Veja-se o que tem sido as ultimas semanas.
Chorou-se a partida de Eusébio.
Choraram-se os mortos do Meco à boleia de praxes académicas absurdas, que todos sabíamos que existiam, a quem ninguém tinha ligado nenhuma até à altura.
Choraram-se os danos num estádio de futebol caríssimo mas a quem bastaram umas rajadas de vento mais forte para se começar a desfazer.
Choraram-se, mesmo aqueles que nunca tinham ouvido falar delas nem faziam a mínima ideia de quem era o autor, as obras de Miró em "perigo" de emigrarem num leilão da Christies.
É quase um pranto por semana!
A choraminguice desta semana tem a ver com um "número" politico, e de reles aproveitamento da situação do país, protagonizado pelo cantor Fernando Tordo que anunciou emigrar para o Brasil e até teve direito a televisões no aeroporto.
A migração de um "Tordo" nem devia ser noticia porque é essa a normalidade da espécie.
Mas este é um Tordo diferente.
Desde logo porque aos 65 anos e dizendo ter a reforma que tem ( e não tenho nenhuma razão para duvidar) não deixaria de ser interessante saber os rendimentos que declarou durante toda a sua vida profissional para receber tão pouco.
Depois porque o "número" que fez será seguramente de curta duração.
Não tarda nada, mas mesmo nada, a tê-lo outra vez por aí cumprida a patriótica missão partidária de tentar desgastar mais o governo com a lamechice de um musico famoso ter de emigrar para ganhar a vida.
Finalmente porque ao longo dos anos, e especialmente nestes últimos, tem sido muitos os milhares de portugueses que tem visto na emigração a solução para o problema da falta de emprego no seu país.
Jovens, menos jovens, licenciados ou não licenciados, com as respectivas famílias ou sozinhos, fazem as malas e partem em busca de um futuro melhor sem direito a televisões no aeroporto, a noticias nos jornais, a artigos de opinião dos mesmos de sempre, ou até a cartas mediáticas do "filho a despedir-se do pai".
Já tínhamos, anos atrás, conhecido a história da "mala de cartão" de Linda de Suza.
Agora temos outro tipo de emigrante.
O da mala de "latão" porque é preciso muita lata para fazer o numero que Tordo fez.
Cá o esperamos de volta algures entre o delicioso Carnaval brasileiro e a tradicional Páscoa portuguesa.
Haja paciência...
Depois Falamos.
Eu nunca tinha visto uma coisa destas, Sr. Luís Cirilo. Também eu fiquei estupefacto com este adeus do cantor que mais pareceu um suicído anunciado. O palerma, aos 65 anos, vai emigrar para o Brasil onde, além de perigoso, torna-se presa fácil de grupos armados ou de indivíduos isolados que matam por razões fúteis!
ResponderEliminarProvavelmente, nem sabe o que está a fazer. Fartou-se do frio, da chuva, de Lisboa, sobretudo, de passar despercebido. Ainda se ele fosse rico e pudesse pagar a diária do Capacabana Palace e ter uma vida à Gulbenkian, tirava-lhe o chapéu. Agora um pelitra que não tem onde cair morto, foge do diabo e mete-se na mãe!?
Eu sei o que faz isto. O que faz isto foi ele ter crescido numa família onde não trabalhava o pau de marmeleiro como na minha. Agarrou-se à música, gastou tudo em trutas e vinho verde e um dia acordou velho e deu-se conta que este País não dá para quem trabalhou de microfone na mão. Das duas, uma. Ou era emigrar ou entrar na Casa do Artista. Ele preferiu a vergonha de emigrar para o Brasil.
O Sr. Cirilo fala que ele foi vítima da onda de choradinhos e eu acho que ele não aguentou a crise da terceira idade. Ele quis com este gesto castigar a cultura portuguesa, abandonado-a e anunciando aos quatro ventos que Portugal trata mal os seus artistas. Escolheu emigrar para castigar-nos a todos, privando-nos do seu dom vocal. Foi ele que assim decidiu, não evoluiu, estagnou, fugiu.
Olhe, menos um...
Roberto L.
É bem tolo
ResponderEliminarLucy
Caro Roberto L.
ResponderEliminarEstou de acordo com o seu ponto de vista.
Infelizmente acho que não nos vamos livrar dele com tanta facilidade assim.
Cara Lucy:
Ele lá sabe
Caro Roberto L.
ResponderEliminarEstou de acordo com o seu ponto de vista.
Infelizmente acho que não nos vamos livrar dele com tanta facilidade assim.
Cara Lucy:
Ele lá sabe
Cirilo,dou-te os meus parabéns por mais um excelente texto.
ResponderEliminarO que quero comentar aqui não tem a ver com Fernando Tordo, porque com pessoas destas não esrou minimamente preocupado, preocupo-me sim com situações de muitos jovens recem formados ou não que não têm perspectivas de futuro em Portugal. Infelizmente tenho aí um filho com 23 anos, que está farto de ir a entrevistas de emprego e nada, mas como ele há milhares na mesma situação.
Numa parte do teu texto dizes que nos últimos anos muitos portugueses emigraram para tentarem a sua sorte...isso é a mais pura das verdades, e o meu caso é um dos exemplos. Com 53 anos não conseguia arranjar trabalho porque já era velho. Agora, e em boa hora o fiz, estou no Brasil à 1 ano e graças a Deus a vida corre-me de feição. Mas tive que deixar para trás meu filho, minha família, meus amigos e a minha cidade. Enfim tudo o que eu amava. Mas só fazendo esse sacrifício consegui dar a volta à minha vida.
