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quarta-feira, janeiro 14, 2015

E do lado de Lá?

Tenho escrito alguma coisa sobre as presidenciais de 2016 e muito especialmente sobre os candidatos que da área politica do PSD poderão vir a disputá-las.
Já aqui se falou de Pedro Santana Lopes, de Marcelo Rebelo de Sousa, de Rui Rio e de mais uma outra personalidade que poderá vir a entrar na corrida presidencial.
À esquerda é que o panorama anda menos animado.
Porque face ao tabu de António Guterres, que a própria imprensa nacional condiciona ao ponto de pouco adiantarem sobre outras possibilidades, dá a clara sensação de que o próprio PS não saberá que fazer se o seu ex líder resolver não avançar.
E sabe-se,pelo próprio, que a sua prioridade é continuar na alta politica internacional e só será candidato a Belém se não conseguir ser secretário-geral da ONU.
Mas se assim for (e pode bem ser...) para onde se virará o PS?
Há dois nomes que noutras circunstâncias seriam imediatamente considerados mas não tem actualmente condições para isso:
Mário Soares a quem a idade já não  permite essa veleidade (não sei naturalmente qual a opinião do próprio sobre isso...), e José Sócrates porque está preso.
Outros?
Manuel Alegre poderia ser considerado, mesmo considerando que fará 80 anos pouco depois das presidenciais, mas depois de duas derrotas seria uma candidatura...complexa.
O sempre recordado ,para esta e outras funções, Jaime Gama ?
É um nome com algum peso mas está fora da politica activa há alguns anos e não tem mostrado nenhuma vontade de a ela voltar.
António Vitoriano seria um bom nome,embora com pouca notoriedade pública, mas o vencimento do Presidente da República está muito abaixo das tabelas salariais com que se sente confortável.
Ferro Rodrigues ?
Tem idade e experiência para isso mas uma imagem pouco simpática e demasiada controvérsia em seu redor para poder ser um candidato ganhador.
Fora destes nomes, e excluindo uma "aventura" com um independente como Sampaio da Nóvoa ou parecido, o que resta ao PS?
Jorge Sampaio.
Que com 76 anos no dia das eleições, e a notoriedade de ter sido presidente da republica em dois mandatos, pode tentar um regresso com bem maior sucesso do que o obtido por Soares em 2006.
E por isso estou tentado a acreditar que será ele a escolha de António Costa caso o sucesso no objectivo A de Guterres obrigue o PS a enveredar pelo plano B.
Aguardemos...
Depois Falamos.

P.S. O facto de nas tendências interna do PS de há uns anos atrás António Costa ter sido sempre um "sampaista" pode não não ajudar à escolha mas de certeza que não a prejudica.

11 comentários:

  1. Francisco Guimarães2:52 da tarde

    Sem desprimor para o desfile de candidatos que fez de um e outro partido, acho que está na hora de voltar a ganhar um independente. Digo voltar a ganhar um independente pois, embora com apoios declarados de vários partidos diferentes em ambas as eleições, Ramalho Eanes pode ser considerado um independente.
    Haverá na nossa sociedade actual alguém com perfil?
    Sei que o Blogger é "socio" de um partido e certamente lhe fará "espécie" um candidato fora da politica mas vê alguém com perfil?

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  2. Caro Francisco:
    A primeira questão é sabermos o que é um independente. Independente de quê? Não é fácil. Porque não ser militante de um partido não significa que não "milite" em politicas e visões da sociedade comuns aos partidos.
    Sou de facto "sócio" do PSD e tenho as minhas preferências quanto ao candidato que o partido deve apoiar. O que não significa que não me sinta livre para apoiar um candidato que o partido não apoie ou me sinta obrigado a apoiar um candidato do partido que não mereça o meu apoio. Quanto ao candidato fora da politica sobre o qual me pede sugestão não vejo ninguém que à primeira vista, se assim se pode dizer, me pareça um presidenciável. Ramalho Eanes seria talvez um bom nome mas faz este mês oitenta anos. E encontrar alguém fora da política para exercer um cargo eminentemente político não será nada fácil. O que não quer dizer que não exista. Mas não se vê. E em politica o que não se vê...

