E o Povo ?

A capacidade do PS nos surpreender, neste caso o PS de Guimarães, é praticamente inesgotável!
Veja-se, a titulo de exemplo, o sucedido na Assembleia Municipal da passada 6ª feira, no que concerne a uma proposta apresentada pela coligação "Juntos por Guimarães"(PSD+CDS+MPT)para dar sequência a um pacote de transparência nesse mesmo dia apresentado em conferência de imprensa.
Propôs a coligação que as reuniões públicas da Câmara e as sessões da Assembleia Municipal passassem a ser filmadas e transmitidas em directo no site da Câmara Municipal a exemplo do que já acontece noutros municípios como Lisboa, Cabeceiras de Basto ou Caminha.
E os exemplos não são inocentes porque Lisboa é uma câmara socialista presidida pelo próximo líder do PS entusiasticamente apoiado pela nomenclatura do PS vimaranense, Cabeceiras de Basto tem como presidente da respectiva AM o líder da federação distrital de Braga do PS e Caminha é presidida por um antigo líder parlamentar do PS na AM de Guimarães.
Posta a questão a votação mereceu os votos favoráveis da coligação "Juntos por Guimarães", da CDU (PCP+Os Verdes)e da deputada do Bloco de Esquerda.
Contudo a maioria PS chumbou a proposta!
Essencialmente com dois argumentos.
Um desvalorizando o interesse dessa inovação que permitiria a milhares de vimaranenses assistirem comodamente nas suas casas ás sessões dos orgãos autárquicos do seu município.
O outro porque entendiam que antes da apresentação pública da proposta  a coligação devia ter falado com o PS !
Curiosamente, na mesma assembleia e a propósito de outra proposta da coligação(sobre a ligação ao Avepark), o presidente de câmara referiu que apresentar propostas em conferência de imprensa é criar "ruído" e que quando se tem propostas alternativas o caminho é falar com a Câmara e não vir a público falar das coisas.
Duas situações mas uma mesma perspectiva.
O PS "nega" aos partidos da oposição o direito de terem ideias, de as apresentarem publicamente, de fazerem politica alternativa.
Nega, sem sucesso como é evidente, que a oposição estabeleça por si própria as normas de relacionamento com os vimaranenses.
Como, quando e sob que forma apresenta as suas ideias.
Prefere uma democracia tutelada pela partido maioritário.
Quase como no antigamente em que tudo se resolvia no remanso dos gabinetes e se navegava na bonança das verdades oficiais e das politicas sem contraditório.
Percebe-se por isso o conservadorismo de recusar a proposta de transmissão das sessões.
Não é ideológico nem assenta em argumentos sustentados.
É mesmo um conservadorismo virado para a conservação do poder que entende que quanto menos os vimaranenses estiverem informados (sem os filtros conhecidos)...melhor.
Estão enganados.
Depois Falamos

P.S. E o povo?
 Esse povo a que se podia facilitar tremendamente o acesso ás sessões dos seus orgãos autárquicos?
O povo?
 Lá para 2017 lembram-se dele.