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terça-feira, março 04, 2014

Europa..Europa...

Meia dúzia de linhas sobre os dez primeiros nomes da lista que a coligação PSD/CDS vai apresentar nas eleições para o Parlamento Europeu em maio próximo.
Desde já se avisa que sobre os números 4 e 8 da lista não será feito comentário dado serem indicados pelo CDS e a mim os que me interessa analisar são os propostos pelo PSD.
Comecemos pelo cabeça de lista, Paulo Rangel, curiosamente uma das pouquissimas convergências entre Passos Coelho e Manuela Ferreira Leite.
Pese embora as posições...desagradáveis sobre as autárquicas no Porto entendo, sem ponta de cinismo ou hipocrisia, que é uma boa escolha.
Fez um excelente mandato, é conceituado em Bruxelas, tem um discurso acutilante e o distanciamento critico do governo que pode valer votos.
Fernando Ruas, ex presidente da câmara de Viseu, é um nome que não aquece nem arrefece.
Apoiante de primeira hora de Passos Coelho, e presidente da mesa do congresso do PSD, é um autarca reformado pela lei de limitação de mandatos e a quem o líder do PSD terá querido dar um "prémio de carreira".
Foi ele...podiam ter sido outros.
O número 3, e primeira mulher da lista é Sofia Ribeiro dos Açores.
Não faço a mínima ideia quem seja.
Eu e a esmagadora maioria dos eleitores desconfio...
A este assunto voltarei mais adiante.
O número 4 é do CDS.
O número 5 é Carlos Coelho.
E aqui estou dividido porque é um excelente deputado, que tem sido uma referência dos parlamentares portugueses em Bruxelas/Estrasburgo, com um trabalho geralmente reconhecido como excelente.
Acontece que foi para Bruxelas pela primeira vez em...1994, regressou para ser subsecretário de estado da educação em 1995 e voltou ao P.E. em 1998 (para substituir...António Capucho) e lá ficou até hoje.
Dezasseis anos em Bruxelas e a caminho de 21!
O número 6, e segunda mulher, é Cláudia Aguiar da Madeira.
Tal como da colega açoriana só posso dizer que não faço ideia quem seja.
O número 7 é José Manuel Fernandes, o deputado do Minho, que fez um mandato absolutamente brilhante e a recondução na lista é um acto da mais elementar justiça.
O número 8 é do CDS.
Em 9º lugar vai Mendes Bota, actual deputado na assembleia da republica e ex deputado europeu, um nome que representa bem o Algarve mas cuja eleição é bastante difícil.
O 10º é Fernando Costa, ex presidente da câmara das Caldas da Rainha e actual vereador em Loures, um histórico do PSD e também ele apoiante de primeira hora de Passos Coelho.
Conclusões?
Infelizmente não é uma lista que entusiasme.
Tem três nomes bons (Rangel, Coelho e Fernandes), um assim assim (Ruas), dois incompreensiveis (as senhoras da Madeira e dos Açores) e dois "desvalorizados" pelo lugar em que figuram na lista, nomeadamente Mendes Bota que poderia ser uma opção mais...elegível.
Duas notas finais.
Uma para manifestar a minha total discordância com a obrigatoriedade de Açores e Madeira terem de ter, sempre, nomes elegíveis.
O país é um só, a dimensão eleitoral de cada uma das regiões é inferior aos principais distritos do país (Lisboa e Aveiro, a titulo de exemplo, não terão deputados elegíveis), e os resultados eleitorais nos Açores (onde o PSD é oposição desde 1995) não o justificam.
Aceitaria que, alternadamente entre elas, as regiões autónomas tivessem um deputado europeu.
De preferência minimamente conhecido dos eleitores de todo o país.
Dois é inaceitável.
A outra para suscitar uma reflexão.
A sair de umas eleições autárquicas em que por causa da lei de limitação de mandatos perdemos várias autarquias de apreciável dimensão (e outras mais pequenas)não será mais que tempo de o PSD considerar seriamente uma lei de limitação de mandatos para deputados e eurodeputados?
E para isso não é preciso mexer na Constituição.
Basta introduzir essa limitação nos estatutos do partido!
Depois Falamos

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