Perturbador

Este fim de semana tive oportunidade de ver vários jogos de futebol na televisão.
Da nossa liga e também de campeonatos estrangeiros.
E com excepção da Alemanha, de facto um mundo à parte e da Inglaterra(que não vi porque são transmitidos por um canal a que não dou um cêntimo)onde esse fenómeno não costuma existir, constatei algo desolador.
Bancadas extremamente despidas de público.
Até em Espanha.
Mas em Portugal, que é o que mais nos interessa, o fenómeno chegou a ser desolador.
Com excepção de Alvalade, fruto seguramente do entusiasmo que anima os sportinguistas, o que se viu foi muito mau.
Em Vila do Conde, onde o Porto leva sempre uma multidão, a bancada nascente nem meia lotação tinha ocupada.
No estádio do Algarve, onde o Benfica tem sempre grandes assistências, o panorama era idêntico.
Em Arouca, onde o Vitória se deslocava pela primeira vez, eram poucos os vitorianos presentes num jogo disputado a uma hora que normalmente propicia bem maiores assistências.
E nos outros jogos ainda pior.
É preocupante.
Mais preocupante do que os erros dos árbitros, as más exibições das equipas, os erros dos treinadores ou as falhas dos jogadores.
Sabemos que o nível do futebol que por cá se joga não é famoso.
Reconhecemos que a verdade desportiva nos nossos campeonatos deixa muito a desejar especialmente para todos os clubes que não os chamados "grandes".
Constatamos que as televisões nos dão ao fim de semana uma autêntica overdose de futebol.
Vivemos num tempo de crise económica em que o dinheiro para ir ao futebol estava bem fundo numa escala de prioridades das famílias e dos cidadãos.
É tudo verdade.
Mas tudo isso não explica por si só a debandada dos espectadores dos estádios.
Ainda por cima com um campeonato bem disputado e em ano de Mundial.
Há outras razões certamente.
E sobre elas deviam reflectir seriamente os dirigentes do nosso futebol antes que seja tarde.
Depois Falamos