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quinta-feira, agosto 28, 2014

A Bactéria

A linguagem do futebol é, já se sabe, muito "sui generis" nos termos que emprega e nas figuras de estilo que vai criando com o decorrer dos anos.
Ainda nos últimos dias entrou em cena mais uma.
A bactéria!
Argumento passado para a comunicação social para justificar o péssimo estado do relvado do estádio D. Afonso Henriques no jogo entre o Vitória e o Penafiel.
Bactéria muito resistente, aliás, porque tanto quanto me lembro é a terceira época consecutiva em que o relvado, outrora dos melhores do país, se apresenta naquele estado impróprio para consumo.
Em 2012/2013, fruto da forma como se encontrava no final da época anterior, teve de ser sujeito a uma intervenção, que se supunha regeneradora e que obrigou a que a equipa B fizesse os seus três primeiros jogos na Póvoa de Varzim.
A verdade é que nunca chegou a ficar bem.
Poder-se-ia pensar que a responsabilidade teria sido de a intervenção não ser a mais adequada mas é claro que a culpa está noutro lado.
Culpa da bactéria está bom de ver.
A época passada, mesmo com a equipa B "desterrada" para o complexo, o relvado no inicio da época estava muito fraco e não houve emenda que lhe valesse ao longo da temporada pese embora nalguns jogos apresentar mais areia do que algumas praias neste verão.
Bactéria de qualidade está-se mesmo a ver.
Este ano, mesmo com a equipa B "desterrada" para Moreira de Cónegos e a adiar jogos, depois de mais de três meses sem futebol encontra-se como a fotografia documenta.
Mais uma vez a bactéria mostra a sua raça!
Fantástica bactéria que demonstra uma resistência inaudita num país de clima temperado e que tem empresas a instalarem relvados nalguns dos melhores clubes do mundo!
A verdade é que o raio de acção da bactéria parece já extravasar o relvado e causar danos colaterais.
Cadeiras sujissimas? A bactéria?
Holofotes fundidos? A bactéria?
Marcador electrónico avariado? A bactéria?
Altifalantes em modo DJ a impedirem que se fale com quem está ao lado? A bactéria?
Aspecto de sujidade por todo o lado? A bactéria?
Casas de banho degradadas e sujas? A bactéria?
Já sei que os fundamentalistas do costume, aqueles que não distinguem a critica fundamentada e construtiva da calúnia e do insulto, se vão indignar todos porque para eles há dogmas no Vitória.
Para mim o único dogma no clube é o próprio clube.
E por isso digo, agora num tom mais sério, que os associados do Vitória que pagam cotas e compram lugares anuais(ou não compram lugares mas pagam bilhete e são tão vitorianos como os outros) tem direito a serem exigentes.
Porque pagam para verem os espectáculos e tem direito a que eles se desenrolem num palco adequado e a assistirem em condições de conforto compatíveis.
E compete a quem dirige responsabilizar-se porque assim seja.
E responsabilizar-se não é atirar culpas para cima da pobre da bactéria...
Depois Falamos

P.S Admito que quem vai ao futebol com convite para a bancada ou até para camarotes com direito a croquete seja menos exigente do que quem paga para assistir.
Não podem é ser exigentes em relação à exigência dos que pagam!

12 comentários:

  1. Mike_the_Bike9:41 da manhã

    Concordo em pleno com esta sua análise. Ontem mesmo, enviei um email para o Vitória com algumas destas considerações, pois acho que devemos manifestar a nossa opinião, até porque se eu pago para ir ver o Vitória, tenho pelo menos o direito de fazer ver o meu descontentamento.
    Revolta-me ver clubes como o Paços de Ferreira e o nosso vizinho Moreirense (entre outros) terem relvados imaculados e nós termos "aquilo"... Atenção, a minha revolta não é por eles terem bons relvados, fico feliz por eles, mas indignado por nós não o conseguirmos ter.

