Seja a pressão de ganhar titulos, de jogar para competições europeias, de tentar ganhar todos os jogos ou até de as equipas jogarem bem.
Frases como "...afastar a pressão..." ,"...aliviar a pressão...", "...não queremos essa pressão...", "...não por pressão nos jogadores..." e por aí fora são comuns a quem lê jornais desportivos ou vê programas televisivos sobre futebol.
Tudo menos...pressão.
Ora o futebol profissional tem a pressão como componente.
E quem quer viver dele profissionalmente tem de viver com a pressão todos os dias.
Especialmente em clubes de topo e massas associativas exigentes como é o caso do Vitória por exemplo.
Viver com ela e saber superá-la que é exactamente o que faz a diferença entre os medianos e os bons, muito bons ou excepcionais.
Pressão, verdadeira, é não ter emprego, sustentar uma familia com o salário minimo ou ter uma profissão de que não se gosta.
Nada disso acontece no futebol profissional em que todos, treinadores e jogadores, dizem adorar o que fazem.
Não se pode é ter chuva na horta e sol no nabal.
Só retirar da profissão aquilo de que se gosta e rejeitar o que não agrada.
Um toureiro quando enfrenta na arena um "miura" de 600 klg não tem pressão?
Um ciclista quando desde os Alpes a 90 klm/h não tem pressão?
Um piloto de fórmula 1 quando chega ao fim de uma recta a mais de 300 klm/h não tem pressão?
Um piloto de rally a conduzir em estradas de terra, entre árvores e precipicios, a mais de 200 klm/k não tem pressão?
Um basquetebolista quando a 5 segundos do fim lança para triplo sabendo que se falhar lá vai a taça não tem pressão?
Um tenista quando serve para "match point" não tem pressão?
Um cirurgião operando um paciente entre a vida e a morte não tem pressão?
Um piloto de linhas aéreas com 600 pessoas a bordo aterrando a meio de um temporal não tem pressão?
Um electricista montando um cabo de alta tensão não tem pressão?
Um motorista de um autocarro escolar que todos os dias transporta dezenas de crianças não tem pressão?
São dez exemplos, mas podiam ser centenas, de profissões em que existe imensa pressão.
Só que ao contrário de alguns no futebol os seus protagonistas não se queixam, vivem com ela, sabem vencê-la.
No futebol só há duas formas de pressão verdadeiramente evocáveis.
A que uma boa equipa faz sobre o adversário para lhe tirar a bola o mais depressa possivel e a das direcções/administrações para todos os meses pagarem os salários a tempo e horas a quem trabalhou.
Porque quem faz o que gosta (adora segundo os próprios) e ainda é bem pago para isso não pode usar a "pressão" como desculpa para absolutamente nada.
Devem é concentrar-se em fazerem o que sabem o melhor possível e não arranjarem desculpas e pretextos que são quase ofensivos para quem está nas bancadas a apoiá-los em muitos casos com a pressão(essa sim verdadeira) de ter gasto nas cotas ou bilhetes o dinheiro que faz falta para outras coisas essenciais.
Depois Falamos
Sr Cirilo a única coisa que faltou neste seu post, foi "chamar o boi pelo nome". Que neste caso específico se chama Rui Vitória, depois de mais estas belas palavras de ambição.
ResponderEliminarRui Vitória afasta pressão europeia
Distante dos triunfos há três jogos, mais longe da última posição europeia, na posse do Nacional, o V. Guimarães não pode vacilar frente ao Paços de Ferreira, sob pena de o sonho europeu sofrer embaraços.
Rui Vitória quis, porém, proteger os jogadores desta exposição: «É desconfortante para os atletas falar-se disto todas as semanas. É preciso olhar a factos e perceber que o Vitória nos últimos oito anos apenas por duas vezes se qualificou para a Europa por via do campeonato.»
in abola.pt
Olá boa tarde Sr. Cirilo.
ResponderEliminarExcelente este seu post.
Estou inteiramente de acordo com o que li... "Sabem lá eles, o que é a pressão?"...felizmente que CR7 foge à regra...
Um abraço,
José Ferreira
Caro Sr. Luís Cirilo
ResponderEliminarAqui está um post bem argumentado, e que reflecte exactamente a definição da pressão.
