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sexta-feira, agosto 08, 2014

Demagogo e Irresponsável

A saída de Marinho e Pinto (como gosta que lhe chamem) do Parlamento Europeu, oito dias depois de lá ter chegado, significaria numa democracia mais exigente com os seus eleitos o fim de qualquer veleidade de uma carreira politica.
Porque este demagogo e irresponsável que andou anos e anos a pregar moral aos outros, a arvorar-se em defensor dos fracos e oprimidos e a defender tenazmente José Sócrates e os seus governos, não teve qualquer problema de consciência, ética e moral em enganar os eleitores do MPT que votaram nele (mais que no partido em boa verdade) para os representar em Bruxelas e agora vêem que lhes saiu gato por lebre.
Pior.
O argumento do demagogo e irresponsável é que vem embora da Europa porque os problemas de cá são mais importantes que os problemas de lá, constatação que só conseguiu fazer depois de estar lá oito dias e cá mais de trinta anos de vida pública.
E anuncia, sem vergonha de qualquer espécie, que tenciona candidatar-se ao Parlamento em 2015 e à presidência da Republica em 2016!
Já nem comento o alto conceito em que o demagogo e irresponsável se tem ao ponto de se achar elegível para tudo; Parlamento Europeu, Parlamento e Presidência da República.
Presunção e água benta cada um toma a que quer.
Nem sequer formulo o desejo de que em termos de legislativas o MPT lhe bata com a porta na cara por uma questão de simples dignidade.
É que a "carne" é fraca e a transposição de votos das europeias para as legislativas daria ao partido uma dúzia de deputados que o tornariam charneira em qualquer solução de governo.
Não.
Apenas espero que os eleitores, se o demagogo e irresponsável seguir em frente com essas peregrinas ideias de ser o salvador da Pátria, o mandem dar uma curva e o reduzam à insignificância política de onde nunca devia ter saído.
E, já agora, percebam de uma vez por todas o perigo dos independentes sem ideologia que fazem do populismo mais desavergonhado o seu único programa de acção politica.
Depois Falamos.

5 comentários:

  1. Anónimo9:40 p.m.

    Depois de ler isto:

    "As legislativas e presidenciais terão Marinho e Pinto como candidato. Ao Jornal de Notícias, diz que abandona o Parlamento Europeu no próximo ano. Apesar das críticas aos salários, o advogado não prescinde dele: "sou pobre, preciso do dinheiro, tenho uma filha no estrangeiro".
    Marinho e Pinto foi eleito para membro do Parlamento Europeu em Maio. Três meses depois, já tem data marcada para abandonar o cargo: dentro de um ano. O antigo bastonário da Ordem dos Advogados quer candidatar-se às eleições legislativas. E, mais uma vez, abre as portas a Belém.

    "Tenciono candidatar-me à Assembleia da República, onde faço mais falta para resolver os problemas políticos dos portugueses", disse Marinho e Pinto ao Jornal de Notícias. "Os problemas nacionais são mais graves que os europeus", acrescentou.

    Eleito pelo Movimento Partido da Terra nas eleições europeias de Maio (que obteve 7,1% dos votos, elegendo dois eurodeputados), Marinho e Pinto não esclarece ao jornal se irá candidatar-se pela mesma força política no sufrágio para o Parlamento nacional.

    "Isto sem prejuízo de, depois, poder candidatar-me às presidenciais", avisa Marinho e Pinto sobre as eleições para Belém, que irão decorrer em 2016.

    Para o eurodeputado, não está em causa defraudar as expectativas de quem votou nele. "Continuo na luta". "A guerra tem várias trincheiras".

    Além da vontade de se candidatar para órgãos nacionais, o advogado diz ao Jornal de Notícias que tinha motivos para estar desiludido com Estrasburgo. Só não está porque não tem "idade para ter ilusões". "Sai[o] menos europeísta do que entrei". "O elemento agregador da Europa não está nos ideais, nem nas políticas, mas no dinheiro. E eu não acredito numa organização construída em torno desse dinheiro", diz.

    Aliás, uma das críticas que faz nas declarações à publicação é dirigida aos salários pagos aos eurodeputados, "muito acima da média salarial dos cidadãos representados". Pensa prescindir do seu ou partilhar a verba? "Não sou a favor da caridadezinha", começa por dizer. "Eu sou pobre, preciso do dinheiro, tenho uma filha no estrangeiro"."

    Concordo que é mais útil ao País na A.R do que no P.E.

    Demagogo e irresponsável ? e os que lhe antecederam ?

    Pobre pais que está entregue à bicharada.

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  2. Anónimo3:27 p.m.

    Um verdadeiro "picareta falante"...

    Onde já ouvi disto?

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  3. Anónimo6:54 p.m.

    mas afinal saiu ao fim de oito dias ou vai sair daqui por um ano?

    fiquei confuso...

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  4. Anónimo8:50 p.m.

    São inúmeros os maus exemplos que como este temos assistido na classe politica e outras e é transversal a várias tendências politicas, desde Durão Barroso a António Guterres passando recentemente por Fernando Nobre e atingiu até o vice primeiro ministro Paulo Portas que tal como Marinho e Pinto o PE era demasiado pequeno. Infelizmente existe uma deslealdade entre votados e votantes. Perdoe-me a alfinetada mas também o Sr me traiu quando votei em si (eu não votei Lista A ou B votei Luís Cirilo) para a atual direção do Vitória e outros (des)interesses se levantaram. Mas lá que vai baralhar as contas para Belém isso vai porque o Povo tem memória curta.

    Cumprimentos

    Paulo

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  5. Caro Anónimo:
    Toda a pobre argumentação de Marinho e Pinto visa apenas desviar as atenções de uma decisão lamentável e que está baseada num desejo de poder pessoal sem limite. Porque em bom rigor o que ele quer é obter votação nas legislativas que lhe permita formar maioria com PSD ou PS (de preferência este)para integrar um futuro governo.
    Caro Anónimo:
    Ciclicamente vão aparecendo.
    Caro Anónimo:
    Ao fim de oito dias anunciou que sai daqui a um ano. Claro que a partir de agora é como se já tivesse saído porque ninguém o pode levar a sério.
    Caro Paulo:
    Tem genericamente razão quanto a alguns abandonos de politicos eleitos. No meu caso é que não. Pela simples razão de que ao sair do Vitória não fui para nenhuma alternativa melhor como acontece com treinadores e jogadores ou os politicos que referiu. Simplesmente saí da direcção por razões que entendi serem inultrapassáveis. Ciente,sem falsas modéstias, que houve muita gente que votou na lista A por eu a integrar. Soubesse na altura o que sei hoje...
    Mas não sabia.

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