Ficará para os anais do nosso futebol este triste espectáculo de um presidente da Liga repudiado pela esmagadora maioria dos clubes utilizar todas as artimanhas e aldrabices (ao ponto de recusarem a admissão de outras listas que não as próprias !) para se manter no cargo de qualquer forma.
Ao serviço de que interesses e de que estratégias é algo que seria muito interessante saber também.
Neste processo de clarificação e reposição da legalidade há dois clubes que merecem todos os elogios.
O Vitória e o Estoril!
Que não pactuaram com o simulacro de eleições, quer não se calaram perante os atropelos, que não viraram as costas aos compromissos assumidos e recorreram para o Conselho de Justiça da "palhaçada" eleitoral protagonizada por Figueiredo e seus acólitos e patrocinada na sombra por interesses poderosos.
Sem Vitória e Estoril, e respectivo recurso para o CJ, Figueiredo continuaria a presidir à Liga e a degradação desta seria irreversível ao ponto de os próprios campeonatos estarem em risco de não se iniciarem por absoluta falta de patrocínios para os mesmos.
O futebol português tem uma inquestionável divida de gratidão para com estes dois clubes.
Mas agora há que tomar decisões.
Porque com a repetição de eleições é necessária uma solução para impedir,democraticamente, que a inevitável recandidatura de Figueiredo tenha a mínima hipótese de ter sucesso e mergulhar o futebol profissional no mais completo ridículo.
E para isso é preciso que os clubes de forma séria e responsável conversem entre eles para construírem uma candidatura ganhadora e com potencial necessário à regeneração da Liga e ao retomar da credibilidade perdida.
E um Presidente da Liga que una o futebol em volta dela.
Penso que esse candidato jamais poderá voltar a ser Fernando Seara.
Porque foi o primeiro a voltar as costas ao processo e a retirar-se de cena sem sequer contestar as inúmeras ilegalidades dos expedientes usados para a rejeição da sua lista.
Com uma pressa tal que tornou suspeito, e bem suspeito, o real empenho na candidatura.
É passado.
Importa agora o futuro.
Que só existe porque Vitória e Estoril o tornaram possível.
Depois Falamos
P.S. Um dos grandes derrotados neste processo é o Benfica.
Cujo presidente patrocinou na sombra a recandidatura de Figueiredo e logo após a vergonhosa eleição do mesmo veio publicamente apelar ao apoio à nova direcção eleita.
Mostrando claramente de que lado estava.
O Benfica é um grande clube e tem de fazer parte da solução que vier a ser encontrada.
Seria impensável que assim não fosse.
Mas desta vez tem de jogar limpo!
Já basta o que basta...
Caro amigo Luis Cirilo, como sempre, e infelizmente, só ficamos com as vitórias morais, porque as outras, já sabemos para que lado caem! A prova disso, mais uma, já foi dada no sábado em Moreira com, mais uma, inenarrável atitude, do "apitador"!
ResponderEliminarEstou de acordo, caro Luis Cirilo: Fernando Seara deixou de ter condições para assomar de novo à Liga de Clubes, dada a forma como virou as costas ao processo logo que a sua lista foi rejeitada. Mas isto cria um problema: como não podem ser apresentadas novas listas, como vai ser? Rui Alves? Pelo amor da Santa...Os clubes que desfaçam o novelo que criaram, sobretudo os três grandes...
ResponderEliminarFinalmente, a justiça está a chegar à Liga, Sr. Luís Cirilo. Vem devagar, mas ao que tudo aponta vai de novo chutar o Dr. Mário de Figueiredo para o escritório do Dr. Gil Moreira dos Santos, donde nunca devia ter saído. Mais cedo ou mais tarde, vai saber o que custa descer de cavalo para burro. Pois é. Acontece a todos.
ResponderEliminarNos últimos anos, a comunicação social está a dar muita importância ao cargo de Presidente da Liga e o homem deve ter pensado que era um DDT, se é que a sigla se aplica neste caso, pelo menos, até o CJ da Federação ter finalmente tomado uma posição acertada. O que importa são as equipas, os adeptos, os clubes, os presidentes e paralelamente a existência uma estrutura de gestão que se imponha e reúna consensos nas mais diversas matérias. Quanto a mim, quem preside a esta estrutura deveria manter-se em low profile, recatado, discreto para merecer a vénia e o respeito de todos. A posição inabalável do Eng.º Júlio Mendes até que foi compensada por esta espera quando todos esperavam mais do mesmo. Subiu uns furos na minha consideração.
Fico-me por aqui.
PURA VIGARICE?
Já agora, Sr. Luís Cirilo, enquanto vê-se a justiça quase a cortar a meta na Liga, depois de uma longa maratona de aleijados, permita-me falar de outro assunto, que nada tem a ver, apenas pela falta de justiça que se impõe ao caso e que me tem deixado preocupado pelas proporções de prejuízo incalculáveis e incontroláveis em muitas famílias, aportando enormes receitas para os canais aderentes desta modalidade ilegal aos olhos da lei. Consta-se que a SIC já lucrou mais de 60 milhões de euros com o povo a comer gato por lebre porque ao contrário do número oficial de apostas que entram na Santa Casa, nas TV's esses números não divulgados pelas mesmas razões do segredo em torno dos negócios que arruinaram o BPN e muito próximo disso, o BES.
Vem na sequência da acção desmesurada dos canais televisivos e da sua deficiente interpretação da Lei do Jogo a que deveriam estar sujeitos em Portugal.
Como o Sr. Luís Cirilo sabe, até porque já ocupou o cargo de Digníssimo Governador Civil de Braga, a actividade dos Jogos de Azar no nosso País está licenciada exclusivamente à Santa Casa da Misericórdia (DJSCM) e a 11 casinos, estando proibida o acesso a menores de 18 anos.