Senhor Roberto L., é verdade que o Brasil é perigoso. Portugal também está a começar a ser perigoso. Cada vez existem mais assaltos, mais mais violência, e o senhor certamente sabe a razão disso, só que aqui no Brasil são milhões de pessoas enquanto em Portugal são alguns milhares.
O Brasil é perigoso? é sim, mas apenas para aqueles que se metem em situações perigosas ou frequentem locais não aconselháveis, mas atenção, não quero com isto dizer que não esteja sujeito a ser vitima de assalto ou de violência, até agora não tenho razão de queixa.
A todos um abraço e boa sorte.
Boa tarde, caro Luís.
ResponderEliminarEmbora compreenda e até concorde com o seu texto e com a opinião do Sr Roberto L e também ache ridículo o circo mediático provocado pelo Sr Tordo, devo dizer que isso não inválida que este país sempre tenha tratado muito mal a classe artística, que são vistos como uma espécie de indigentes. No mundo dito civilizado não é isso que se vê, certo? Mas lá fora devem ser todos lorpas e nós é que somos os inteligentes...
Outro aspeto que também me indigna é forma como este país desperdiça os seus licenciados, que na maioria das vezes não teem outro remédio se não emigrar. A emigração pode ser uma experiência enriquecedora. A vários nívei. Mas incomoda-me que o dinheiro dos meus impostos e o dos meus concidadãos seja desperdiçado desta maneira. Quer-se dizer, o estado gasta fortunas a educar e a formar as pessoas. As pessoas esforçam-se, andam a queimar miolos, criam sonhos,mas depois o estado não diligencia para que as pessoas possam cá ficar e contribuir para o progresso e desenvolvimento do país. E depois claro, vê- se, no exterior licenciados portugueses a ganhar prémios , e cá, o trabalho que poderia ser feito por eles é feito por estrangeiros, a maioria das vezes sem categoria, a vários níveis, para desempenhar a sua função. E acredite que sei do que falo, porque trabalhei numa urgência de um hospital, e vi lá coisas inacreditáveis!
A sensação que eu tenho é que parece que se quer voltar ao tempo de salazar, onde o povo era analfabeto e tapadinho e só ia estudar quem fosse de famílias ricas...
Não me parece que seja esta a melhor forma de promover o progresso de um país. E não me venham dizer que não há dinheiro. Porque há. Está é pessimamente distrubuído. Eu, que ainda sou relativmente novo, só me recordo de ver este país governado ora pelo PSD ou pelo Ps. Ou seja, acho que é evidente que se o país chegou à situação que chegou é porque foi mal gerido por esses partidos. E o que é que se vê? Um a atirar a responsabilidade para cima do outro, e a não assumir a sua incompetência. E sobretudo, a nõ querer, digámos, mudar de vida. Vá se lá saber porquê...
E para que não ajam confusões, devo dizer que desde que tenho idade para opinar sobre estes assuntos, sempre me considerei de direita porque acho que a nossa esquerda vive num mundo que não existe. Mas se esse mundo não existe, a culpa é nossa. Convém não esquecer que fomos donos de meio mundo...
Um abraço
Emanuel
Obrigado Sr. Rui pelo seu testemUnho. Muito enriquecedor. O Sr. é o exemplo de um português bem sucedido no estrangeiro. Só temos a aprender com o seu exemplo porque nunca se sabe o dia de amanhã a qualquer um de nós. Acreditou, emigrou e está a conseguir endireitar as suas finanças. Parabéns! Espero que o seu filho de si a mesma determinação.
ResponderEliminarSr. Cirilo também estou em crer que qualquer dia lá virá ele com o rabo entre as pernas. Mais cedo do que a gente julga.
Roberto L.
Caro Rui Silva:
ResponderEliminarClaro que o nos preocupa a todos é a situação de falta de emprego no nosso país e as muitas pessoas,não só jovens, que se tem visto obrigadas a emigrar em busca de um presente e um futuro.
O sr Tordo não passa de um oportunista que quis fazer um número mediático em volta de umas férias que foi passar ao Brasil. Porque quem recebeu nos ultimos 5 anos mais de 200.000 € em espectáculos só emigra se quiser.
No teu caso acho que fizeste bem em emigrar. Um destes dias ainda faço o mesmo. Estou a ficar farto deste país.
Caro Emanuel:
Estou de acordo com os seus pontos de vista.
A questão central de tudo isto tem a ver com a qualidade da democracia, dos partidos e dos politicos.
E aí, de poder a oposição, acho que mereciamos melhor.
O resto vem por arrasto.
Caro Roberto L:
É também essa a minha opinião. Deixemos passar o Carnaval...
Boa tarde, caro Luís Cirilo.
ResponderEliminarExatmente. Tem TODA a razão na resposta que me deu. Infelizmente, neste país à beira mar plantado, a generalidade dos nosso políticos são-o, não para servir Portugal, mas para servir-se de Portugal...
Senhor Roberto L.
ResponderEliminarObrigado pelo seu comentário. É sempre animador para quem está longe. Boa sorte para si.
Cirilo:
Na verdade é de ficar farto de viver num país como o nosso, um país de oportunistas e corruptos. Infelizmente estamos assim.
Abraço
Caro Emanuel:
ResponderEliminarNós, cidadãos, temos de elevar o nosso grau de exigência. Nomeadamente com algumas reformas das leis eleitorais que nos permitam premiar e sancionar aqueles que elegemos conforme o seu desempenho.
Caro Rui:
Podes crer