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quinta-feira, janeiro 15, 2015

O Padre Luís

Pintura de Arménio Sá Airosa

O pintor vimaranense Arménio Sá Airosa tem revelado através da sua página de facebook uma notável galeria de pinturas sobre temas e personalidades vimaranenses que merece bem ser vista tal a qualidade de que se reveste.
E nelas tenho encontrado figuras que me trazem boas memórias.
Recentemente escrevi sobre o dr. Santos Simões.
Hoje vi este retrato do Padre Luís Gonzaga da Fonseca (para toda a gente o padre Luís) durante muitos anos pároco da freguesia de S.Paio e personalidade que se tornou extremamente querida na comunidade vimaranense por um notável conjunto de qualidades pessoais.
Talvez a sua principal caracteristica fosse a bondade.
O padre Luís era um homem bom.
E o quadro, além da notável perfeição com que o retrata, mostra precisamente um gesto que lhe era comum e que por mil vezes repetido se tornou uma imagem conhecida de todos quantos com ele tiveram o privilégio de conviver.
A caridade perante os mais pobres, os mais necessitados, os que dele se abeiravam a pedir ajuda.
Conheci o Padre Luís.
Era um amigo de família, visita de casa dos meus avós paternos, casou os meus pais, baptizou-me a mim e à minha irmã, com ele fiz a minha primeira comunhão.
Na igreja de S.Domingos assisti a muitas missas dominicais por ele celebradas ( ás 12.00 h) com a preocupação que todos apreciávamos de em dia que o Vitória jogasse em Guimarães (nesse tempo jogava-se sempre ao domingo ás 15.00h) não se estender na homilia ou nem sequer a fazer.
No que foi bem acompanhado,diga-se de passagem, pelo saudoso Padre António que os desse tempo também recordarão como grande vitoriano e adepto entusiástico na então bancada lateral.
O Padre Luís foi ,repito, um homem bom.
Cujo desaparecimento causou na comunidade uma consternação e um pesar apenas ao alcance daqueles que a servem com a dedicação com que o Padre Luís o fez.
Depois Falamos

4 comentários:

  1. Durante um ano, foi meu professor de Moral e Educação Cívica na Escola de Francisco de Holanda. Depois foi substituído pele Padre Borda.

    Não sei, nunca saberei, até que ponto lhe devo a minha convicção da importância da educação cívica, nestes tempos em que todos os valores partem à deriva.
    Reconheço que nunca fui um grande praticante da igreja, mas estou certo da influência da minha Mãe, praticante e devota, no meu respeito pela fé.

    A educação cívica deveria ser um espaço privilegiado para o desenvolvimento da educação para a cidadania, na formação de cidadãos responsáveis, críticos, activos e intervenientes.
    Ciente dos seus direitos e deveres.

    Aprender a respeitar a opinião dos outros e o direito à diferença; aprender as regras de convivência social; reconhecer o valor do trabalho social e natural; ser solidário; conhecer e valorizar a identidade nacional.

    Há tanto, tanto para fazer em todos estes campos da sociedade.

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  2. Caro Freitas Pereira:
    Completamente de acordo.
    Mas essa é uma educação que deve começar em casa e depois ser complementada na escola, na convicção religiosa (para os que a tem)e até na vida associativa. Infelizmente nos tempos que correm, e qualquer professor lhe poderá confirmar isso, a tal educação de base (a dada pelos pais) é cada vez mais incompleta, mais insuficiente e por isso os valores da cidadania são cada vez menos presentes nas gerações mais novas. Com muitas excepções é claro

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  3. Fernando Leite2:00 da tarde

    Como começar em casa ? Até parece que não está ciente da falta de civismo que se tornou ainda mais latente após a Revolução ? de Abril e que passou a ser característica da maioria dos Cidadãos da sua geração Sr. Dr Luis Cirilo. Precisamos é começar,já, a ensinar na Escola Maternal o que isso é, a sério, não á espera de medalhas como é muitas vezes propósito de quem faz alguma coisa de útil, e então talvêz a próxima geração, daqui a 20/25 anos saiba o que são valores cívicos e porque é que numa Sociedade como a nossa acontecem as aberrações com que nos deparamos diáriamente.

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  4. Caro Fernando Leite:
    Estamos de acordo.
    Pena é que em muitas casas não existam as bases educacionais necessárias a serem transmitidas ás gerações vindouras.
    Eu tive a sorte, que muitos não sabem o que representa, de ser educado por pais e avós que tinham a visão correcta do que deve ser a educação ministrada a uma criança/jovem.
    Mas conheço casos de muitos casais que não deviam sequer ter filhos.
    Porque não tem a mínima noção do que é educar uma criança e de quais são os valores fundamentais a transmitir-lhe.
    É um problema dos tempos de hoje cuja solução não me parece estar para breve

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