Uma vitória fraquinha, por uma distância percentual pouco relevante, e que fica muito aquém do que os socialistas esperavam e lhes permitira pressionar o Presidente da República para a marcação de eleições antecipadas naquela que é a única ideia consistente do líder do PS desde que ocupa o cargo.
Face à debilidade dos partidos do governo resultante das duras medidas de austeridade dos últimos três anos era evidente que qualquer triunfo do PS abaixo dos 40% seria frustrante.
Ficaram pouco acima dos 30%!
E o discurso de António José Seguro na noite eleitoral foi todo ele virado para dentro do PS na tentativa de afirmar uma liderança que treme e de convencer os cada vez mais socialistas que não o vêem como o líder da alternativa ao actual governo.
Um deles, António Costa, nem apareceu no Altis.
Não são difíceis de prever longas noites no largo do Rato...
A Aliança Portugal sofreu uma dura derrota.
Que só não foi pior porque o PS não "descolou" nos resultados.
O desgaste da governação, uma lista fraca, uma campanha mal feita e estratégias de comunicação incompreensíveis (ausência de outdoors e de impressos a simular o boletim de voto à cabeça) só podiam dar no que deram.
Valeu que o esforço e empenhamento de Paulo Rangel, Nuno Melo e José Manuel Fernandes (aos outros...não vi) ainda disfarçou muita coisa.
E aos três deve a Aliança Portugal alguns resultados positivos.
Em Lisboa os "génios" que desenharam a campanha, pensando provavelmente que as redes sociais ganham eleições, tem de mudar de estratégia para as legislativas.
Ou então tem de ser a Aliança Portugal a mudar de "génios"!
A CDU solidificou a sua posição, ganhou um deputado, e afirmou-se como a principal referência à esquerda dos portugueses que votam contra os partidos do arco do poder.
Depois dos bons resultados nas autárquicas os comunistas(e Verdes) voltam a ter uma boa expressão eleitoral.
Resta saber o que vão fazer com ela.
A moção de censura anunciada ontem é um "tiro no pé" em cima de um bom resultado.
Contradições insanáveis na História desta força politica.
O MPT e Marinho Pinto (se calhar é ao contrário...) só não foram uma total surpresa porque as sondagens dos ultimos dias já previam essa possibilidade.
A possível eleição de um segundo deputado, isso sim, já será uma enorme surpresa.
Não fizeram jantaradas nem arruadas, não inundarem os eleitores de propaganda, nem recorreram aos meios tradicionais de campanha.
Aproveitaram a notoriedade do candidato e souberam encontrar o seu "nicho" de mercado.
Ao contrário da sobranceria com que Seguro se referiu ao MPT eu acho que é positivo este fenómeno de os eleitores, no sossego das suas casas, saberem optar por quem entendem que os saberá representar à altura das suas expectativas.
Foi um fenómeno que já tinha acontecido nas ultimas autárquicas (por exemplo Rui Moreira no Porto) e que vai continuar a suceder.
Os partidos "tradicionais" que se ponham finos...
O BE, qual PRD, caminha para a irrelevância.
Paz à sua alma.
Se a tiver é claro...
Depois Falamos
e quantos votos sao do PSD ou do CDS? Se calhar, a diferença entre o PS e o PSD é bem maior do que julgas. Isto de correr 1 contra 2 e ainda assim ganhar tem muito que se diga. Se a CDU corresse coligada ao PS daria quase maioria absoluta.
ResponderEliminarDe facto, esta classificação do PS, no actual contexto politico nacional, é muito fraquinha. O Seguro bem tenta com os seus discursos inqualificáveis, fazer acreditar que está seguro como líder do PS, mas a meu ver, não deve lá ficar até ao natal... este PS, este Seguro, e esta oposição não convencem ninguém...
ResponderEliminarA CDU e o Marinho Pinto são vencedores... a abstenção é a grande vencedora, e que isto sirva de reflexão a quem manda no país e na Europa, pois já pouca gente acredita na política e nos políticos... o caso do MP reflecte isso mesmo.
Só mais uma coisa para finalizar, como é que é possível, numa altura em que a tecnologia está altamente desenvolvida, é incompreensível termo-nos de deslocar fisicamente à nossa mesa de voto para exercer o nosso dever cívico.
Depois do regresso do estádio da Luz onde assisti ao Real Madrid - Atlético de Madrid, só podia acabar em beleza o fim de semana a votar na coligação PSD/PP. Não que eu tivesse muita vontade, pelas razões que o Sr. Luís Cirilo já explanou no seu texto, e porque não gostei muito do discurso a postura do Rangel e Nuno Melo na campanha, mas não queria ver o Seguro a rir-se por uma margem que fosse considerável. Portanto, também contribuí para que a festa deles fosse abafada pelos 3.75% pontos percentuais de diferença.
ResponderEliminarJá agora, tive alguma dificuldade em encontrar o quadradinho do PSD/PP, Sr. Luís Cirilo. Meteram-no em penúltimo? É lamentável. Certamente uma boa parte dos votantes do partido se enganou e podiam ter aproveitado o Tempo de Antena para alertar aqueles que que andam sempre a dormir nestas ocasiões!
O pior mesmo foi ver uma lista interminável de partidos no boletim de voto que a maioria das pessoas não conhece e que não servem para nada.
Quim Rolhas
Votos brancos+nulos (7,47%) igualaram o feito de Marinho Pinto elegendo um não deputado.
ResponderEliminarCumprimentos
Caro Anónimo:
ResponderEliminarse o muro de berlim não tivesse sido derrubado ainda estava de pé.
Caro Mike:
Acho que tem razão e que o Seguro está cada vez mais inseguro. Quanto ao voto electrónico...lá chegaremos.
Caro Quim Rolhas:
Não terem feito os impressos habituais(imitando o boletim de voto) a esclarecer onde se votava
foi um dos muitos erros da campanha da Aliança Portugal. A sorte foi que o PS não levantou voo...
Caro Paulo:
Também é verdade...
"Os partidos "tradicionais" que se ponham finos..."
ResponderEliminarO Dr. Marinho Pinto muito antes de pensar em ir a votos já tinha detectado o cancro que está a matar o país (Corrupção e compadrio partidário).
Se o MPT
conseguir em todos os círculos eleitorais personalidades não comprometidas com os partidos que tem passado pelo governo a surpresa em 2015 vai ser de arromba.
Caro Anónimo:
ResponderEliminarSegundo projecções se ontem tivessem sido eleições legislativas o MPT teria eleito doze deputados. Acho que para exemplo basta.