Quero no entanto acrescentar, que existe um outro tipo de pressão, bem mais angustiante e que se torna um verdadeiro drama mais acutilante nos dias de hoje que é sem dúvida nenhuma não ter dinheiro que chegue até ao fim do mês. E muitas vezes até sucede em resultado disto, não ter nada que por na mesa.
Cps
S. Guimarães
Caro Sr. Luís Cirilo
ResponderEliminarAqui está um post bem argumentado, e que reflecte exactamente a definição da pressão.
Quero no entanto acrescentar, que existe um outro tipo de pressão, bem mais angustiante e que se torna um verdadeiro drama mais acutilante nos dias de hoje que é sem dúvida nenhuma não ter dinheiro que chegue até ao fim do mês. E muitas vezes até sucede em resultado disto, não ter nada que por na mesa.
Cps
S. Guimarães
ResponderEliminarCaro Senhor Cirilo,
Dou-lhe quase nota máxima pelo excelente texto que redigiu! Muitos parabéns.
Este texto tem alguns visados. Primeiro, é claramente uma indirecta ao discurso de Rui Vitória. Segundo, às perguntas dos jornalistas sem imaginação e gostam de alimentar-se da pressão como a avidez de monstro de sete cabeças. O objectivo destes últimos é sempre de causar baixas após uma série de mais resultados. Isso já sabemos.
Concordo com a analogia dos 10 exemplos que deu. Por um lado, a pressão dos desportistas é dar asas à adrenalina fazendo o melhor que sabem, que é competir. Por outro, a pressão é um dizer basta ao favoritismo quando um grande ganha ao mais pequeno, numa partida em que nada tem a perder. É com esta atitude que eu espero cá o Paços de Ferreira. Disposto a tudo. A contrariar, a surpreender. Cabe-nos apenas impor um estilos de futebol que já deu resultados noutros encontros e sairemos vitoriosos, sem grandes esforços. Tenho muito confiança.
Mais ou menos a meio, reparei que disse uma imprecisão, certamente associada a alguma falta de experiência na área agrícola. O correcto é dizer-se: «Sol na eira, chuva no nabal». Nada de grave. Espero que não me leve a mal.
À parte do que disse, muito bem dito, gostaria de acrescentar que este aumento de pressão vem na sequência do Vitória estar sem ganhar há três jornadas, deixando cada vez mais o Braga sobrepor-se, situação deveras preocupante se o objectivo é estar na Liga Europa. Muito difícil.
A pressão para este jogo nem sequer se coloca porque é claramente uma situação de nítida desvantagem para o visitante, que procurará surpreender face ao que parece ser a sua irremediável descida de divisão.
Do lado do nosso treinador, pessoa que muito estimo e admiro, apesar de achar que ainda tem muita margem para evoluir e muito que provar no Vitória, tendo em conta o que já foi dito por outros comentadores, parece-me que a pressão que sente está embrulhada pelo vínculo que teve no passado ao Paços de Ferreira antes de rumar ao nosso Clube.
É natural que tenha uma palavra de gratidão e respeito. Que diga que o Paços está numa posição abaixo do valor que tem, etc, etc... um discurso que para nós Vitorianos nem faz muito sentido nesta hora em que queremos ganhar à viva força, dê por onde der, e que, na ideia dele, apenas demosntra a humildade que o caracteriza perante uma equipa que o lançou no futebol primodivisionário. Também não gostaria nada de o ver à frente do Benfica ou do Sporting e que tivesse connosco um discurso agressivo.
Só lhe fica bem. A mim é que destoa um pouco porque o Vitória nunca assinou nenhum pacto de não-agressão com o Paços de Ferreira. Mas a compreensão é algo que existe dentro de nós, pelos menos dos mais sábios, e serve para entender situações destas.
Eu sei que ele vai dar o melhor para ganhar ao Paços e que, apesar dos últimos maus resultados, o regresso às vitórias é a certeza de um prognóstico antecipado.
RC
No Vitória o problema não é Rui Vitória. O discurso dele reflecte apenas a realidade que vem de cima e que é de absoluta falta de ambição desportiva a todos os níveis.
ResponderEliminarImporta é dizer todos os dias que somos pobres e não temos dinheiro para mais.
Para além de falar da Liga é claro que se transformou na preocupação maior de algumas pessoas da nossa SAD.
Rui Cunha
Já agora mais um exemplo de quem não aguentou a pressão :
ResponderEliminarO nosso caríssimo Luis Cirilo não aguentou a pressão de ser Vice do Júlio e vai daí apresentou a demissão...