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  3. Não é preciso o PS matutar muito. Nem tão pouco que o Sr. Luís Cirilo dar-se ao trabalho de lhes dar ideias. A solução, mesmo não se notando, está à vista de todos.
    O melhor candidato que o PS pode apresentar à Presidenciais de 2016 é o Eng.º de Licenciatura tirada ao Domingo, o 'camarada' José Sócrates.
    Nesta altura, já tem montada sede de campanha no Estabelecimento Prisional de Évora. Com o dinheiro que alegadamente tem retido em cofres de banco e no estrangeiro, não precisa arranjar financiamento para a campanha, nem ficar nas mãos de ninguém.
    Portanto, eu, se fosse PS, apostava em José Sócrates, o expoente máximo do Partido Socialista. Acho que ele já aprendeu a lição e está preparado para o passo que se segue. Quem melhor para ensinar o País a sair da crise com um caso de sucesso pessoal? É difícil encontrar melhor. Se ele for candidato, peço desculpa ao PSD, mas desta vez votarei Sócrates a ver se todos ficamos ricos e o povo fica contente.
    Nunca se sabe.

    Quim Rolhas

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  4. Caro Quim Rolhas:
    Passando ao lado da excelente ironia é evidente que isso não acontecerá. Mas sabe o que me preocupa? É que se por absurdo ele viesse a ser candidato ainda havia muita gente a votar no "coitadinho". E isso é que é preocupante.

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  5. Rui Cordeiro da Silva8:44 da manhã

    Almeida Santos??? :)

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  6. Caro Rui:
    Almeida Santos fará 90 anos no mês seguinte às eleições. É praticamente da idade de Mário Soares embora bastante mais lúcido

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  7. Francisco Guimarães10:40 da manhã

    Parem por favor de falar de pessoas que embora possam ter um passado interessante não deixam de ser exactamente isso: pessoas do passado que hoje estão numa idade em que deveriam desfrutar de um merecido descanso de afazeres institucionais!
    Um e outro partido, os outros partidos e as forças vivas deste país devem propor/gerar candidatos com uma dinâmica e visão para a presidência do país nas quais essas pessoas do passado já não se enquadram! Essa visão deve assentar em 3 pilares básicos: como trazer os portugueses verdadeiramente competentes e capazes para a politica e o desempenho eficaz dos cargos políticos e de governação (nos vários níveis); como trazer aos portugueses a esperança num futuro de prosperidade, evolução e tranquilidade e como trazer de volta todos os portugueses que estão fora porque foram "empurrados" e que desejam mas não podem regressar à sua pátria!

    Eu sei que as questões da segurança contra o terrorismo, a defesa do meio ambiente e do planeta e o acesso universal aos mais modernos meios de comunicação, tratamentos médicos, criação artística e económica são temas que um Presidente deste século deveria ter como pilares, mas infelizmente este Portugal de 2015 em diante ainda se precisa de alicerçar na governação competente, prosperidade e segurança do emprego e na esperança do retorno dos que partiram, enfim, coisas tão básicas e tão do século passado!

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  8. Rui Cordeiro da Silva11:25 da manhã

    Luis,

    Como deves compreender, estava no gozo!
    Nem Soares tem saúde para tal, nem Almeida Santos tem coragem para isso.
    Mas com Guterres quase de fora e Sócrates literalmente "dentro" (do EP de Évora, entenda-se), vai ser interessante acompanhar a escolha do PS.
    Tal como a da direita...

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  9. Caro Francisco:
    Concordo inteiramente com os pressupostos que define como essenciais para o próximo presidente. Oxalá seja possível encontrar quem os preencha. Quanto ás figuras que tem sido faladas neste post nem todas são do passado como certamente concordará.
    Caro Rui:
    Mais difícil a do PS que a do PSD. Exactamente porque num "sobram" e no outro "faltam" se Guterres não avançar

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  10. Guterres é obviamente a possibilidade mais forte, e julgo mesmo que não terá rival à altura quer na área do PS quer em termos gerais.
    Se Guterres não avançar, veremos se há ambiente para uma mulher, coisa que me parece uma probabilidade significativa.

    Fora da área do PS, surge o inevitável Marinho e Pinto, que pode "explodir" (linguagem futebolística), se houver ambiente adequado.


    Embora fora da minha área política natural, há duas figuras políticas que muito aprecio, e que souberam granjear uma reputação inatacável, e que são Manuel Carvalho da Silva e Francisco Louçã.
    Qualquer um deles tem uma estatura intelectual muito acima das pequenas tricas do chamado "arco da governabilidade", mas reconheço que não terão a abrangência necessária para verdadeiras possibilidades de vitória

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  11. Caro luso:
    Guterres é o mais forte candidato À esquerda sem qualquer dúvida. Daí a ganhar de certeza vai uma grande distância.
    Uma mulher seria uma evolução interessante mas não estou a ver grandes candidatas. Na área do PSD ainda se poderia falar de Leonor Beleza mas à esquerda não vejo outra candidata que não Maria de Belém. Que num certo cenário até podia ser uma forte candidata.
    Quanto a marinho Pinto acho que é um "balão" a esvaziar

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