    Miguel

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  2. Dou-lhe os parabéns pela frontalidade com que aborda o tema, tem razão em todos os itens que fala, mas para nós adeptos o que é mais desgastaste é o clima de discoteca que o sistema de som do estádio irradia: enervante e nefasto para a saúde! Não seria interessante propor uma petição para baixar o nível daquilo? Que diz? Um abraço e continue com a sua raiz de pensamento bem audível, ao contrário do malfadado sistema de som!
    Pedro silva

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  3. Aceito e aprecio, como sempre, as suas alfinetadas. O que não aceito é a seriedade de jornalistas mentecaptos que se satisfazem por publicar a metade da versão que mais lhe interessa.
    Sr. Luís Cirilo, fazemos assim, quem me conseguir provar com análises laboratoriais à relva, E NÃO À TERRA, que a causa principal do estado deplorável da relva do Dom Afonso Henriques é uma bactéria eu pago-lhe 10.000 contos em dinheiro.
    A fotografia é clara.
    As falhas são longitudinais e revelam que alguns tubos de escoamento da água nas camadas do subsolo poderão não estar a funcionar corretamente.
    A retenção de humidade em excesso favorece o aparecimento de fungos que impedem o desenvolvimento do raizame. E claro, nas áreas onde não se desenvolve relva, vê-se areia seca porque numa camada inferior a água dos aspersores foi lavando a terra até só ficar areia e, nessas condições com falta de terra, nenhuma planta germina e ainda porque a água estagnada do subsolo poderá propiciar a germinação de fungos e bactérias em excesso.
    Porque, Sr. Luís Cirilo, convenhamos, toda a terra tem bactérias. Aliás, as bactérias promovem, até certo ponto, o crescimento das plantas e, neste caso, da relva. E depois, as bactérias não atuam em simetria como a foto demonstra. São desorganizadas como a natureza.
    Já ponderei o problema estar associado exclusivamente à manutenção deficiente do relvado num outro comentário, mas estou inclinado também para a hipótese provável do desgaste dos materiais de rega e drenagem. E nesse caso, não há manutenção que valha, Sr. Luís Cirilo.
    Neste caso, mesmo que se coloque por cima outro tapete novo, o problema nunca desaparece.

    Quim Rolhas

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  4. Caro Miguel:
    Todos gostaríamos de ver as competições profissionais(pelo menos essas)jogadas em excelentes relvados.
    Infelizmente a realidade, nomeadamente na II liga,está longe disso.
    Mas naturalmente que a nossa realidade é a que nos choca. Porque um dos melhores estádios do país não pode ter aquela relva.
    Caro Pedro:
    É um fenómeno que me ultrapassa esse do volume das colunas de som. Não só pela completa falta de respeito pelos espectadores como também por não perceber a utilidade daquilo. Quando estava na direcção chamei a atenção para o assunto mas nada foi feito infelizmente.
    E como eu sempre tive o saudável hábito de não interferir em áreas que não me pertenciam o desrespeito continua.
    Caro Quim Rolhas:
    O seu comentário é totalmente acertado.
    Porque o problema não estará apenas na relva mas sim na caixa que ela assenta e na respectiva drenagem. Cujo sistema estará longe, muito longe, de ter um funcionamento perfeito. O problema estava detectado há anos só que as intervençõezinhas que lá se fizeram desde 2012 não resolveram problema nenhum. Apenas mascararam, e durante pouco tempo, o verdadeiro estado da relva.
    Ou por outras palavras: não sendo eu ,muito longe disso, um entendido na matéria sei que o problema só se resolverá arrancando o actual relvado, fazendo uma intervenção de fundo na caixa e no sistema de drenagem e depois plantando um novo relvado de raiz.
    Plantando e não estendendo relva em rolo como alguns gostam.

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  5. Tenho acompanhado alguns comentários que faz no seu blog e pensado muitas vezes se terei o direito a expor a minha opinião, porque como diz nem sempre sabem distinguir um comentário construtivo num país livre de opiniões. Até porque qualquer um pode falar e nada dizer, dar entrevistas e nada falar, não quero fazer parte desse grupo restrito de pessoas do qual o sr. não se identifica. Desta vez concordo com o estado da relva, ressalvando desde já que não é de todo a minha área, está intratável. Como desconheço os procedimentos para combater a bactéria, penso existem bactérias que quando admnistrado antibiótico é eliminado, outras que hibernam e reaparecem, outras que resistem e tentam subreviver a todo o custo, espero me fazer entender.
    Quanto aqueles que entram com convites a comer croquetes sr. tenho a certeza que não devia nada dizer pois sei que tem boa memória.