Ora, os canais de televisão portugueses desenvolveram nos últimos anos, diga-se em toda a verdade, à margem da lei, uma forma hábil e enganosa de fazer jogo de casino, de sorte ou azar, através de chamadas telefónicas de valor acrescentado que são usadas como um bilhete de acesso a um prémio final. Pior do que isso, permitem, sem controlo, que menores de 18 anos o façam, pois não existe nenhum porteiro ao pé do telefone a perguntar a idade ou para onde se vai telefonar.
O que mais me deixa incomodado, é o facto das televisões o fazerem às claras num momento de crise difícil da nossa História, agudizando o desespero de milhares de famílias, como pazadas em cima de caixões, numa atitude de impunidade e alheamento ao conceito base da legislação em vigor, deturpando-a com o apoio da ANACOM.
Julgo que o Sr. Luís Cirilo tem formas mais eficazes que eu para encaminhar esta minha preocupação as seus pares no Governo e combater este flagelo ou simplesmente licenciá-lo de forma a: a) ou equiparar as televisões a casinos ou pontos de apostas da Santa Casa da Misericórdia; b) ou a deixar que miúdos a partir dos seis anos passem ter acesso livre aos casinos, tal como têm em casa quando ligam para os canais de televisões a mando ou não dos pais. Como nada disso é possível, o melhor mesmo era acabar com esta balbúrdia e chamar as coisas pelo seu nome. A TV deveria voltar a fazer o que é realmente importante e ganhar dinheiro à moda antiga. Em publicidade ou patrocínios. E não a andar a fazer-se passar por aquilo que não é. Enfim, deixar a especialidade de buscar o dinheiro às pessoas como quem rouba para os casino, dando-se ainda ao desplante de colocar em rodapé que parte desse dinheiro vai para o IVA.
Que lata!
Quim Rolhas
Tal como disse na altura, fiquei com a impressão que o sr Fernando Seara apenas se apresentou nesta corrida eleitoral para, de forma muito subtil, eliminar o nosso presidente Júlio Mendes de se candidatar, cheguei mesmo a pensar que tudo isto foi calculado pelo Benfica, e o facto do sr Fernando Seara ter virado costas a toda esta vigarice, só veio reforçar as minhas suspeitas. Agora a questão é, e quem é que tem capacidade para unir novamente os clubes em volta do futebol? O sr Rui Alves não me parece, digamos que não passa a imagem de edoniedade, acho mesmo que o único que teria condições para fazer um bom trabalho na liga seria o nosso presidente Júlio Mendes, parece-me ser uma pessoa honesta, imparcial, e que conseguiria unir o futebol, mas para isso o Vitória sairia a perder ,pois para mim, ficaria sem um grande presidente que recuperou o clube e que muito ainda tinha para dar, ainda para mais já disse que não se candidataria a liga. Para mim uma boa solução seria: Júlio Mendes na Liga e o caro Luis Cirilo na presidência do VSC, que lhe parece?
ResponderEliminarCaro José Paulo:
ResponderEliminarÉ como diz.
Mas esse é um problema que só quem está lá pode tentar resolver.
Caro Anónimo:
Acho que o processo devia voltar a zero e serem apresentadas novas candidaturas.
Caro Quim Rolhas:
Mário Figueiredo ficará para a história como um dos piores intervenientes da história do nosso futebol. A forma como se agarra ao lugar(vencimentos e regalias)apoiado apenas por meia duzia de clubes sem vergonha e um que se acha o DDT do nosso futebol é simplesmente asquerosa.
E creio que Vitória e Estoril prestaram um relevante serviço ao nosso futebol ao impedirem que o crime compensasse.
A segunda questão que põe, a das televisões/casinos, é uma tragédia nacional que não para de aumentar. Porque com o livre acesso das crianças ás televisões (e aos computadores e aos tabletes de acordo com a maior ou menor vontade dos pais em as "aturarem")transformou-se o país num imenso casino a céu aberto.
Para lhe ser franco não sei a solução para isso. sei que a nível de governo é uma preocupação. Veremos se encontram a solução.
Caro macaco careca:
O que lhe posso dizer é que o desejável seria o processo eleitoral voltar à estaca zero e poderem ser apresentadas novas candidaturas.
Porque se é certo que Figueiredo e Alves (venha o diabo e escolha o pior) vão recandidatar-se tenho muitas duvidas que Seara o faça pelas razões que você próprio expôs.
Quanto a Júlio Mendes não tenho a minima duvida que tem o perfil e as capacidades necessárias a ser um excelente presidente da Liga.
Sr. Luís Cirilo, gostei essa do «casino a céu aberto», expressão com a qual concordo. E estamos de acordo quanto ao desempenho do Dr. Mário de Figueiredo.
ResponderEliminarQuanto às Tv's, tenho falado com muitos advogados, alguns meus e outros de colegas meus, e eles concordam com o exagero e a ilegalidade dos canais quanto a esses sorteios, mas nada fazem por iniciativa própria. Querem que sejam outros a dar a cara.
Isto lembra um pouco aquele tempo que tínhamos de aturar condutores a falar ao telemóvel enquanto conduzem na via pública. Todos concordaram com a proibição quando foi invocada a principal razão de peso: a segurança rodoviária.
Quim Rolhas
Caro Quim Rolhas:
ResponderEliminarO futebol português cada vez enoja mais.
Mas a solução é fácil e está ao alcance da mão quando se trata de televisões.
Mudar de canal.
Quanto ao resto ás vezes gostava de conseguir desinteressar-me do futebol.
Há outros desportos e que não cheiram tão mal