Boa tarde.
ResponderEliminarNão podia estar mais de acordo com o que escreveu, caro Luís. Mas, de facto, faltou-lhe chamar o "o boi pelo nome", como disseram acima, e muito bem. Eu , que não quero passar por mais inteligente que ninguém, nunca fui defensor de RV. Para mim sempre foi um treinador medíocre.
O meu caro amigo fez parte da direção que decidiu renovar com ele. Erros todos cometem, mas fica bem admiti-lo...
Já agora, se me permite, e para acabar, gostaria de abordar a opinião do Sr. Rui Cunha. De que discordo na perspectiva de que RV é culpado sim pelo futebol patético que na maioria das vezes o Vitória joga e pela péssima condição física que a equipa revela. Não é admissível que uma equipa que se diz profissional, só tenha pernas para 60/70 m, e no restante do tempo ande a arrastar-se autênticamente pelos relvados!é ele que treina os jogadores, não sou eu nem é o presidente, pois não?
No entanto é mais do que evidente que RV não é o busílis da questão. E aqui está a nossa convergência. Só não se esqueça de uma coisa. Que eu saiba, o Sr. RV tem aceitado tudo o que a direção tem determinado de livre e espontânea vontade. Acho que ninguém lhe apontou uma arma à cabeça...
Se RV sujeita-se a isto tudo, é porque sabe perfeitamente que ninguém lhe paga o que ele ganha em Guimarães, e que jamais chegará ao patamar acima, porque não tem nem estofo, nem perfil, nem competência para isso. Logo, há que comer os sapinhos todos que lhe teem aparecido, porque a vida está difícil, e o Vitória-que se saiba- vai pagando a tempo e horas...
Só para dizer que após este resultado de hoje contra o PF já acabou o perigo de haver pressão para o coitadinho do RV e dos nossos jogadores. Agora sim vão poder ir para o seu "emprego" e esquecer de vez que aquilo é um trabalho!
ResponderEliminarCaro Anónimo:
ResponderEliminarEU também acho que quando se retira a pressão...retira-se a ambição.
Caro José Ferreira:
o CR7 é tão profissional que para além da pressão própria de jogar num grande clube mundial ainda se auto responsabiliza para ser cada vez melhor. Não é o melhor do mundo por acaso.
Caro S. Guimarães:
Sem duvida.
Por isso me "revolto" quando vejo profissionais fugirem à pressão.
Caro Ricardo Cunha:
Subscrevo inteiramente a sua opinião. Até quanto à eira e ao nabal.Quanto ao resto já constatamos que o Paços nos veio,uma vez mais, vencer em nossa casa. Há discursos que são autênticos boomerangs.
Caro Rui Cunha:
É evidente que o discurso de RV traduz a linha oficial do clube.
Quanto ao resto apenas lhe digo que muita água ainda vai correr debaixo das pontes.
Caro Anónimo:
Boa piada sim senhor. Mas que não é completamente infundada...
Caro Emanuel:
Até lhe digo mais:fiz parte da direcção que renovou com Rui Vitória e que o fez depois de ter dito em campanha eleitoral que o ia fazer. Num tempo em que nada tinhamos ganho e eleitoralmente existiam outros nomes mais valiosos.
Agora centrar a crise no RV é injusto e não corresponde à verdade. Ele tem responsabilidades, nomeadamente em algumas opções de jogo, mas está longe de ser o principal responsável.
O problema é bem mais vasto.
Caro Francisco:
No Vitória não há pressão. Nem para ir à europa nem para a B subir de divisão.
Boa tarde, caro Luís.
ResponderEliminarCom certeza que não é o principal responsável nem o cerne da questão. E eu disse-o. Como é evidente, em qualquer organização que se preze, quando as coisas correm mal ou não estão bem, a culpa é do seu máximo responsável.
Neste momento,infelizmente, o Vitória é um clube em modo piloto automático, porque o presidente que a maioria escolheu livre e democraticamente, depois de querer um tacho no Vitória, agora está preocupado em arranjar um tacho na liga...
No entanto, nada disto inviabiliza desculpabiliza aquele ditado que diz "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és".
Abraço.
Emanuel
Caro Emanuel:
ResponderEliminarHá questões que me ultrapassam como essa da Liga.
O que sei é o que leio nos jornais.
Quanto ao resto é como diz.