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  6. Caro Anónimo:
    Claro que tem todo o direito de dar a sua opinião desde que o faça (como fez) de forma correcta e expondo os seus pontos de vista.
    Eu gosto de debater.
    Não gosto é de gente malcriada e mentirosa que por vezes coloca comentários que obviamente não publico. Quanto aos croquetes é matéria em que estou à vontade. Sempre fui contra isso e defendi que se acabasse com a prática. Quando vou ao futebol janto antes ou depois conforme a hora e acho que todos deviam fazer isso.

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    1. Também gosto de debater mas com respeito, pelo que se escreve não gostei de uma resposta que anteriormente deu em que subentendi as suas palavras chamavam ignorante a quem escrevia, só porque não utilizou vocabulário sofisticado mas sim comum.peço desculpa mas a partir dai fiquei atento ao seu blog, pois incomodou-me, assunto já encerrado para mim mas que não passou em branco quando li.
      Agradeço a amabilidade de publicar a minha opinião mas terei de lhe dizer directamente que:
      1.quando falava dos croquetes, referia me aos convites (familiares), o que acho normal mas quem tem telhados de vidro não fala.
      2.quanto aos croquetes com sinceridade deveria ser um bocadinho melhor (nada a dizer da empresa que serve o catering) mas pelo que sei de fonte fidedigna existem directores e vices presidentes que estão no estádio 3 horas antes e saiem 3 horas depois, certamente o sr. também.
      Ser malcriado e desrespeitar os outros não faz parte da minha essência, por tal não consinto o mesmo com os outros.

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  7. Ter o pior relvado da primeira liga pelo 3º ano consecutivo choca mas enfim, como desconheço a matéria, até estaria tentatdo a engolir algumas justificações. Agora chegar ao meu lugar, pago a peso de ouro para o futebol com que me têm presenteado nos últimos anos, e encontrar 1 cm de terra é de uma falta de respeito injustificável. Já nem falo da porcaria do som, que somente um atrasado mental pode ignorar estar absurdamente alto. Análise acertada, como na maioria das vezes...

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  8. o P.S. está muito bom
    É que realmente há quem vá ao estádio por muitas razões que pouco têm a ver com o apoio à nossa equipa.
    E não são só os croquetes...

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  9. Caro Anónimo:
    Infelizmente é como diz. E na bancada nascente,que é onde tenho o meu lugar anual,esse problema das cadeiras sujas já vem de anos anteriores. Bem como o volume do som. É pena que até isso contribua para gerar desconforto nos adeptos.
    Caro luso:
    Infelizmente assim é. E não é de agora.
    Caro Anónimo:
    Não é meu hábito avaliar os comentários pela forma mas sim, e sempre pelo conteúdo. É evidente que aqui ou ali posso ter-me exprimido de forma a suscitar duvidas em quem lê.
    Quanto aos croquetes agradeço a franqueza e de igual forma vou-lhe responder.
    No meu tempo de direcção (Abril a Dezembro de 2012)cada vice presidente tinha direito, salvo erro, a quatro convites para o camarote presidencial. Na maior parte das vezes nem os solicitei e quando o fiz foi,regra geral, para não familiares. Se numa ou noutra vez convidei familiares foi sempre dentro dessa quota de quatro convites.
    Não sei nem me interessa o que faziam outros membros da direcção.
    Quanto ao tempo de permanência no estádio(suponho que associa isso ao consumo de croquetes)no meu caso era simples. Chegava no autocarro com a equipa (A ou B) e dele saía com a equipa rumo ao hotel onde todos deixavamos os nossos carros. A equipa chegava ao estádio cerca de 90 minutos antes do jogo e dele saía cerca de uma hora depois. Nada que se pareça com as três horas que refere.

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  10. E mais uma prova que a direccao nao se preocupa com os adeptos, cadeiras cheias de areia e o som nas alturas,bar pobre .....ja vi na regional campos ,bares ,bancadas e som melhores que no estadio que recebe os melhores adeptos do mundo

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  11. Caro lobo:
    Tem razão no que diz e subscrevo o reparo aos bares.
    Pobres na oferta e caros nos preços.
    Merecemos melhor sem duvida

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