A triste história conta-se em poucas palavras.
O antigo hospital de Cabeceiras de Basto foi transformado a expensas da Misericórdia local numa unidade de cuidados continuados com capacidade para 31 camas e serviços diversos.
Um investimento de dois milhões de euros, parte dele com recurso a financiamento bancário, a que a Misericórdia meteu ombros respondendo a um desafio lançado pela ARS/Norte (ou seja o Estado) em 2006 afim de integrar a unidade num plano de expansão da rede de cuidados continuados.
O edifício está pronto desde 2012!
Há dois anos.
Mas fechado.
Porque a ARS/Norte (ou seja o Estado) continua a não dar luz verde á sua abertura.
Nada o justifica.
Nem as estafadas questões orçamentais nem a discordância do actual governo em relação a planificações feitas pelo anterior governo nesta área.
A unidade está pronta e há utentes a necessitarem dela com uma urgência que não contempla mais atrasos nem querelas politicas sem sentido em volta do assunto.
As pessoas, sim pessoas, que precisam deste tipo de unidade estão numa fase final da sua vida em que um dia é muito tempo e um ano o infinito.
Argumentar que a recente abertura de uma unidade idêntica no antigo hospital de S. Marcos em Braga, com a consequente oferta de camas, torna menos urgente a abertura desta unidade é "brincar" com os idosos de Cabeceiras de Basto e com as suas famílias de quem parece quererem desterrá-los num fase da vida em que os familiares assumem particular importância.
Ou, pior ainda, vir-se dizer que a planificação feita pelo anterior governo nesta área foi errada porque a maioria dos idosos se encontram em Lisboa e no Porto é fazer uma demonstração grosseira e inaceitável de ignorância sobre a da realidade do país.
Bastará consultar as estatísticas para perceber que a região de Basto tem uma preponderância,em crescendo, de cidadãos idosos face a razões que todos conhecemos e que não vale a pena citar aqui.
Esta é uma questão urgente e de cuja resolução os deputados eleitos pelo distrito de Braga não se podem demitir ou passar ao lado.
Nas ultimas legislativas votei, como sempre, no PSD.
Que elegeu nove deputados neste distrito.
E esses nove deputados tem a obrigação de serem parte activa, empenhada e interessada na resolução imediata deste assunto.
Depois Falamos
P.S. Resta acrescentar, como se já fosse pouco, que a recusa de abertura da Unidade põe em causa a sustentabilidade financeira (por causa dos encargos do empréstimo) da Misericórdia de Cabeceiras de Basto e consequentemente os valiosos serviços que presta à comunidade.
Eu tenho em conta que o Estado é uma pessoa de bem, Sr. Luís Cirilo. Mesmo tarde e a más horas, costuma honrar os seus compromissos. Pode acontecer que neste caso esteja a desleixar-se por razões financeiras pontuais ou por metade do país estar de férias.
ResponderEliminarPor outro lado, os bancos que emprestaram dinheiro têm de aprender a ter mais calma e a sofrer um pouco mais. Eles sabem que esta unidade da Santa Casa da Misericórdia local é gerida pela mesma instituição que é responsável pela grande 'pingadeira" dos jogos sociai em Portugal, tais como totoloto, totobola, euromilhões e lotaria.
Em vez de se querer dar resolução a este caso pela perspectiva política, seria melhor esperar por um desfecho à portuguesa. Vai ver que no final, o dinheiro vai aparecer. Ou duma maneira ou doutra.
Quim Rolhas
Se fosse um estádio...
ResponderEliminarCaro Quim Rolhas:
ResponderEliminarA mim o que me preocupa não são os bancos nem o Estado. são as pessoas que precisam da unidade a funcionar e não a tem por razões que sejam quais forem não são aceitáveis. dois anos não são dois dias.
Caro Anónimo:
Depende do estádio.
Olhe o do Algarve.
De facto, o Sr. Luís Cirilo tem toda a razão. As pessoas são mais importantes do que o Estado. Mas o timing do Estado não é o mesmo que o dos cidadãos. Nós morremos e o Estado fica cá a cuidar dos que ficam. Pior seria se o Centro não estivesse construído e ainda estivéssemos a discutir a construção de uma necessidade básica naquela região. Felizmente está pronta e esperemos que a abertura esteja agendada para breve e que as minúcias sejam ultrapassadas. De preferência durante esta legislatura, como convém, para que o atual executivo socialista na Câmara de Cabeceiras não reclame para si o desbloqueamento deste impasse.
ResponderEliminarQuim Rolhas
Caro Quim Rolhas:
ResponderEliminarFaço minhas as suas palavras.
Até porque num país com as carências do nosso, nomeadamente financeiras, é ridiculo ter uma unidade destas pronta para abrir há dois anos.
Quanto à Câmara socialista, neste assunto, caladinha é que está bem.