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sábado, dezembro 28, 2013

Carteira e "Cantera"


Publiquei este artigo na edição de hoje do jornal Record

Quis um bom destino que na época passada as três principais competições do futebol nacional tivessem vencedores a Norte.
E se o FCP campeão já não é uma novidade a conquista da Taça de Portugal e da Taça da Liga pelos dois principais clubes minhotos é uma novidade absoluta e representa uma saudável descentralização do poder futebolístico dentro das quatro linhas.
Vitória e Sporting de Braga, por esta ordem os dois grandes clubes do Minho, conseguiram as conquistas inéditas para ambos da taça de Portugal e da taça da liga respectivamente.
Chegaram, porém, a essas conquistas por caminhos diferentes.
O Vitória apostando na formação e o Braga na contratação.
De alguma forma reeditando o clássico antagonismo espanhol entre a “cantera” do Barcelona e a “carteira” do Real Madrid.
O Vitória apostou na formação por convicção, plasmada no seu projecto desportivo, e por necessidade face à tremenda crise financeira que o assolou nos últimos anos.
O Braga, com outras disponibilidades financeiras, foi pelo caminho da contratação de jogadores “feitos” (alguns internacionais) o que lhe garantia à partida um sucesso mais imediato.
O mesmo em relação a treinadores.
O Vitória apostando na estabilidade e na competência do trabalho de Rui Vitória, até pela sua predisposição para lançar jovens, e contratando Luiz Felipe para treinar a equipa B face ao percurso feito pelo técnico nos escalões jovens e pela sua capacidade em “fazer” jogadores e formar homens.
Foram duas apostas ganhas.
O Braga, com preocupações mais imediatas de sucesso, pode dar-se ao “luxo” de trocar todos os anos de treinador da sua equipa A apostando por norma em profissionais já com carreiras consolidadas como José Peseiro que conduziu a equipa á vitória na taça da liga.
Ambos os clubes venceram.
Pelos caminhos mais diversos que é possível imaginar.
O Vitória formou, ganhou, vendeu, continua a apostar nos jovens.
O Braga comprou, ganhou, vendeu, continua a comprar.
O futuro dirá quem tem (mais) razão.
Eu aposto no Vitória!

4 comentários:

  1. uma pergunta teórica caro Luis: qual deve ser na sua opinião o relacionamento entre os dois clubes??
    André Magalhães

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  2. Nada tenho contra o Braga.
    Mas em termos de identidade, vale zero, ou seja não tem (quase) nada.

    O Vitória tem um estádio, uma sede social, um complexo desportivo, um pavilhão e até uma piscina, para não falar de pequenas outras "coisas".

    O Braga continua com projhectos...

    Alfredo (C.Taipas)

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  3. o que o braga tem de melhor?

    O seu grande rival o Vitória Sport Club.

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  4. Caro André:
    De rivalidade desportiva nos terrenos de jogo e de cooperação institucional no que aos problemas do futebol diz respeito.
    Infelizmente com o actualpresidente do Braga isso não é possível.
    Caro Alfredo:
    De facto o Vitória em termos patrimoniais dá 10-0 ao Braga que não tem nada de seu.
    Caro Gabriel:
    Não posso estar mais de acordo

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