com quem acompanha no dia a dia o seu trabalho.
Braga não merecia isto.
Não só porque foi um dos distritos em que o PSD teve melhor resultado nas legislativas de 2011 ou por ter sido o único a nível nacional onde o partido subiu o número de câmaras por ele dirigidas nas autárquicas de 21013 mas essencialmente porque os seus militantes e os eventos em que eles participam não são menos que os eventos realizados noutros distritos.
E se saí de Barcelos triste com o sucedido ainda mais triste fiquei quando na noite de sábado, e depois nos jornais de domingo, constatei que o evento para o qual Passos Coelho se dirigira depois de Barcelos ( o Fórum Distrital de Autarcas do Porto realizado na Maia) teve ampla cobertura televisiva e noticiosa.
Lá, na Maia, já os jornalistas puderam entrar e permanecer de principio a fim.
Dois pesos e duas medidas completamente inaceitáveis seja qual for o ponto de vista que se tenha sobre o assunto.
Mas, infelizmente, a questão não só não "morre" por aqui como ainda se agrava.
Na quarta feira a edição do "Povo Livre" (para quem não sabe é o orgão oficial do PSD)dá a capa à presença de Passos Coelho na Maia bem como uma página inteira (com fotos) à cobertura do evento portuense mas sobre Barcelos...nem uma linha.
Uma linha que fosse.
Um evento em que estiveram o presidente do PSD( e primeiro ministro de Portugal), o secretário-geral , um euro deputado e vários deputados , presidentes de câmara e largas dezenas de autarcas do distrito e em que foram oradores três secretários de estado do actual governo não mereceu do jornal do partido uma notícia.
Nada!
Nada?
Não sei se é para rir ou para chorar mas publicaram uma pequena fotografia do evento de Barcelos, literalmente "perdida" entre várias outras, numa peça sobre um jantar ocorrido na passada sexta feira em...Torres Vedras!
São demasiados factos para serem infelizes coincidências.
E daí o estar triste com o PSD.
Porque tudo isto reporta ao "que não somos" e nada tem a ver com "o que somos".
Ou devíamos ser...
Depois Falamos.
Curiosamente tudo isto na semana em que deveríamos estar a celebrar a liberdade. É uma ironia ou uma provocação...? Este partido, que tão importante foi na transição para a democracia, mostra agora vontade de voltar à ditadura da mordaça. Que triste que é ver isto... As novas gerações não estão à altura de grandes homens como Francisco Sá Carneiro. É triste... E eu nem sequer sou partidário do PSD. Mas como democrata estristece-me ver esta gente, da minha geração, rejeitar a democracia que nos foi oferecida de bandeja em 1974 pelos nossos pais.
ResponderEliminarMiguel Silva
Caro Miguel Silva:
ResponderEliminarPodermos criticar publicamente o nosso próprio partido é uma forma de celebrar a liberdade. E o PSD é muito mais do que aqueles que em cada período o dirigem.
Claro que Sá Carneiro só houve um.
Infelizmente para o PSD e especialmente para Portugal
caro Luis Cirilo creio que não terá nenhuma duvida sobre o autor dessa ordem.
ResponderEliminarSó pode ter sido o ultimamente muito falado marco antónio costa.
as razões também não me parecem dificeis de alcançar e você que o conhece bem deve sabê-lo perfeitamente.
por um lado beneficiar a iniciativa do Porto que foi a unica que o país acabou por ver. Por outro foi retaliação por não ter sido orador da vossa sessão. Sabe bem que ele funciona assim.
Caro J.B. Lopes:
ResponderEliminarNão sei, sinceramente,quem foi o autor da disparatada ordem de mandar sair os jornalistas.
Mas sei que quem a deu prestou um péssimo serviço ao PSD sem qualquer motivo ou necessidade.
Foi um caso claro de abuso de poder por parte de quem não respeitou um evento no qual estava como convidado.
Lamentável.