A Enxurrada e o Alcaide

Não sei o que me choca mais nas recentes inundações de Lisboa.
Se a incúria que as permitiu se a cobardia dos responsáveis que se agarraram a todos os pretextos (fraquissimos) e mais alguns para justificarem com terceiros as responsabilidades que lhes cabem e não querem assumir.
A começar por António Costa.
Que nas primeiras inundações, semanas atrás, andava entretidissimo com a campanha interna do PS e por telefone foi acompanhando o que de grave se passava no município que durante três meses lhe pagou o salário sem que ele lá pusesse os pés para trabalhar como era seu dever.
Nestas, regressado da campanha e de passagem pela autarquia, arranjou uma girândola de patéticas desculpas que iam da intensidade da chuva à falta de aviso da protecção civil e que culminaram na espantosa declaração de que não havia soluções para as cheias!
Soluções há de certeza absoluta.
Para quem tenha vontade de trabalhar na sua busca e a capacidade decisória no sentido de as implementar no terreno.
Porque se todos fossem como Costa, que há primeira dificuldade desiste de encontrar soluções, a Holanda de há muito que estava submersa.
E por isso bem se pode dizer que um politico e decisor que não encontra soluções para um problema de inundações na sua autarquia não augura nada de bom quando tem a distinta lata de se candidatar a resolver os problemas de um país.
Sabia-se que Costa, fora das zonas de conforto por onde sempre andou e sem a descarada defesa que dele é feita por parte importante da comunicação social, valia muito pouco.
Está feita a prova.
Aos primeiros pingos de chuva (não estamos a falar de temporais terríveis mas apenas de umas chuvadas) a credibilidade e a imagem laboriosamente construída do alcaide foram na enxurrada.
Restou um politico patético, sem saber que fazer, sem ideias nem soluções para coisas triviais da governação autárquica e cada vez mais ansioso por eleições antecipadas.
Percebe-se.
Fora da sua zona de conforto está exposto ao olhar critico dos portugueses que a CS atenta, veneradora e obrigada não consegue distrair da essência das questões.
Costa não sabe, não consegue, não é capaz.
E por isso cada dia que passa é um dia que o coloca mais longe do seu objectivo.
Porque os portugueses o conhecem cada vez melhor.
E isso é péssimo para ele.
Depois Falamos.

P.S. Será que Costa já pensou quantas valetas, caleiros, bueiros e afins poderia mandar desentupir com os 40.000 euros que deu à inutílissima fundação do seu "padrinho" Mário Soares?