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domingo, dezembro 14, 2014

Um Jogo Ingrato

Era, já se sabia, um jogo difícil para o Vitória.
O Rio Ave é uma boa equipa, com alguns jogadores muito interessantes (Ukra,Tiago Pinto, Del Valle), muito bem treinada por Pedro Martins e que em qualquer circunstância viria a Guimarães por muitos problemas ao Vitória.
Quando a isso se soma a ausência de cinco titulares da ultima jornada, sendo que três deles (André,Hernâni e Bouba) tem sido pedras basilares da equipa enquanto Álvez já "resolveu" três jogos saindo do banco e Bruno Gaspar tem feito uma época em clara ascensão percebe-se bem os problemas que o técnico vitoriano teve para resolver.
Optou, sem surpresa, por não mexer muito no que tem sido a armação táctica da equipa fazendo entrar jogadores com caracteristicas idênticas aos impedidos e procurando não mexer muito nos processos de jogo.
E assim Plange, Bruno Alves, Cafu e Caiado entraram para os lugares de Bruno Gaspar,André,Bouba e Caiado enquanto Tomané reocupou um lugar que tem sido mais seu do que de Álvez.
Mas toda a gente, ou quase, sabe que uma equipa é muito mais do que os onze jogadores que a compõe e que jogando uns não é a mesma coisa que jogando outros.
Desde logo porque não há jogadores iguais (jogadores são pessoas e não peças de máquina) e a principal diferença está obviamente no talento que varia de jogador para jogador.
O Vitória não entrou bem no jogo.
Umas primeira meia hora  à procura do seu fio de jogo, com jogadores em busca do seu espaço e um adversário que se acomodou a essa incapacidade vitoriana deixando "correr o marfim" e espreitando o contra ataque mas sem perigo de maior.
Pese embora o esforço dos seus jogadores o Vitória mostrava-se pouco esclarecido a circular a bola, sem saídas rápidas para o ataque, e com um trio avançado em que Tomané era o mais expedito enquanto Alex jogava com a disciplina táctica habitual mas sem ser o "rompedor" que a equipa necessitava e Caiado andava completamente perdido.
Valeu nesse período o acerto da defesa que foi chegando para as investidas adversárias.
Nos 15 minutos finais da primeira parte, aí sim, a equipa encontrou-se e criou várias situações de perigo através de Tomané (excessivamente altruísta num caso em que preferiu passar do que alvejar a baliza)com dois lances perigosos, Bernard e Josué num cabeceamento que errou a baliza por um palmo.
No regresso das cabines RV ainda apostou no mesmo onze durante meia dúzia de minutos mas rapidamente percebeu que assim não ia lá e trocou Caiado por Crivellaro.
E a equipa ganhou outra dinâmica porque a circulação de bola passou a ser muito mais ágil, as jogadas 2x1 no meio campo adversário passaram a ter mais sucesso e a equipa encontrou finalmente quem pensasse o jogo e descobrisse caminhos diferentes para a baliza.
Criaram-se várias oportunidades(em duas delas chegou-se a gritar golo tal o perigo dos remates) mas quando a bola não quer entrar as coisas tornam-se mais complicadas porque a equipa é jovem, revela-se ansiosa, e expõe-se a contra golpes venenosos do adversário.
Que esteve perto de chegar ao golo num lance em que Plange se esqueceu" que tinha um adversário nas costas e o remate cruzado deste bateu no poste mais distante sem que Assis pudesse fazer algo para o evitar.
Rui Vitória fez o seu papel trocando Alex por Areias e alterando ligeiramente o sistema de jogo para um quase 4-4-2 embora Bernard nessa fase fosse mais extremo do que médio criativo.
Mesmo a acabar foi mesmo jovem ganês que desperdiçou flagrante oportunidade numa bola que lhe foi amortecida por Cafu mas o remate no coração da área saiu por alto quando se percebia que podia ter tido bem melhor destino.
O empate, face ao jogo jogado, acabou por ser um resultado frustrante porque o Vitória mesmo com todos os condicionalismos conhecidos jogou o suficiente para merecer um triunfo que o teria isolado no segundo lugar face aos restantes resultados da jornada.
Bruno Esteve não é mau árbitro mas também não é bom.
O seu trabalho pautou-se dentro dessas "balizas" mas sem qualquer influência no resultado.
Depois Falamos

P.S: É um problema que tem muitos anos é verdade. Mas a forma como os apanha bolas do estádio D.Afonso Henriques se posicionam perante o jogo é de uma ingenuidade gritante e resulta sempre em prejuízo do Vitória.
É um assunto tão fácil de resolver que não sei como ainda não está resolvido.

3 comentários:

  1. Por acaso este jogo não me parecia difícil, e notaram-se bem as dificuldades do Rio Ave. Ainda há pouco no Vitória se falava em ganhar campeonatos e apuramento para a champions. Hoje, como noutros anos, a desilusão. Equipa sem ambição, a jogar a 10 à hora... Não sei se os atletas pensam que com salários baixos o clube não merece, ou lá o que é... ou se estão à espera da oferta de prémios para jogar a sério... ou se as notícias da comunicação social, a pensar com 3 jornadas de antecedência, fazem a cabeça a alguém... o que acontece sempre é que quando temos oportunidade de subir na tabela com um jogo fácil, aparece um Vitória frágil e inseguro. Mesmo sem alguns titulares, uma semana de trabalho deveria chegar para treinar rigor tático e acerto no passe... Se o empate na pedreira não foi mau, este empate foi uma desilusão.
    Miguel Silva

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  2. cada jogo que passa o menino bernard se mostra mais individualista, nunca dá um toque ao lado, não joga para equipa

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  3. Caro Miguel:
    Acho que temos de ser justos e considerar que a exibição foi suficiente para termos ganho o jogo. Não me parece que o empenho e a motivação dos jogadores possam ser questionados porque deram o "litro". A verdade é que não conseguimos marcar pese embora as oportunidades criadas.
    Caro Anónimo:
    Bernard tem um potencial enorme mas não é um "produto" acabado. Está a crescer, a ganhar experiência e isso também significa errar. Por outro lado parece-me algo cansado e isso tira-lhe discernimento. São fases normais numa época de estreia ao mais alto nível.

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