E por isso o meu interesse pelo que se passa no PS é de pura cidadania mesclada com a natural curiosidade de saber quem vai ganhar a disputa interna e liderar os socialistas nas legislativas do próximo ano.
Não faço parte daqueles que , no PSD, preferem Seguro a Costa na convicção de que será um adversário menos difícil nessas eleições.
Não sei qual será o mais difícil.
Na politica não há laboratórios onde se possam fazer experiências e por isso o mais difícil em 2015 será aquele que lá estiver.
Nessa matéria, das dificuldades de 2015, bem andará o PSD em preocupar-se consigo próprio e com o governo.
Em relação a esta disputa, que seguramente deixará sequelas internas por algum tempo, oferece-se-me dizer apenas o seguinte:
António José Seguro está a pagar, caro, o pecado da abrangência.
Quis agradar a todos.
De Soares a Alegre, de Ferro a Sócrates, de Lello aos Galambas, de Ana Gomes a Maria de Belém.
Colou-se desnecessariamente a aspectos negativos do passado "socratista", assumiu "dores" que não eram dele, deu lugares nas listas das europeias a todas as tendências, "levou" com Sócrates no ultimo dia da campanha.
Aturou os desvarios de Soares (que agora ajuda à "golpada"), os maus humores de Sócrates, um grupo parlamentar escolhido pelo antecessor e que nunca morreu de amores por ele.
Foi radical onde devia ter sido moderado (na relação com a troika que o seu próprio partido havia chamado e em que se "colou" a posições do PCP e do BE) e moderado onde devia ter sido radical (nas divergências internas) sempre na esperança da abrangência.
A isso se acresceu a inabilidade com que o governo lidou com ele desde o inicio do seu mandato.
Mesmo assim liderou o PS na sua maior vitória autárquica de sempre e venceu as europeias com um mau resultado face ás expectativas mas...venceu!
Acho surreal um partido pensar em mudar de líder após duas vitórias em eleições a nível nacional.
E mais surreal ainda admitir congressos extraordinários e eleições directas ao sabor dos estados de alma e das ambições de um qualquer dos seus VIP.
António Costa é o "líder" da golpada.
Não avançou no congresso porque não lhe dava jeito.
Há um ano atrás protagonizou aquela caricata cena do "...agarrem-me senão eu avanço..." e deixou pendurados os que deram a cara por ele nessa altura.
Fez um acordo com Seguro, teve lugares para os seus apoiantes nos orgãos internos, escondeu-se o mais que pode na campanha das europeias.
Só não escapou a uma já célebre "selfie".
À boleia de uma vitória pouco expressiva do PS, de resultados económicos que indicam um país a recuperar, dos bons sinais da saída "limpa" do programa de assistência financeira aí está ele.
A exigir hoje aquilo de que fugiu ontem.
Com excelente imprensa, cumplicidades transversais ao partido mas convergentes noutras "obediências", o apoio dos "vira casacas" indispensáveis a estas ocasiões, o entusiasmo dos que ainda acham que contam para alguma coisa face a um passado cada vez mais remoto, e os "idiotas úteis" de alguns espaços televisivos de comentário politico está construído o suporte da tentativa de "golpada" interna.
Os militantes socialistas decidirão.
Boa sorte!
Depois Falamos
P.S. Os apoios já anunciados a Costa de Mário Soares e Pacheco Pereira são uma boa noticia para Seguro.
São dois especialistas em não acertarem uma...
Muito Bom
ResponderEliminarEste comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarCaro Anónimo:
ResponderEliminarObrigado
Pacheco Pereira?
ResponderEliminarMas o "#$%&($%# já é sócio do PS?
Onde pára o CJN do PSD? Ups, estes estão a banhos em Marte, nunca descem à Terra.
Pacheco Pereira?
ResponderEliminarMas o "#$%&($%# já é sócio do PS?
Onde pára o CJN do PSD? Ups, estes estão a banhos em Marte, nunca descem à Terra.
Cara il:
ResponderEliminarDo PSD é que ele não é de certeza absoluta. A não ser quando lhe dá jeito....
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar