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segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Congresso da Anafre

Tive este fim de semana a oportunidade, que muito agradeço ao Armando Vieira seu presidente cessante, de estar presente no congresso da Anafre realizado em Aveiro.
De há muito que tinha curiosidade de acompanhar uma realização deste género envolvendo uma associação que agrupa milhares de freguesias deste país que sendo as autarquias mais pequenas são também aqueles que mais perto se encontram do cidadão.
Especialmente no interior e fora dos grandes centros.
Foi um congresso realizado também num tempo muito especifico.
Pouco tempo depois de eleições autárquicas mas muito especialmente pouco tempo após a reorganização administrativa das freguesias que tanta celeuma provocou e tanta contestação ainda vai gerando como foi fácil de ver no próprio congresso.
E se certeza tirei foi que esta reorganização ainda está muito longe de ser "digerida" pelos autarcas de freguesia tal a contestação de que a mesma foi alvo durante a esmagadora maioria das intervenções efectuadas ao longo do dia e meio de debates.
Raro foi o presidente de junta ou assembleia de freguesia que no uso da palavra não aproveitou para contestar o processo e para pedir à próxima direcção da Anafre que continue a luta (creio que estão muito mal informados na matéria mas adiante...) contra a nova orgânica e pelo regresso ao modelo antigo.
Houve ainda outra conclusão fácil de tirar.
Muitos dos oradores, claramente identificáveis com determinados partidos, aproveitaram a ocasião para criticarem o governo, a troika, austeridade e o que mais lhes apeteceu mesmo nada tendo a ver com a temática do congresso ou com as próprias freguesias.
Já ao contrário foram muito poucos os que tiveram a coragem de contrabalançar essa corrente, situarem as questões na dimensão em que deviam ser situadas e reconhecerem que há situações que foram herdadas do passado e que explicam muitos dos problemas do presente.
Entre esses gostei particularmente do José Paulo Orfão, presidente da junta de freguesia de Amonde (Viana do Castelo) que não teve nenhum problema em dizendo o que pensava ainda acrescentar que as freguesias do seu distrito deviam muito ao apoio da distrital do PSD.
Foi bonito.
E raro.
Porque se há conclusão final que tiro deste congresso em que gostei de estar é a seguinte:
Autarcas do PCP mobilizadissimos e interventores, autarcas do PS também embora menos e menos agressivos, e autarcas do PSD pouco mobilizados e relativamente pouco interventores.
Não andei por lá a ver quem estava, como é óbvio, mas de municípios do PSD que conheço bem não vi lá um único presidente de junta.
E de municípios PS, que também conheço bem (ou até muito bem),também não vi lá autarcas do PSD!
Uma questão a que o partido deve dar atenção no futuro.
Depois Falamos

P.S: Os incidentes durante os discursos do secretário de Estado Leitão Amaro (na 6ª feira) e do ministro Poiares Maduro (no encerramento) remetem para o habitual folclore de gente que não sabe viver em democracia embora encha a boca com ela por tudo e por nada.
E não é justo confundir milhares de autarcas de freguesia com umas dezenas de malcriados!

2 comentários:

  1. Sou contra o envio de ministros em pessoa a estes comícios da ANAFRE. Não existe skype? Então! É por lá skype e o ministro escusa de comparecer arrastando consigo uma comitiva que dava para pagar diária a 20 ou 30 desempregados.

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  2. Caro Anónimo:
    A comitiva do ministro eram duas ou três pessoas. Agora é de lamentar que exista gente cuja (falta de) educação não lhe permita comportamentos civilizados. Na politica e na vida não pode valer tudo

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