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quarta-feira, janeiro 29, 2014

O "Meu" Congresso

Fui ao meu primeiro congresso do PSD em 1983 como delegado eleito pela JSD distrital.
Numa sala do hotel Montechoro, em Albufeira, no Algarve.
Outros tempos eram de tal modo que eu e grande parte dos delegados eleitos pelo distrito de Braga fizemos a viagem para o congresso num autocarro alugado pela distrital que saiu do campo da vinha (em Braga) de madrugada e chegou ao Algarve a meio da tarde!
Outra forma de viver o partido.
De lá para cá, nos 31 anos seguintes, apenas não estive em dois congressos.
O de 1985 na Figueira da Foz e o de 1992 no Porto.
No primeiro caso por ter sido na altura em que nasceu o meu filho mais novo e no segundo já nem sei bem porquê.
Ao todo estive em 23 congressos.
Como delegado, como observador, como participante.
Não estarei no próximo.
Por absoluta falta de vontade em lá estar e por ver com uma preocupação cada vez maior alguns caminhos que o PSD vai trilhando como, por exemplo, o de um centralismo totalmente contrário aos seus genes e que leva a que seja o quinto(nos últimos seis) congresso no distrito de Lisboa.
È a fase visível de um centralismo que tem outros centralismos bem mais graves por detrás.
O que me levaria, em teoria, a ter interesse em ir a um congresso neste momento?
Meia dúzia de coisas.
Uma profunda remodelação nos orgãos dirigentes com a entrada de gente mais velha, mais experiente e mais sensata.
A aprovação da revisão do programa reforçando a matriz social democrata do PSD.
A inclusão na moção de estratégia de uma proposta séria da revisão das leis eleitorais com a introdução de círculos uninominais, a eleição uninominal do presidente de câmara e a participação dos presidentes de junta nas assembleias municipais sem direito a voto.
A aprovação de um calendário credível para a implementação da reforma das reformas, a regionalização, conforme previsto na Constituição.
Reformulação profunda dos estatutos e regulamentos do partido conferindo mais poder ás bases nomeadamente na escolha de deputados e candidatos a autarquias.
Compromisso interno de introduzir a limitação de mandatos para deputados (três mandatos no máximo) e dirigentes nacionais do partido (dois mandatos) e a absoluta proibição de membros do governo e titulares de orgãos de soberania(deputados) exercerem cargos executivos no partido em qualquer escalão.
Coisa pouca mas que me levaria ao congresso com todo o gosto.
Mas como nada disto vai acontecer, temo que bem pelo contrário, assistirei via televisão.
Com saudades de um PPD que já não existe e de um PSD que teima em ir não existindo...
Depois Falamos

6 comentários:

  1. Ninguém quer saber do PSD, caro amigo, muito menos dos ecos de congressos aborrecidos. Estão todos à espera que venham eleições para o PS voltar ao poder. A irresponsabilidade do PS é muito mais tolerável e necessária para equilibrar os pratos da balança.
    Manel

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  2. Tem razão! Aquilo nada interessa a não ser a fofoca de ver quem fala com quem, porque as intervenções ninguém as ouve.

    No sábado, houve eleições: a convocatória dizia nas sedes concelhias. Eu tive de andar à procura do hotel habitual. Fui para ver quem ia e tive o momento do dia, quando um candidato da lista do 'contra' interpela o presidente do partido e lhe pede para votar na lista dele -valeu lá ir. Há muito que não dava uma gargalhada tão sentida -e não fui a única.

    Desde que foi criada a concelhia de Lisboa NUNCA realizou uma assembleia de militantes! Que tal expulsar os militantes que não cumprem os estatutos -a mesa?

    «Tão ladrão é o que vai ao pomar, como o que fica à porta a vigiar»...

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  3. Caro Manel:
    Discordo completamente.
    Porque foi o PS quem desiquilibrou completamente os pratos da balança.
    E é dificil ser o incendiário a apagar o fogo.
    Cara il:
    Quis o destino que eu seja militante numa secção que funciona muito bem e cumpre os estatutos exemplarmente.Mas depoimentos como o seu tem-me chegado de vários lados nomeadamente de amigos que são militantes em Lisboa.
    Gostava de acreditar que o congresso fosse um momento de mudança. Infelizmente não acredito.

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  4. Francisco Guimarães3:00 da tarde

    Se me permitir vernaculizar, naquela que é a Língua Comum do Minhoto:

    F*dasse lá os filhos da put* dos caral*os dos nossos partidos, todos!

    Quando é que a nossa democracia deixa de ter "partidos" e passa a ter "inteiros"?

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  5. Eu não posso afirmar que as coisas vão melhorar se nós mudarmos; o que eu posso afirmar é que para que elas melhorem, nós temos que mudar."

    Lichtenberg

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  6. Caro Francisco Guimarães:
    Os prtidos são o retrato da sociedade que somos.
    Não cairam do ceú.
    Caro Freitas Pereira:
    Aí está uma reflexão bem ajuizada.

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