Curto e Grosso

Na ultima reunião de presidentes da Liga o senhor presidente do Benfica terá dito alto e em bom som que " ...estou arrependido de ter emprestado dinheiro ao Vitória..." e depois ao presidente Júlio Mendes " vê lá se pagam o que devem".
Sobre o Vitória dever dinheiro ao Benfica apenas conheci o "trágico" negócio Targino em que o clube da Luz adiantou uma verba por conta da transferência do jogador que nunca chegou a efectuar-se por causa de uma lesão.
Quanto Targino estava completamente recuperado o SLB já não o quis e exigiu a verba adiantada.
Deixando de lado, por agora, a ingenuidade (ou seria mesmo incompetência) de quem negociou por parte do Vitória  foi assim que a divida surgiu.
Pensava-se, mas isso será certamente esclarecido pelos dirigentes vitorianos, que a cedência de cinco jogadores juniores ao SLB no inicio desta época teria saldado contas.
Pelos vistos não.
Mas essa não é a questão desta publicação.
Essa é mesmo o "modus operandi" do presidente do Benfica.
Reprovável a todos os títulos.
Pelas cinco seguintes razões:
1) O negócio Targino foi uma perfeita agiotagem de principio a fim. Em que só a ingenuidade( ou a incompetência...ou a aflição por fazer entrar dinheiro de qualquer forma...) dos então dirigentes do Vitória terá permitido celebrar um contrato ruinoso para as nossas cores.
2) As dividas, entre cavalheiros que representam instituições de referência, não se exibem na praça pública estilo "peixeiras" na lota. Tratam-se civilizadamente no recato dos gabinetes. Ainda bem que o presidente do Vitória, ao que se sabe, não lhe deu troco.
3) O Benfica, com o mais colossal passivo do nosso futebol (quase 500 milhões de euros) não tem moral para manifestar "arrependimentos" por um empréstimo que em bom rigor nunca o foi.
Bem arrependidos devem estar é alguns bancos que emprestaram dinheiro ao Benfica.
4) O senhor Luís Filipe Vieira, esse então, é que não tem moral nenhuma para pedir a quem quer que seja que pague seja o que for.
Alguém que ficou a dever mais de 17 (dezassete) milhões de euros ao BPN num país com outros critérios de Justiça teria bem mais com que se preocupar do que com reuniões de presidentes da Liga.
5) O senhor Luís Filipe Vieira, enquanto cidadão, tem todo o direito de ao domingo ir almoçar ao "Barbas" na Costa da Caparica vestindo um fato de treino do SLB e calçando chinelos. Não tem é o direito nem a moral necessários a deixar o discurso fugir-lhe para a "chinela" e tratar o Vitória Sport Clube como um subalterno que nunca foi nem será.
É um assunto que seguramente terá desenvolvimentos...
Depois Falamos

P.S. Todo este artigo foi escrito no pressuposto de que a alegada divida ainda se refere ao (não) negócio Targino.
Mas mesmo que não fosse assim( e se sendo já suscita a necessidade um esclarecimento da SAD do Vitória muito mais suscitará se não for...) nada desculpará o inaceitável comportamento do presidente do Benfica.