Formado no Varzim, como tantos outros grandes jogadores do nosso futebol, veio no inicio da época passada para o Vitória e para a sua equipa A dando o salto directamente da então chamada II divisão B para a 1ª liga.
Fê-lo com absoluta naturalidade.
Parecendo que já jogava à muito tempo nesse escalão e num clube com as responsabilidades e exigências do Vitória e não que tinha acabado de chegar de um campeonato muito diferente e de um clube com tradições mas sem a pressão que existe em Guimarães.
Não se afirmou logo como titular.
Mas soube, de boa cara , aceitar a alternância entre a titularidade e o banco percebendo que isso advinha dos interesses da equipa a cada momento e da sua própria evolução como jogador.
Ainda assim fez 31 jogos oficiais (24 na Liga, 5 na taça e 2 na taça da liga) marcando um golo e ganhando cada vez mais espaço nas opções de Rui Vitória conforme a época ia avançando o que culminaria com a titularidade e excelente exibição na inesquecivel final do Jamor.
Esta época, aos 24 anos, André André "explodiu" para uma época de grande nível afirmando-se como titular indiscutível e uma das principais referências da equipa vitoriana.
Naquilo a que os modernismo convencionaram chamar um médio "box to box" tem-se revelado um centro campista completo; defende com garra, ataca com discernimento, marca golos, faz assistências e tudo a um nível exibicional alto na qualidade e na regularidade.
Com a época a pouco mais de meio esteve em 28 jogos oficiais(23 como titular), nas cinco competições que o Vitória disputou, vai a caminho da sua melhor temporada de sempre a rasgar-lhe um futuro bem auspicioso.
Filho e sobrinho de jogadores (o pai, André, foi dos melhores do seu tempo) herdou os genes familiares e pode bem sonhar com a carreira internacional que os seus familiares não tiveram mas que está perfeitamente ao seu alcance.
Só é pena que em ano de Mundial, e com André André a este nível exibicional, o lugar de seleccionador nacional esteja ocupado por aquele triste personagem que tanto gosta de ver jogar sérvios e sul americanos mas que não tem tempo para frequentar os estádios deste país em que jogam bons futebolistas portugueses.
Mas o tempo fará justiça a este excelente jogador vitoriano.
Depois Falamos.
P.S. Recordo-me ( e não estarei a cometer nenhuma inconfidência) de em conversas com Rui Vitória ele me dizer que André André tinha a capacidade rara de envolto numa jogada já estar a "ver" as duas jogadas seguintes. Creio que as palavras eram mais ou menos estas e RV tinha toda a razão.
André André é mesmo assim!
Cumo poveiro que é, o André André mostra raça e o tal ADN de que é feito, Snr. Cirilo
ResponderEliminarHonra-nos muito e é caso pra graças a Deus por o termos nas nossas trincheiras nesta altura do campeonato
de toda a façón, num sei bem se ele bai aguentar por ca muito tempo; se o Snr. começa-le a dar-le graxa ainda acaba encurralado num contrato qualquer de empréstimo a outro clube e depois ficamos nós a arder sem ter ninguem para tapar o lugar
O melhor é ver, bater palmas e calar.
ResponderEliminarBoa tarde Senhor Luís Carvalho,
O André, André, assim de caras, é digno de um Atlético de Madrid ou de um Nápoles, Juventus ou Mónaco. Equipas que apresentam um futebol leve, habilidoso e eficaz. Por isso, seria perfeito para o futebol francês, espanhol ou italiano por serem jogos de paciência e artimanha.
Inglaterra, Alemanha, Rússia ou Ucrânia, ou piores, são países a evitar porque falta-lhe um pouco de robustez física para dividir e ganhar bolas às duríssimas entradas dos atacantes destes países. Mas mesmo assim, essa situação joga a favor dele, pois os médios da sua estatura física têm tendência a aguentar mais tempo dentro de campo e a gerir bem o esforço de corridas entre jogadas.
Outra coisa que o distingue é o bom passe. Faz muito bem a ligação entre a defesa e o ataque, permitindo passes rasgados de morte, em profundidade e na lateral, situações que no Vitória são desperdiçadas por denotada incapacidade atacante. Por aquilo que visionei, é um jogador que pode surpreender com golos a média e longa distância que surpreendem e empolgam plateias.
Além disso, ele consegue fazer uma triangulação perfeita a meio-campo que lhe confere uma capacidade estupenda de posse de bola, confundindo a marcação adversária e abrindo espaços do nada para jogadores que venham de trás, ganhem velocidade à linha defensiva contrária para fazerem estragos na área de remate.
André André tornou-se um jogador completo quando na defesa alivia a pressão de jogadas circunscritas na grande área.
Não tenho qualquer pejo em comparar André André a João Moutinho, Simão Sabrosa, Tiago ou Xabi Alonso. Gostaria que ele tivesse a sorte de evitar qualquer lesão, pois é aos 24 anos que se define uma grande carreira na posição dele.
Só lhe desejo o melhor porque o Vitória de Guimarães é pequeno demais para ele.
Leonardo Cerqueira
Caro Zé Andrade:
ResponderEliminarBoa piada.
Mas o talento dele é tão visível que o que escrevo é irrelevante.
Caro Leonardo Cerqueira:
Partilho da sua opinião sobre o André. Estou certo que vai ficar pouco tempo no Vitória não por o clube ser pequeno para ele mas porque ele é jogador para voos a que o Vitória neste momento não chega.